Já era final de semana de novo, e eu estava doida pra voltar pra três Lagoas, deitar na minha cama e pedir pra Deus me deixar em coma por um mês, tava tudo tão agitado, eu estava trabalhando muito e dormindo bem pouco, só queria relaxar, esquecer que existe pessoas no mundo e uma cpi que iria encerrar em alguns dias, por volta do dia 21 de outubro. E o pior de tudo e ter que encarar o Eduardo depois daquele dia com a Soraya, eu estava "solteira" mas eu me sentia como se tivesse traído ele, por mais que ele não merecesse esse sentimento que eu estava dando de graça, porém em algum momento eu tinha que olhar na cara dele.
Eu só cai na real que tinha chegado em casa quando o Uber parou lá na frente, respirei bem fundo o ar calmo e puro da minha cidade, em Brasília eu nunca poderia fazer isso, a gente respira fundo lá e depois cospe um tijolo. Abri a porta e pelo menos achei que seria recebido pelas minhas filhas, mas só o dona Cleide tava lá pra me receber."As meninas estão em casa?"
"Estão sim senhora, no quarto delas"
Eu fui no quarto da Fernanda e lá estava ela falando no celular com alguém, que língua é essa? Ah! Tá falando em inglês, deve ser os amigos do intercâmbio.
"Oi filha!"
Ela abaixou o celular do rosto e me deu um sorriso, eu queria tanto um abraço e ela nem se mexeu
"Nossa! Cadê o abraço da mamãe?"
"Aí! My mother! Okay bye bye." Ela respondeu pro celular e veio me abraçar
"Aí que saudade que eu tava, com quem você tava falando no celular?"
"Um amigo"
"Amigo? Ele não tem nome?"
"Não tem não."
Tá bom né, eu ficaria de olho nisso, ela podia ter a idade que fosse mas eu me preocupava, ainda mais por não querer falar o nome da pessoa.
"A Duda tá aí"
"Eu acho que tá, vi ela ontem de madrugada."
"O que!, vocês não interage nessa casa não?"
"Claro que não, isso e tão 1950, a gente manda mensagem uma pra outra."
Aí eu não acredito no que eu estou escutando. Fui pro quarto da Eduarda e estava trancado, faltei quebrar a porta de tanto bater pra ela acordar
"O QUE É... Ah mãe? MÃE!"
ela bateu a porta na minha cara! Eu não acredito, o cabelo tava todo bagunçado, e parecia até que tava só enrolada numa toalha de rosto
"MARIA EDUARDA!, Abre essa porta agora."
"Espera, eu tô me vestindo!"
"Quem que tá aí com você?"
"Ninguém mãe!"
Eu não acredito nisso, a minha filha com uma pessoa dentro de casa, só pode ser castigo, e cadê o pai dela que não vê isso? Fui pro quarto do Eduardo e bati na porta e logo ele apareceu com uma cara de morto vivo
"Eduardo! Você sabe que tem uma estranho dentro do quart..."
"Simone!"
E outra porta na minha cara, eu só posso ser uma intrusa na minha própria casa, eu só posso tá ficando doida
"Tem alguém aí também Eduardo?!"
"Não meu amor! Não tem ninguém."
"ENTÃO ABRE A BOSTA DESSA PORTA!"
"Espera! Tô me vestindo."
O pai e a filha são iguais, não nega a raça deles, eu tô muito biruta mesmo, eu saio pra trabalhar e a minha casa vira um cabaré
VOCÊ ESTÁ LENDO
Ilusão: O querer não é poder, o poder é não querer
Fiksi PenggemarOs pensamentos, as visões e as sensações da Simone, emergindo nas suas paranóias. Ela está apaixonada, A Soraya está apaixonada, Ou e só uma ilusão? ALERTA 🚫 escrita longa e demorada, com detalhes, muitos detalhes, não entre na ilusão.