04: O Beco Diagonal

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Harry acordou com a cabeça latejando.

A primeira coisa que ele pensou foi que tivera um sonho muito estranho. Ele ainda estava no armário e tinha fantasiado sobre um homem vestido de preto e alguma coisa sobre magia. A qualquer momento, Harry tinha a sensação de que Petúnia abriria a porta e ele teria que fazer o café da manhã.

O som de passos firmes e rápidos chamou a atenção do menino, fazendo-o se contrair em posição fetal. O colchão macio afundou quando ele se mexeu, quase disparando um alerta silencioso em sua mente.

— Eu sei que está acordado, Potter, sente-se.

Não era um sonho, então. O dia anterior realmente tinha acontecido. Eu fugi! Estou livre deles! Mas.. Se não estou nos Dursley, onde é que eu estou?

Erguendo o corpo devagar, um casaco quente foi jogado em seu colo com um rosnado de Snape para colocá-lo.

Ah. O homem-morcego.

— Há quanto tempo eu estou fora, senhor? — A criança temia estar atrapalhando o professor de seus deveres. — Eu ainda tenho que pegar um ônibus, então..

— Oito horas e meia. Você não vai a lugar nenhum antes de eu explicar algumas coisas — declarou o homem, abrindo um armário de parede e começando a procurar alguma coisa entre frascos estranhos.

Harry se permitiu relaxar o mínimo possível na cama e finalmente observou onde estava. A cama era grande, com um edredom preto, lençóis brancos e travesseiros negros. Também tinha um dossel de cortinas cinzas, parecido com os que sua professora do jardim de infância contava nas histórias de princesa. Na parede de frente havia uma porta, provavelmente um banheiro, e um enorme guarda-roupa de madeira escura e o armário de frascos. Na lateral esquerda, a porta ainda aberta dava para um corredor mal iluminado. O outro lado tinha uma enorme janela, com vista para um jardim bem cuidado. Parece ser o quarto do professor.

Snape voltou alguns segundos depois com um potinho do que parecia ser pomada para hematomas e um copo que tinha tudo menos água. O homem entregou-lhe o copo e sentou na beirada da cama, suspirando.

— Beba, Potter, vai fazer você se sentir melhor. — O menino encarou o copo, desconfiado e desejando que Arya estivesse com ele ali; apenas para dizer se algo estava errado com o líquido. Como se lesse seus pensamentos de novo, o professor respondeu: — Isso é uma poção Pepper Up, para melhorar seu organismo — o modo palestrante do homem deu as caras. — E quanto a sua notável cobra, criança, está caçando no meu jardim; embora eu devesse ter transformado ela em ingredientes para poções por quase ter me mordido.

— Desculpe por isso, senhor — replicou o menino, depois de virar o copo de poção goela abaixo para não sentir o gosto. Fazendo careta, ele completou: — Arya nunca esteve em contato com nenhum humano além de mim..

Com uma sobrancelha arqueada, o professor abriu o frasco de pomada e ofereceu-o para a criança, que ainda o encarava desconfiadamente.

— Realizei um feitiço diagnóstico em você, garoto — Snape não comentou sobre o encolhimento que isso causou em Harry. — Essa é uma solução anestésica. Passe sobre os hematomas em sua costela e coxa, vai aliviar a dor.

Conflitante sobre o comportamento do adulto, que fugia de tudo que Harry aprendera a esperar deles, o menino pegou o frasco e timidamente questionou o professor para que ficasse de costas enquanto aplicava a si mesmo a pomada. Quando o homem se levantou e virou, ainda em um giro ensaiado de vestes, os dedos pequenos de Harry espalharam a solução delicadamente sobre a pele machucada. Metade do conteúdo do frasco depois, a criança se certificou de que os machucados estavam cobertos novamente antes de fazer um som com a garganta para chamar a atenção do homem.

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