Maya é uma garota jovem e responsável que se vê afundada em dívidas do passado, em busca de soluciona-las ela resolve aceitar o pedido de seu chefe bilionário.
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Sai do escritório ainda meio atordoada com as palavras de Melissa e procurando por Enrico, olhei por entre as pessoas, mas com a multidão não conseguia ver ninguém que eu conhecia, ouvi alguém falando ao microfone e era o Daniel, ouvi uns aplausos e olhei para o palco
— Então esse ano também teremos um leilão durante o baile e um dos nossos mais raros itens é um colar de diamantes usado por ninguém menos que a rainha da Inglaterra, espero deixar todos ansiosos por esse leilão — ele falou e começou um burburinho — Agora meu filho Enrico dará algumas palavrinhas a todos vocês — ele anunciou
Houve uma salva de palmas extensas até que ele subisse ao palco.
— Boa noite a todos, espero que estejam sendo bem atendidos e que estejam se divertindo — ele falou — Recentemente saíram algumas notícias que provavelmente todos os presentes já devem ter escutado, tem uma mulher muito especial em minha vida agora e não quero que vocês a conheçam por noticiários ou manchetes, senhoras e senhores conheçam Maya Harris — ele anunciou, me procurou no meio da multidão e quando me viu sorriu levemente
Me aproximei, querendo enfiar minha cabeça no chão, e subi ao palco
— Olá — dei um sorriso meio sem jeito
— Bom, agora que já estão apresentados gostaria de dizer algumas palavras — ele me olhou — Maya, desde que nos conhecemos sinto coisas diferentes, você sempre foi excepcional em seu trabalho e diferente do que muitos podem imaginar nunca me viu com a cara do meu dinheiro, você sempre me tratou como um amigo além de chefe e sempre me auxiliou em problemas dentro da empresa, me dando bons conselhos sempre que precisei — pegou em minha mão — Você vem sendo minha parceira de trabalho por anos e agora quero que seja na vida também — se ajoelhou, ouvi as pessoas exclamarem surpresos — Maya Harris, quer se casar comigo? — perguntou tirando uma caixinha do bolso
Me espantei e sorri para completar toda a nossa cena, parecia um verdadeiro filme
— Sim!!! — tentei parecer o mais animada possível e abracei o mesmo, que se levantou
Ouvi comentários fofos e, em seguida, um corro de "beija" e quis pular da ponte. Enrico sorriu me olhando e eu concordei minimamente, ele se aproximou nos juntando e me beijou tocando minha nuca e minha cintura, o beijo me deixou atordoada, parecia que nossas bocas se encaixaram da melhor maneira possível e o beijo estava extremamente prazeroso, nos soltamos e ouvimos as pessoas comemorarem.
— Isso foi... — ia comentar, Enrico me olhou
— Sim, eu concordo totalmente — ele respondeu
— Enrico — o pai dele se aproximou — Olá Maya — sorriu para mim
— Olá, senhor Daniel — falei sorrindo
— Pode me chamar apenas de Daniel, seremos uma só família agora, parabéns pelo noivado, estou muito feliz por vocês — me deu um leve comprimento — Preciso de você alguns instantes — ele olhou para Enrico
— Volto logo — Enrico falou para mim e eu concordei
Fiquei meio atordoada por ficar sozinha, não conhecia ninguém que estava em minha volta, caminhei pelo salão observando todos os cantos até ser parada por algumas mulheres.
— Olá, Maya — elas me olharam dos pés à cabeça — Parabéns pelo noivado — uma delas comentou
— Oi, obrigada — sorri simpática
— Você está grávida? — outra perguntou sem vergonha alguma de suas palavras
— O quê? — perguntei confusa
— Claro que Enrico só a pediria em casamento se você estivesse grávida, o agarrou pelo golpe da barriga — a senhora comentou olhando para as outras mulheres
— Eu não estou grávida e é extremamente desrespeitoso fazer esse tipo de comentário — falei tentando manter a classe
— Você ainda tem coragem de nos questionar — uma delas disse — Daniel e Melissa só podem ter perdido o juízo ao deixar gente do seu tipo se misturar conosco, você é apenas uma secretária querida, aceite isso — continuou
— A senhora é muito mal-educada e deveria ter vergonha de dizer algo assim a alguém, seja menos inconveniente da próxima vez e não espere um convite do casamento porque nenhuma de vocês irá sequer ver a cor — avisei e saí de perto delas
Precisava de ar fresco, vi o jardim quando chegamos, talvez eu possa ir dar uma passadinha por lá, caminhei devagar até a saída.
— Maya — ouvi me chamarem, vi Antonella — Tudo bem com você? — perguntou
— Preciso de um pouco de ar, tudo bem se eu der uma volta no jardim? — perguntei
— Pode ficar à vontade, está um pouco frio lá fora, o vento está forte — ela avisou receosa com a ideia
— Não se preocupe, eu volto em alguns minutos — respondi e ela concordou
Desci as escadas indo em direção ao grande jardim em minha frente, passei os portões brancos da entrada e, apesar de estar escuro e ameaçando uma possível chuva, o jardim continuava impecável, caminhei por entre os corredores grandes e entrei em um labirinto alto de flores. O jardim era bem extenso, então fui caminhando e observando os lindos lírios variados que eles haviam plantado. Amo lírios.
Me perdi nos pensamentos e só voltei à realidade quando meu celular começou a vibrar e tocar:
— Olá, boa noite, Maya Harris? — o homem falou
— Sim, quem é? — respondi sem saber do que se tratava
— Somos do banco que te ligou essa semana, gostaríamos de avisar que recebemos sua transferência e agradecemos por quitar a sua dívida conosco, já encaminhei um e-mail para a central pedindo que retirem o seu nome da nossa lista de não pagantes, o seu saldo deve ser atualizado amanhã de manhã, em caso de alguma dúvida entre em contato com... — a ligação estava falhando — Alô? — ele chamou
— Oi? — respondi, ouvindo sua voz cortar
— Acho que o sinal está ruim devido ao temporal que está previsto — Ele alertou
— O quê? — perguntei novamente
A chamada caiu, o vento forte trouxe com ele uma chuva forte de repente, tentei correr para voltar para dentro, mas meu pé torceu quando corri na grama e eu caí no chão em meio à chuva.
Senti o frio da grama gélida em meu corpo e gemi de dor ao tentar me levantar
— Porcaria de sapato! — reclamei, tirando-os rapidamente, a chuva engrossou mais ainda em segundos e eu já estava encharcada, um trovão soou bem alto e as luzes do jardim piscaram — Não não não... — a luz apagou e parei de ver tudo a dois palmos do meu rosto.
