discretas 2

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"Soraya que história é essa que tem um ar que apita, ele e ativo, passivo e relativo, e porque a MARTA a nossa Martinha te chamou de gostosa, onde estou?"

Ela sorriu muito nervosa

"Eu acho que devia ter te contado antes... Não e a primeira vez que eu venho aqui, isso e uma balada para discretos da alta sociedade."

"Discreto porque? Vocês fazem magia negra?, voce não é católica?"

"Meu deus, pra uma senadora você e bem sonsa, isso aqui é tipo uma boate gay"

"O QUE? Porque você me trouxe pra esse lugar? Aí meu deus, eu tô passando mal."

"Calma Simone, e uma boate gay não uma ala de infectados por peste negra."

"É muito pior, você tá maluca? Porque você me trouxe?"

"E porque você e bonita é e a única mulher do senado que não conhecia esse lugar, eu tava fingindo que você era minha namorada."

Meu coro cabeçudo gelou e desceu até minha espinha, onde nós estamos? Na 1° série? Que coisa mais infantil, eu realmente estava muito ofendida, apesar de que o "namorada" me agradou muito.

"Não, olha! Sinceramente! Soraya, porque? Você parou em um filme adolescente? Que ideia ridícula, SOMOS 2 MULHERES PRATICAMENTE IDOSAS."

"Aí calma né Simone, eu sabia!, Não devia ter te chamado, mas queria me divertir um pouco com você, poxa! Você é minha melhor amiga e só nos vemos no trabalho, e esse e o lugar mais legal, mesmo que de um jeito estranho."

"Mas porque fingindo que éramos namoradas"

"Ah! Tinha que dar uma desculpa pra essas sapatao não te agarrarem"

Ficamos em um silêncio constrangedor, o clima dava pra ser perfurado com uma agulha, mas agora com a cabeça fria eu estava cogitando em voltar pra festa escutando as músicas de longe, dava pra gente continuar a festa como amigas.

"Olha, eu tô escutando a voz do Freddy Mercury daqui tocando, se você quiser podemos continuar."

Ela sorriu e me puxou pela mão pra sairmos do banheiro. Quase atropelamos um casal de fanchas, meu deus! Que beijaço, eu acho que nunca beijei Eduardo dessa forma, éramos o padrão selinho de papai e mamãe, só descobri que existia outros tipos de beijo quando mexia no tik Tok e um casal nada discreto enfiava a língua na garganta um do outro, foi estranho!.
Soraya como sempre, bebeu uma atrás da outra, e foi ali que descobri como ela dançava bem, em uma música sertaneja, ela me puxou e nós colou me guiando, foi a melhor dança da minha vida, até suei. Eu estava gostando bastante da festa, até o momento que uma completa estranha puxou a Soraya e elas começaram a se beijar na minha frente, nunca em toda minha vida me senti tão desconfortável, eu olhava para todos os cantos possíveis, quase no mesmo instante senti meu cabelo sendo puxado pro lado e uma mão segurando minha cintura bem firme me puxaram pra trás, e uma boca beijou meu pescoço, fiquei sem reação por uns instantes até conseguir me jogar pra frente e ver, era uma mulher muito bêbada, e muito bonita também, quem é essa? Ela chegou bem perto e encostando demais.

"Oi, eu sou a Gorete, desculpa... Chegar assim... Mas... Você e muito gostosa."

Meu corpo todo pegou fogo, tinha uma mulher me cantando? Ela falava em um linguajar tipicamente bêbado, e gritando muito alto quase tomei um banho de cuspe.

"Oi tudo bem, obrigada, meu nome é Simone tebet."

Apesar de eu estar desconfortável, se eu fosse educada ela poderia ficar com vergonha e se afastar, mas gerou tudo errado.
Ela voltou a chegar muito perto.

"A gente... Podia tipo assim, ficar?"

Eu não estava muito a fim não.

"Não, obrigada eu não sou..."

"Oi lincencinha, oi amiga então... Ela é casada! Comigo!"

Nem precisei falar nada a Soraya apareceu de repente espantando e à encarando como se fosse um grande lobo protejendo os filhotes, e segurando minha mão mostrando as alianças.

