06: A varinha gêmea

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— Olá, Harry Potter. Eu estava esperando o senhor!

Harry engoliu o grito de susto preso na garganta, segurando Arya firmemente com a outra mão. Se o homem-morcego tinha se assustado, ele não demonstrou em momento algum. Diante do balcão empoeirado agora estava um velho, com grandes olhos claros que brilhavam feito a lua na penumbra da loja.

Envergonhado, o menino aproximou-se do artesão antes de responder: — Olá.. Você deve ser o senhor Olivaras?

O velho deu a volta no móvel velho, aproximando-se da criança ao passo em que o Professor Snape puxou o menino um tanto para trás pelas costas do manto de verão emprestado.

— Achei que ia vê-lo em breve, Senhor Potter, as árvores já estavam começando a sussurrar! — Animado na mesma proporção em que estava velho, Olivaras se arrepiou no lugar enquanto seus olhos ficaram vidrados na cicatriz de raio por alguns segundos. — Seus olhos são verdes como os de sua mãe, parece que foi ontem que ela esteve aqui comprando sua primeira varinha.

— Você conheceu minha mãe? — A pergunta escapou antes que Harry pudesse se conter. Arya testou o gosto da pele do menino e começou a sussurrar sobre como seu humano estava nervoso.

— Uma cobra, garoto, peculiar.. — Não era uma pergunta, o velho falou de forma etérea. — Vinte e seis centímetros de comprimento, meio flexível, corda de coração de dragão. Era feita de Salix nigra, conhecido como salgueiro negro, e tinha altas propriedades curativas. Toda varinha Olivaras tem o núcleo feito a partir de uma substância originária de uma criatura mágica, Senhor Potter. — O velho parou e seu olhar ficou ainda mais vidrado, se é que era possível. — Não há duas varinhas iguais no mundo, assim como não há unicórnios, dragões ou duendes iguais.

Olivaras chegou ainda mais perto do menino. Harry desejou desesperadamente que ele piscasse — aqueles olhos prateados estáticos estavam aterrorizando-o. O homem-morcego continuava em silencio como um mero observador.

— Seu pai foi escolhido por uma varinha de mogno e Deminguise. Vinte e oito centímetros, flexível e, com um pouco de poder, ótima para transfigurações. — Repentinamente, o fabricante de varinhas abruptamente correu para uma das prateleiras mais no fundo do lugar decrépito. — A varinha escolhe o bruxo, Senhor Potter. Cada bruxo só pode usar corretamente a varinha que lhe for leal, seja por conexão ou por conquista.

Ok, isso realmente estava ficando assustador! Podemos sumir daqui?, pensou o menino, torcendo de dedos cruzados para que o professor pudesse ver as palavras em sua mente. Ainda procurando algo entre as caixas retangulares da estante, o artesão continuou:

— Lamento ter que dizer-lhe que eu mesmo vendi a varinha que lhe deu esta cicatriz. — Finalmente, o velho achou uma caixa envelhecida, quase amarela de tão puída, e veio assoprar a poeira bem no nariz de Harry. — Trinta e cinco centímetros, inflexível. Uma varinha de núcleo poderoso, se me permite dizer. Pudera! O núcleo dela era raro e volátil, a Pena de Fênix. Se eu ao menos soubesse o que a varinha andava fazendo..

Desesperado, o menino sentiu Arya se enrolar em seu pescoço e assumir uma posição ameaçadora diante de seu medo. Harry virou o rosto para o homem-morcego e implorou silenciosamente com os olhos por esclarecimentos.

A caixa deteriorada foi aberta e deu visão para uma varinha irregular, que para o menino parecia um graveto mal lapidado. O interior da caixa estava cheio de teias de aranha, com alguns insetos infelizes presos, mas o velho artesão pegou o objeto seguramente guardado e passou a analisá-la criticamente.

— É, por que não? — Resmungou o Sr. Olivaras. — Vinte e oito centímetros, azevinho e Pena de Fênix. Inflexível, mas poderosíssima. Experimente-a.

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