hot (dog) fatiado

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Eu nunca tinha visto essa mulher tão doida como hoje, ela estava me olhando estranho e toda hora rindo, como se a minha cara fosse muito engraçada, e ela tava com um cheiro estranho, até cogitei que ela estivesse drogada, era a unica opção viável, nem prestar atenção na sessão ela estava.

"Soraya? Tá tudo bem querida? Você tá passando mal?"

Ela estava de cabeça baixa olhando os sapatos por tempo o suficiente pra alguém achar estranho

"Oi?! Eu quero mel." E ela começou a rir de novo

"Tá tudo bem? Porque voce tá assim?

"Nada não. Mas você sabe né amiga... As vezes a gente dá uma exagerada no..."

"Que? você está doida mesmo"

"Deixa pra lá."

Ela não estava nada bem, eu acho que era a minha vez de sentar mais perto pra ficar de olho, eu coloquei minhas coisas junto da mesa dela e as nossas cadeiras grudadas

"Que fofinha! Você é muito lindinha Simone." Ela começou a rir e apertou minha bochechas como se eu fosse uma criança

"Para!" Abaixei as mãos dela, eu odiava quando alguém fazia isso

"O que foi simoninha? Você não gosta dos meu carinhos."

Nem responder eu ia, pra não puxar assunto com doido, e tentei me concentrar na sessão

"Fala comigo Simone, você não gosta de mim?"

*Porra que mulher chata*

"Não gosta quando eu chego perto, não gosta quando eu te trato bem e nem quando eu..." Ela chegou bem perto e sussurrou no meu ouvido "te beijo" confesso que meu corpo inteiro entrou em pane e o arrepio tomou conta

"Foi você que disse que isso nunca daria certo, lembra?"

Sussurrei de volta

"Verdade!"

Ela se desencostou e ficou seria olhando pra frente, eu estava morrendo de medo dela começar a chorar do nada, coisa que ela faz com bastante frequência, eu não ia saber o que fazer, mas pra minha surpresa pareceu que entrou o espírito de volta pro corpo dela. Mas ainda sim fiquei do lado dela, eu me preocupava demais com ela. Nós fizemos uma pausa pro almoço e eu pretendia almoçar sozinha até a Soraya sair me puxando.

"Almoça comigo"

Foi a única coisa que ela disse, nem me convidou só me intimou. Nós entramos no gabinete dela e eu juro que o cheiro quase me tombou e me fez entrar em coma instantâneo, puta merda! Nem era considerado fedor, era uma catinga.

"Soraya!! Que cheiro podre é esse?"

Ela respirou bem fundo arrancando a máscara do rosto e tirou um saquinho de dentro da gaveta, eu optei por deixar a minha no meu rosto mesmo

"Uma advogada tem que fazer o possível pra se manter calma."

Aquilo era maconha? Meu deus! De perto era muito mais fedida do que de longe, e certo que na minha época eu dei uma experimentada, eu não julgava ela, eu também tinha meus cigarrinhos pra tirar o estresse mas só os usava bem de vez em quando, parei quando o Eduardo foi me beijar e sentiu o gosto, e acabamos discutindo e eu descidir parar mas a verdade e que eu manti eles comigo por mais um tempo até que fui parando aos poucos.

"Você fuma aqui dentro do gabinete? Tá louca? La de fora da pra sentir."

"Pois que sintam, e se reclamarem eu fumo dez de uma vez."

Eu estava abismada, ela realmente perdeu o juízo

"Me acompanha?" Ela ainda ofereceu

"Claro que não né Soraya."

Ilusão: O querer não é poder, o poder é não quererOnde histórias criam vida. Descubra agora