Olhos sanguinários +18

Regalias de crueldade

*S/n on*

" E você, Princesa dos Uchihas, é a única motivação. Ele te espera, desejando.

Em cavalos de Caos e Morte, vem o Mestre retornando"

S/n - Não!!! - acordei em um grito.

Meu coração disparava no meu peito e meus cabelos estavam grudados ao redor do rosto e pescoço pelo suor. Todo o meu corpo tremia com a memória da voz rasgada daquela velha. Dos seus olhos enevoados e vidrados. Eu sentia meu corpo todo gelado, como se fosse impossível que o meu próprio sangue me mantivesse aquecida.

Eu afundei novamente no travesseiro, tentando respirar fundo e acalmar meus batimentos.

Um aroma picante e chuvoso fez cócegas no meu nariz, arrancando-me suavemente daquele tormento.

Porém, quando rolei na imensa cama encontrei muito espaço nela. Espaço demais.

Abri os olhos de uma vez, dando conta de que Tobirama não estava mais abraçado a mim. Tampouco do outro lado da cama. Ergui o tronco, meu coração acelerado, e olhei ao redor no quarto: nada.

Eu poderia ter me sobressaltado e saído furiosa atrás de Tobirama, mas a verdade é que eu sabia que provavelmente o Lua Vermelha estaria vazio naquele momento. Ou então algum Uchiha havia achado o Senju, destroçado os seus membros e espalhado os pedaços pelas ruas de Hono.

Me levantei calmamente. Minhas bochechas coraram quando eu tive consciência de que Tobirama havia acordado e me visto deitada do seu lado de lingerie. Imediatamente peguei a camisa cinza que estava na cabeceira da cama e a vesti.

Descalça pelos corredores, agucei o chakra para ver se notava a presença de alguém ou de Tobirama. Mas nada, estava completamente vazio.

Quando o corredor principal acabou e o cheiro de incenso e fumo chegou às minhas narinas, eu senti o chakra de Tobirama.

O albino estava sentado em um dos bancos de frente para o bar. Tinha algo no copo transparente que ele segurava. Seus cabelos estavam bagunçados e ele usava apenas uma calça baixa, exibindo aqueles músculos infernais e perfeitos. Suas costas largas pareciam quase esculpidas, as cicatrizes desenhando o contorno da coluna e escápulas. Ele parecia perdido em seus próprios pensamentos, observando o fundo do copo com as sobrancelhas franzidas e tensão sobre os ombros, de tal forma que nem me notou chegar.

Enquanto eu permanecia parada ali, observando-o em silêncio, só conseguia repassar a noite anterior. Só conseguia lembrar do tormento em seus olhos quando ele chegou, a forma como ele estava despedaçado e sem armadura alguma. O jeito como me olhou, tocou e, principalmente, as palavras que saíram da sua boca.

Talvez eu estivesse demorando tanto tempo para ir até ele por estar com medo de como seria essa interação. Ainda estávamos sozinhos no Lua Vermelha, eu ainda tinha na memória as imagens do meu gejutsu, a sensação de ter Tobirama sob a minha pele e aquele formigamento no estômago só por estar ali perto dele.

Tobirama - Achei que você fosse dormir mais.

Eu pisquei quando ouvi a sua voz, quase me assustando com o som que quebrou o silêncio.

S/n - Eu nem deveria ter dormido, pra início de conversa. - Falei, finalmente andando e puxando o banquinho ao lado dele.

Tobirama - E por que não?