"Poxa, desculpa... Aí viu" a mulher sumiu de volta igual como apareceu.

"Affs, não se pode deixar mulher bonita sozinha que essas sapatao cai em cima."

Ela agarrou minha cintura me olhando nos olhos

"Eu não ia tá sozinha se você não tivesse agarrada naquela mulher lá né"

"Tá com ciúme Monalisa?"

"Não, só achei que você fosse muito bem casada."

Ela soltou um meio sorriso sem graça

"É, é complicado."

Tentei tirar aquele ar meio constrangedor, ela não queria falar do casamento.

"Nós somos melhores amigas?"

"Eu te considero minha melhor amiga, você está me vendo bêbada em uma boate gay"

"E realmente!."

fiquei chocada com ela beijando uma mulher assim do nada, claro! Ela contou que não era a primeira vez dela aqui, mas eu nunca ia imaginar ela com mulher, e todo aquele papo de família conservadora? A família tradicional dela é um marido, uma filha e amantes?.
Depois desse episódio até que foi tudo bem com a festa, de vez enquanto ela beijava algumas mulher aleatórias, o auge foi ela segurando minha mão e beijando uma menina, nunca fui tão elogiada na minha vida, de todos os lados, me senti muito bem ali, e com tanta gente conhecida aquela festa nunca iria sair em nenhum tabloide.
Eu estava dançando bastante os flashbacks até começar uns funk, eu não era muito fã, e me assustei olhando no relógio já eram 3:53 da manhã, quase caí pra trás. Fui atrás da Soraya que tinha saído pra pegar mais cachaça, ela realmente estava bebendo mas rebolando até o chão, eu queria ter uma câmera pra registrar esse momento, mas eu estava agoniada e não ia esperar ela fazer o show dela, entrei no meio da rodinha e puxei o braço dela tirando ela de lá, no mesmo instante uma chuva de vaias caiu sobre nós "poxa tia deixa ela aqui", "acabou com a graça", "apesar de bonita e sem graça" foi as coisas que escutei, não consegui nem me importar, e bem espremidas conseguimos sair da festa até o hall.

"Nossa Simone, que pegada em."

Olhei pra Soraya que estava escorada em mim e percebi que estava apertando sua cintura, soltei no mesmo instante como se tivesse fazendo a coisa mais profana do mundo.
Fomos até a saída e os seguranças nos devolveram os celulares.
É pelo visto eu ia ter que dirigir, logo eu que morria de medo, até porque a pessoa que ia dirigir estava lutando pra se manter de pé ao meu lado. Andamos até o estacionamento e em um momento escutei alguns barulhos estranhos vindo de uma moita na frente do carro, joguei a Soraya dentro e entrei rápido pra dentro, num escuro desse e barulho na moita na nossa frente, coisa boa não era, enquanto lutava pra ligar o carro o barulho cessou e o Renan saiu fechando o zíper, ele olhou com os olhos arregalados quando me viu dentro do carro e saiu correndo, o outro homem que saiu logo depois não me surpreendeu tanto quanto os outros 2 que saíram logo em seguida, quem imaginaria, o Renan com 3 homens na moita.

Pra tirar a Soraya do carro foi mais complicado do que levar ela pra minha casa, a mulher quase desmaiada. Deitei ela no sofá igual da última vez, meu deus! Senti um alívio tremendo, o dia já estava amanhecendo, nem pensei em tomar banho nenhum, só entrei no quarto e me joguei na cama, meus pés estavam me matando, chutei os saltos e quase gemi de alívio, eu só consegui me cobrir antes de pegar no sono, mas um peso em cima de mim me sufocando acabou com o sono, tirei a cabeça pra ver quem era e era a Soraya toda estendida em cima de mim.

"sai... Sai de cima Soraya, sai."

Empurrei ela pro lado, ela ainda com os olhos fechados jogou os braços por cima de mim.

"Eu sei... Te amo, peguei sim, ela foi"

Ela balbuceou algumas palavras desconexas e caiu no sono, ainda bem que daqui a pouco ela iria sair, então nem me importei em tirar o braço dela de cima de mim, e eu gostei de um corpo quente perto do meu.

Ilusão: O querer não é poder, o poder é não quererOnde histórias criam vida. Descubra agora