Um temporal fora de hora

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— Estou feliz que tenha aceitado meu conselho, filho — meu pai falou me olhando — Mas não achei que as coisas entre vocês estivessem tão bem resolvidas — ele comentou

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— Estou feliz que tenha aceitado meu conselho, filho — meu pai falou me olhando — Mas não achei que as coisas entre vocês estivessem tão bem resolvidas — ele comentou

— Está tudo bem entre nós, fico feliz em ter encontrado a mulher certa para mim — respondi e ele pareceu satisfeito com a minha resposta

Não queria mentir para a minha família, mas as medidas que devem ser tomadas para haver um bem maior. O papo do meu pai e alguns investidores estava entediante, confesso que o beijo de Maya não me deixava focar 100% em nada do que eu estava fazendo. Minutos depois que me soltei dela, o beijo se encaixou perfeitamente no meu.

A chuva forte começou de repente, batendo nas janelas e balançando todas as cortinas, assustando algumas pessoas. As luzes piscaram e eu olhei em volta para ver se via Maya. Dois segundos depois, as luzes se apagaram e um breu tomou conta do lugar.

— O que é isso? — meu pai perguntou confuso

— Não faço a mínima ideia — liguei minha lanterna e tive um clique que me fez lembrar de algo — Preciso achar Maya — falei clareando a minha volta, a chuva ficava cada vez mais forte, batendo com força, sorte que os vidros eram temperados

Caminhei entre as pessoas agitadas devido à falta de luz e trombei com Matteo e Antonella, que andavam juntos, clareando o caminho com os seus celulares.

— Vocês viram a Maya? — perguntei olhando para eles

— A última vez que eu a vi, estava indo ao jardim dar uma olhada nas flores — Antonella me olhou preocupada

— Merda — Andei rápido em direção às portas — Abram as portas — pedi aos seguranças que conversavam com a minha mãe

— Enrico está caindo o mundo lá fora, devia ter me atentado às notícias de hoje, você não pode sair, é muito perigoso — Minha mãe ficou preocupada

— Minha noiva está lá fora e eu vou sair de qualquer jeito — falei indo até a porta e abri.

O vento e a chuva que estavam na porta entraram com força e as pessoas que estavam por perto gritaram, se afastando da direção

— Enrico, pelo amor de Deus, meu filho, cuidado — ouvi minha mãe gritar quando corri em direção ao jardim, a chuva estava tão forte e o escuro não me ajudava a ver nada.

Puxei os portões do jardim e chamei por Maya várias vezes, o mais alto que consegui, andando à frente, ela não respondia, o que me deixa extremamente preocupado

— Enrico, estou aqui! — ouvi baixo e corri em direção à voz

Meu celular que clareava com a lanterna já estava falhando pela chuva, o dela já tinha apagado, me aproximei dela, que estava no chão sentada e encolhida com os olhos fechados

— Maya — peguei-a no colo que soluçava aos prantos — Tudo bem, estou aqui, vamos entrar — falei agarrando firme seu corpo

— Enrico, me tira do escuro, por favor, eu estou com muito medo... — pediu, se segurando em mim como se fosse cair se eu a soltasse

— Estou com você, não precisa sentir medo, eu estou aqui e você está segura — andei o mais rápido que podia, subi as escadas em direção à porta e assim que nos aproximamos, as portas se abriram

— Graças a Deus — Minha mãe e meu pai já estavam com toalhas — Maya, você está bem? — ela perguntou

— Eu... eu... — Maya tentou falar, mas sabia que ela estava em estado de choque

— Está tudo bem baby, já estamos aqui dentro, veja como todas as pessoas estão clareando o salão — falei e ela, que estava com o rosto afundado em meu peito, se virou devagar e viu todas as pessoas do salão nos olhando — Está segura — sussurrei para ela

— Obrigada... — falou puxando as toalhas e tentando se cobrir do frio, seus lábios já estavam parcialmente roxos

— Tudo bem, pessoal, organizamos os quartos de hóspedes e vamos acomodar todos vocês aqui, pelo jeito que está, não passará tão cedo e ainda que passe ruas poderão estar fechadas e seria um transtorno, fiquem tranquilos e sigam as instruções dos funcionários, por gentileza — meu pai anunciou a todos

Subi as escadas com a ajuda de Matteo, que iluminava o caminho e entrei em meu antigo quarto.

— Se precisarem de algo, chamem no quarto ao lado — Matteo disse e eu concordei

— Antô vai ficar com você? — perguntei olhando para ele

— Não sei, mas qualquer coisa, vou até ela — concordei e fechei a porta do quarto

As luzes piscaram e se reacenderam.

— Graças a Deus — ela sussurrou e eu olhei em seus olhos

Desci-a do meu colo e ela se ajeitou, olhando a roupa ensopada.

— Vamos dormir com a luz ligada, tudo bem? — avisei e ela concordou apenas acenando — Me deixe ver seu tornozelo — pedi, me aproximando e vendo ela esticar a perna

— Acho que eu apenas torci enquanto corria para sair do jardim — ela comentou sem jeito

Analisei e realmente não parecia ser nada grave, apesar de ver que ela sentia um pouco de dor ao mover pela careta que fez

— Sim, está tudo bem — concordei — Vista uma roupa seca e quando terminar posso te ajudar com um remédio — falei abrindo o guarda-roupa.

— Obrigada — agradeceu, me olhando

— Eu não tenho muitas opções por aqui, então vista o que achar mais confortável — avisei, analisando-a.

Ela caminhou até o guarda-roupa e, em seguida, foi ao banheiro, procurei algo para vestir e me troquei rapidamente, colocando a roupa molhada em um cesto. A porta do banheiro se abriu e ela estava com uma camiseta preta sem detalhes e usando minha cueca como um short, achei engraçado

— Ficou melhor em você — falei e ela deu um leve sorriso, se sentando na cama

— Posso dormir no chão se preferir — falei torcendo para que ela não gostasse dessa ideia, está um frio terrível e seria péssimo dormir no chão

— Estamos no seu quarto, não posso te fazer dormir no chão — falou — Pode deitar aqui — avisou deitando e chegando para o lado

— Ótimo, eu pularia da sacada se tivesse que dormir no chão. Está muito frio — me deitei na cama e puxei as cobertas sob nós.

Ficou um silêncio meio estranho, mas logo Maya o quebrou.

— Não achei que sentiriam a minha falta em meio a tantas pessoas — ela comentou me olhando

— Foi a primeira pessoa em que pensei quando as luzes piscaram — respondi a ela — E eu já estava louco para sair do papo chato do meu pai — expliquei, fazendo ela sorrir

— Fiquei com muito medo, o escuro completo me deixa apavorada — trovejou e ela se encolheu na cama parecendo incomodada com a força da chuva

— Tudo bem, venha até aqui — pedi e ela me olhou com dúvida, abri os braços e ela se aproximou devagar ainda meio tensa — Você não precisa se preocupar com nada, estou aqui e vou ficar a noite inteira acordado se for isso que você precisa para descansar — avisei e ela concordou quando abracei ela um pouco mais forte

— Não me deixe sozinha, Enrico — pediu baixo

— Nem por um minuto, te levarei até o banheiro comigo de madrugada — brinquei e ela riu

— Prometa — ela pediu, levantando o dedinho, esse gesto me lembrou Antonella, que tem esse costume desde criança

— Está de brincadeira comigo — falei e ela me olhou com a cara mais séria do mundo, aproximei nossos dedinhos, colocando um ligado no outro e ela sorriu satisfeita

— Prometo — concordei vendo seu sorriso.

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