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Julie Florence

Três semanas. Sim, já se passou três semanas desde que minha vida ganhou uma mudança positiva! Vir para o Brasil tinha sido uma ótima escolha. Novamente. Eu amava muito esse lugar, ainda mais os momentos que ele me proporcionou. A cada dia me encantava com as lembranças e descobertas! Tudo parecia tão mágico. Vinicius sempre estava fazendo de tudo para ver o meu bem e o da minha filha. Voltamos para Fortaleza têm um certo tempo já! Desde então, aproveitamos para conhecer cada cantinho daquele lugar.

Hoje estava no estúdio outra vez. Iria fotografar os meninos novamente pois tinha projeto novo por vir daqui a algum tempo.
Provavelmente iria passar mais uma ou duas horas exercendo meu trabalho. Eles pareciam crianças atentadas! Não paravam quietos nem por um segundo, isso é, quando não inventavam de brincar de lutinha. Respeitavam quando a Clara pedia para parar, mas voltavam segundos depois. Era engraçado apesar de me deixar sem paciência.

ㅡ Tudo bem, bebê? - Escutei a voz meiga vir perguntar ao me ver de pé com uma expressão neutra observando as fotos na câmera.

ㅡ Tudo sim, Wiu! Só estou vendo as fotos. - Apontei para o aparelho em minhas mãos.

ㅡ Ficou brava com o que a gente estava fazendo? - Senti a mão dele se repousar sobre os fios de minha nuca. Apesar dos carinhos serem distribuídos de uma forma inocente, aquela ação me deixava arrepiada.

ㅡ Não, já me acostumei com o jeito infantil de vocês. - Respondi dando algumas risadas.

Derrepente um silêncio entre nós se fez presente segundos depois. Eu ainda tentava focar na pequena tela da câmera, mas com o olhar dele sobre mim era quase impossível.

ㅡ Eu gosto disso. - Comentou.

ㅡ Disso o que? - Perguntei confusa.

ㅡ Do jeito que você fica quando eu estou próximo ou te tocando. - Me respondeu calmo.

Não soube o que responder naquele instante. Acho que mesmo se quisesse não iria conseguir, já que as mãos dele seguiram até meu rosto. As pontinhas de nossos narizes foram roçadas levemente antes que eu pudesse ser beijada. Admirava o cuidado que ele sempre teve em me tocar. Me sentia especial e com as famosas "borboletas" no estômago.

ㅡ Então é aqui que você anda enquanto eu te procuro igual idiota. - Escutei um homem falar muito alto.

Levei as mãos até os pulsos do Vinicius para conseguir separar nosso beijo com calma e cuidado. Sei que quando levei meu olhar na direção daquela voz masculina, já senti uma mão agarrar meu cabelo com força.

ㅡ É aqui que andava o tempo todo, né sua vagabunda?! - Gustav berrava apontando o dedo na minha cara.

ㅡ Que porra você pensa que está fazendo, cara?! - Passou a confrontar o moreno e logo conseguir me soltar, colocando seu corpo em frente ao meu.

ㅡ Essa vadia que você estava se esfregando é a minha namorada, a mãe da minha filha! Ela me abandonou em Paris. - Tentou contornar a história para me deixar como culpada.

ㅡ O QUE?! Gustav, como você pode mentir tanto na merda da sua vida? - Meu tom de voz já estava embargado de choro.

ㅡ Gustav...? - Vinicius me perguntou antes de voltar a olhar o rapaz em nossa frente. O tom em que ele perguntou aquilo deu a parecer que conhecia meu ex. Tanto que quando foi comentar sobre isso, o moreno desviou o olhar para mim e voltou a me atacar verbalmente.

Não fiquei calada nem por um segundo. Disse tudo que estava entalado em minha garganta e até mais um pouco. Como se não bastasse, quando o restante dos meninos chegaram com os seguranças, fizeram questão de tirar satisfações com Gustav lá fora. Se batessem nele ainda seria pouco comparado a tudo que me fez passar. Ao inferno que é a minha vida graças a traumas que desenvolvi com essa relação de merda. Minha filha nunca vai ser culpada, mas eu sinto dó de dizer que aquele monstro era pai dela.

𝐓𝗵𝗲 𝗣𝗵𝗼𝘁𝗼𝗴𝗿𝗮𝗽𝗵𝗲𝗿 | 𝐖𝐈𝐔Onde histórias criam vida. Descubra agora