13: O Peso das Asas

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O sol nascendo no céu morno de setembro refletia nas águas profundas do Lago Negro, iluminando todos os ambientes da sala comunal da Sonserina com uma luz verde etérea. Do lado de fora das janelas, pequenas criaturas marinhas viviam tranquilamente e alguns sereianos podiam ser vistos ao longe.

Dentro do segundo quarto da sala comunal privativa do primeiro ano, no corredor mais frio da masmorra, enquanto Theo ainda dormia feito uma pedra; Harry já estava acordado, alerta e pronto para o dia. Depois de onze anos acordando cedo, era reconfortante voltar a consciencia e sentir o peso familiar de Arya enrolada em seu pescoço.

Precisamos conversar, Hazzy — sibilou a cobra, deslizando pela colcha perfeitamente alinhada da cama do jovem bruxo. — Não gosto de como esse Dumbless tentou ser sorrateiro com você. — Harry ofereceu o magricelo pulso esquerdo para que a amiga se enrolasse antes de se aproximar da janela subaquática. — A partir de agora, vou com você durante o dia. Não vou te deixar sozinho durante o dia, meu menino-ninho.

— Ary... — Harry hesitou por um momento, o não na pontinha da língua; mas sabia que discutir com Arya era inútil. A pequena serpente era muito determinada. — Tudo bem — o menino respirou fundo, deixando-a deslizar até o poleiro favorito. — Mas você tem que ficar escondida o tempo todo — concluiu ele, ajustando o manto do uniforme da Sonserina para cobrir bem a serpente enrolada em sua cintura.

A sensação do corpo escamoso de Arya contra sua pele trazia-lhe sensação de casa — não casa, um lugar, mas casa, um momento. Harry passou em sua cabeça todas as noites em que ele a segurou apertado contra o peito, na tentativa vã de esquentar ambos no ármario gélido nos Dursley. Sacudindo a cabeça, Harry saiu do dormitório, encontrando Draco e Zabini no salão comunal do primeiro ano.

Os três meninos seguiram juntos para o Salão Principal, onde a comida já estava sendo servida. O cheiro de ovos e bacon frescos permeava o ar, e Harry sentiu seu estômago embrulhar com o cheiro tão familiar — será que agora era Tia Petúnia quem fazia o bacon dourado para Duda? Ou era ele quem cozinhava para o Tio e a Tia? Será que, se fosse o caso, ele também levava um golpe de frigideira quente na nuca se o bacon queimasse?

Sentou-se à mesa da Sonserina, ao lado de Draco, e começou a se servir quando uma coruja cinza e robusta pousou diante dele. Arya começou a apertá-lo em alerta, falando sobre como corujas comem cobras, e Harry ficou encarando a ave de forma confusa até Draco apontar o bilhete na perna da coruja.

O lado de fora do papel não tinha nenhum tipo de identicação e, sem saber quem poderia ter escrito para ele, o menino apenas guardou-o no bolso e espantou a ave de cima da mesa; que piou irritada enquanto voava para longe.

Draco, curioso como ninguém que Harry tivesse conhecido antes, não se aguentou e logo perguntou:

— De quem é, Harry? É de casa?

O menino congelou. Como explicar que os Dursleys nunca nem se dariam ao trabalho de sequer lembrar que ele existia? Harry também não era tão bobo e infantil de acreditar que não teria que voltar para lá, de certo o homem morcego nunca deixaria-o voltar para a mansão.

— Não sei, Draco — respondeu finalmente, tentando parecer despreocupado. — Não tem nome. Vou ver depois.

A resposta parecia satisfatória o suficiente para Draco, que deu de ombros e voltou a comer seu mingau. Zabini, sempre observador, apenas arqueou uma sobrancelha, mas também não fez mais perguntas. Harry, no entanto, não conseguia afastar a sensação de inquietação. O bilhete queimava em seu bolso como se tivesse sido encantado com algum feitiço de aquecimento.

Depois do café da manhã, as aulas começaram. Harry se esforçava para manter a concentração, mas sua mente vagava constantemente para o bilhete misterioso. Arya, enrolada firmemente em sua cintura, mantinha-se quieta, mas ele podia sentir sua presença tranquilizadora.

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⏰ Última atualização: Jul 25 ⏰

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