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Julie Florence

Me sentia leve! Pela primeira vez posso afirmar isso com todas as letras. Acho que eu deveria me abrir mais com as pessoas certas, as que realmente querem o meu bem. O Vinicius foi um doce comigo! Não sabia nem como o agradecer. Me sentia envergonhada. Não sei o que ele iria achar de mim depois de tanta coisa dita. Talvez eu tenha falado de mais...Espero que ele não fique preocupado comigo ou coisas do tipo. Podem sentir tudo de mim, menos pena! Não estava doente ou morta para isso. Sei que pode parecer egoísmo, mas eu era assim. Eu pensava assim.

ㅡ Você está bem? - Escutei uma voz feminina questionar.

Eu estava naquele estúdio que citei mais cedo. Fui muito bem recebida por uma das moças que estava me ajudando a organizar os cenários das fotos. Hoje estava meia desligada em algumas coisas, mas ela me ajudava em tudo.

ㅡ Estou sim! Só... - Fiz um gesto com a mão tentando pensar em alguma palavra que complementasse minha fala.

ㅡ Senhorita Julie. - Derrepente uma voz masculina acabou surgindo. Era o rapaz da recepção! Um moreno alto e bem vestido segurando em mãos um Tablet. ㅡ Os garotos acabaram de chegar.

ㅡ Você pode deixar eles entrar, Michael. Obrigada! - Agradeci com um sorriso.

Gabriela estava se entretendo com algumas coisas que encontrou no estúdio. Confesso que já dei boas risadas do jeitinho fofo dela. Ah como eu a amava! Meu bem mais precioso era aquela garotinha adorável que aquecia qualquer coração. No momento me encontrava novamente estática de braços cruzados a observando com um sorriso.

ㅡ GABIZINHA! - Cleriton gritou ao entrar na sala, me dando um leve susto. Não demorou muito para que minha filha largasse todas aquelas coisas para ir abraçar o rapaz.

ㅡ Oi, Julie! Tudo bem? - Matheus me cumprimentava com um beijo em cada lado do rosto, assim como Clara.

ㅡ Como está as coisas, Ju? Precisa de mais algo? Posso pedir se quiser. - A loira se propôs toda animada.

ㅡ Não, Clara! Obrigada. Está tudo certo por aqui... - A respondi, porém minha atenção não estava sobre ela. Meu olhar se prendeu ao Vinicius que veio se aproximar de nós com aquele rostinho inocente.

ㅡ Julie. - Disse meu nome calmo. Até parece que não me encontrou mais cedo e ainda me viu chorar pelo meus problemas.

ㅡ Vinicius. - Respondi no mesmo tom, arrancando risadas do casal logo à frente.

ㅡ Vocês deveriam ir se trocar, rapazes! Vamos. - Clara ordenou batendo algumas palmas como se despertasse todos eles. Achava engraçado o "medo" que todos sentiam dela. Parecia até uma mãe. ㅡ E você deveria me contar sobre aquele assunto.

ㅡ Ah Clara...Hoje não. - Resmunguei fingindo configurar minha câmera. ㅡ Quem sabe no dia em que estiver 100% bem e totalmente disposta a contar sobre o caos que é minha vida.

ㅡ Para o Vinicius não foi assim... - A loira resmungou, mas acabei não ouvindo muito bem.

ㅡ Oi?! - Perguntei confusa.

ㅡ Nada! Vamos à sessão de fotos da 30. Oba! - Ela tentou mudar de assunto rapidamente enquanto se afastava.

. . .

Nem percebi que em meio à brincadeiras e risadas, cerca de uma hora já passou. Estar com o pessoal da 30 era muito bom! Todos sempre estavam brincando entre si e fazendo piada sobre assuntos passados. Confesso que para entender eles tinham que me contar toda a história que existia por trás, sendo elas as mais engraçadas possíveis.

Agora, me encontrava sobre o sofá no grande espaço do estúdio. Em meu colo havia o notebook onde editava todas as fotos antes de enviar aos meus clientes! Levava um certo tempo também, porém eu amava edição. Era minha segunda coisa favorita, perdendo apenas para a arte de fotografar. Eu estava tão concentrada na tela que nem percebi que o Vinicius se sentou ao meu lado, observando tudo.

ㅡ Eu gostei dessa. - Quebrou o silêncio apontando para uma de suas fotos.

ㅡ Ficou muito perfeito! - Comentei.

ㅡ A foto ou eu? - Questionou sério, mas logo deu risada comigo.

ㅡ Você é algum tipo de narcisista? Pelo amor de Deus. - Levei meu olhar até ele.

ㅡ Essa palavra é muito forte! Diria que sou apenas um apressiador de belas artes, ou seja, eu mesmo. - Deu de ombros antes de deixar um beijinho sobre minha testa.

ㅡ Deixa de ser bobo, Vinicius. - Revirei os olhos retirando o notebook do meu colo para o colocar sobre uma mesinha próxima.

ㅡ Pelo menos eu sou sincero e confesso quando as pessoas são bonitas. - Disse em tom de indireta.

ㅡ Está tentando me chamar de que? - Perguntei incrédula.

ㅡ Mascarada. - Ele riu. ㅡ Brincadeirinha, Julie!

ㅡ Você é tão engraçado, nossa. - Disse totalmente irônica. Até tentei fechar a cara depois daquela frase, mas não deu muito certo, já que logo ele passou a me fazer cócegas.

𝐓𝗵𝗲 𝗣𝗵𝗼𝘁𝗼𝗴𝗿𝗮𝗽𝗵𝗲𝗿 | 𝐖𝐈𝐔Onde histórias criam vida. Descubra agora