Ilusão: O querer não é poder, o poder é não querer

o fim

  domingo

Eu já estava a quase duas semanas conversando com aquele loura, ela era tão legal e muito animada, bem maluquinha também, eu não tinha muitas amigas, e ela e realmente uma boa pessoa pra amigar. A Soraya me mandava algumas pouquíssimas mensagens, depois daquele dia no meu gabinete, ela quer tentar socializar de novo, eu que não quero mais, só me trouxe problemas e dor de cabeça; então as que eu não respondo, deixo no vácuo!. Ela acha que aqui é bagunça, pode entrar, destruir e sair a hora que quiser. Eu sei o meu devido valor.

     O Eduardo trouxe um álbum de fotos hoje. Eu nem lembrava que isso existia mais, tinha tanta foto, de toda a família. Me trazia uma nostalgia tão grande! Como que eu nunca notei os anos se passando? Claro que eu sabia que não era uma menininha, mas na minha cabeça eu ainda sou a mesma pessoa de quando eu tinha dezoito anos.

"Você se lembra dessa aqui?!"

Eduardo aproximou uma foto de 1500, nem acreditei! Que saudade!

"Claro que eu lembro né. Como que eu vou esquecer, a gente ganhou o troféu de casal mais animado dos anos 90."

Não contive uma risada de alegria, era tão bom ver isso! Olha só! Eu tinha pernocas lindas.

"SIM! E eu amei ter ganhado isso com você, a gente era tão jovem... Eu era um galã!"

"Aham. Galão mesmo. E olha só pra mim!"

"Besta!. Mas tá mais bonita agora amor!"

"É eu sei..."

"Aonde foi parar esse troféu?"

"A Duda e a Nanda usaram como apoio pra subir na estante e quebrou, lembra que ela levou ponto e tudo?"

"O QUE?! Você me disse que ela tinha caído de uma cadeira."

Vixi! Eu esqueci, mentira tem perna curta mesmo né. Se a gente mente uma vez tem que ficar falando essa mesma mentira pro resto da vida.

"Ah, é! eu esqueci de repetir a mentira."

Ele ficou me olhando com uma cara de deboche

"Pois agora você vai ter que ressarcir."

"Pega meu cartão!"

"Não, desse jeito não."

Ele se levantou e saiu correndo, era tão fofo ver ele correndo, parecia um pinguim. Ele voltou um tempo depois com uma caixinha de som e o celular, o que ele pretendia fazer? Strip não pelo amor de deus! Strip não pelo o amor de deus! Strip não!. Mas uma melodia carnavalesca invadiu o espaço, ERA CARMEN MIRANDA! Era uma marchinha de carnaval, foi a mesma música pela qual a gente ganhou o troféu. Ele estendeu a mão e me puxou do sofá.

"Sua hora de se redimir, amor."

Ah! Como e bom dançar. Eu amo muito, ainda mais essa música carnavalesca. A gente dançou muito, e óbvio que não era como antes, antes a gente não andava, nós pulavamos. Os passos agora estão mais desengonçados, o ritmo mais lento, mas a alegria era a mesma. Fazia tanto tempo que nós dois não nos divertimos assim! Parece que agora somos duas pessoas reais, sem segredos e sem as máscaras, tudo parecia mais leve agora. Nós dois estávamos dançando há horas, não sei qual dos dois mais suados.