III. Drama

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Estamos vivendo um drama

Dando voltas e voltas

BLOO.


É como um sonho para Sunoo ouvir do fornecedor do Koppee Coffee, o senhor Song, que a reserva das sacas de café estava à sua espera. Sunoo chegou à Song Shop, a loja de insumos, em desespero, mas o dono do local tratou logo de acalmá-lo dizendo que essa não tinha sido a primeira e nem seria a última vez que um cliente perdeu o prazo das encomendas, obrigando-o a tomar uma decisão sobre o futuro de um estoque.

Então, o dia foi salvo pelo senhor Song, que tem o Koppee Coffee como um de seus clientes favoritos — os quais ele chama de "bons pagadores", porque pagam sempre adiantado ou no prazo correto e evitam dores de cabeça futuras. Mas, ainda assim, Sunoo faz questão de agradecê-lo quantas vezes consegue, visto que o sentimento de gratidão por ter sua cabeça poupada não o abandona.

O senhor Song ri, porque, apesar da comoção de Sunoo, ele está tendo apenas mais um momento corriqueiro na vida de um fornecedor.

— Senhor Song, eu realmente não sei mais como agradecer.

Sunoo curva o corpo — pelo que deve ser a décima vez — diante do homem sentado em um banquinho de madeira no depósito de sua loja e ouve mais uma risada curta do ancião.

— Você pode me agradecer pagando pelo café, garoto.

— Oh, claro, claro!

Sunoo busca o cartão corporativo em sua crossbody, pedindo ao senhor Song para debitar o valor. O homem o convida para irem até o caixa e eles caminham para fora do depósito nos fundos da loja — o qual Sunoo invadiu à sua procura —, retornando ao local onde Sunoo deveria ter esperado para ser atendido desde o ínicio.

Depois de pagar, Sunoo sente poder respirar tranquilamente outra vez. O estoque agora o pertence, é isso que ele diz a si mesmo, tão feliz que poderia flutuar.

— Senhor Song, mil desculpas! Eu juro que mandei ele esperar, mas ele estava desesperado e saiu correndo até os fundos pra falar com o senhor.

— Respire, menino! Vocês jovens são muito ansiosos — diz o senhor Song, tentando acalmar seu funcionário, que, pela expressão penosa no rosto, continua angustiado. O ancião se aproxima dele e toca seu ombro, obrigando-o a olhar para si. — Já está tudo resolvido. Apenas confirme o endereço do cafezinho com ele e diga ao Dino que amanhã cedo tem mais uma entrega pra fazer.

Sunoo conhece Dino, o rapaz que sempre entrega o estoque da cafeteria junto com Hui, um outro ajudante, mas ele não reconhece a pessoa com quem o senhor Song está conversando.

Sunoo não deu muita atenção ao atendente da loja em um primeiro momento, havia passado por ele correndo, tão ocupado em seu próprio drama para repará-lo. Agora que pode fazê-lo, Sunoo busca por algum nome que o identifique na pequena etiqueta em seu avental, Yan An, é o que está escrito. Sunoo tem quase certeza de que ele é chinês, seu nome e seu rosto entregam isso e, bem, falando neste último, é um belo rosto.

Yanan é alto, mais alto que a pessoa mais alta que Sunoo conhece e seu cabelo está branco como a neve. Alguma coisa nele o fez lembrar de Sunghoon, a altura, quem sabe, o corpo meio magro ou o tom escolhido para descolorir seus fios, mas o jeito é com certeza similar de alguma forma.

Seria a introversão? Talvez.

Sunghoon nem sempre parece ser um introvertido, apesar dele ter dito isso veementemente a Sunoo. Meses de convivência fizeram essa informação soar falsa, Sunoo acredita que o "I" do teste de personalidade de Sunghoon deveria ser de "irritante" ou "incoveniente", mais recentemente, "irresponsável". Mas Sunoo também admite que os introvertidos não são tão lineares quando ficam à vontade com alguém e, para esses casos, Sunoo se ressente um pouco do fato de Sunghoon e ele terem se aproximado tanto.

Almost like love | SunsunOnde histórias criam vida. Descubra agora