●Na escola●

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   Acordo em uma das pontas da cama sem coberta e com meu irmão em cima de mim.

- Sai demônio!- murmuro com raiva.

- Eu não sei como planta do início...- ele responde

   Desisto de tentar acordar ele e dou um beijo de bom dia nos meus pais. Preparo o café da manhã, minha mochila e vou para a escola. É segunda-feira...nem temos tempo de sentir o luto pelos entes queridos que não sobreviveram a Noite de Caçada.

   Quando chego na escola corro na direção de um mural que mostra quem não conseguiu sobreviver ou desapareceu. Procuro em todos os papeis e suspiro aliviada quando não vejo o nome de nenhum dos meus amigos. Tiro uma foto e vou para o lado da escola que pertence as presas, lá eu encontro Sammy com seus 1,70 conversando com a Charlote com seus 1,35. Chega a ser engraçado ver o cervo de cabelo marrom e olhos azuis ajoelhado para conversar com a coelha negra e esbelta.

- Bom dia gostosa!- disse batendo na bunda da Charlote.

- Bom dia.

- O que aconteceu? Você está muito...quem não sobreviveu?- Lá se vai minha tentativa de melhorar o clima pós-caçada.

-Meu tio.

   Olho para Sammy que por sua vez diz:

-Minha prima.

   Puxo os dois para um abraço e ficamos assim até a hora da aula de Geografia. Odeio a matéria, sou péssima em localização.

   O início da aula é igual aos anos anteriores com a mesma breve introdução da separação dos três grandes continentes: Leo, Serpens, Pistris. Passo metade da aula dormindo e a outra consolando meus amigos.

   O restante do dia foi chato e melancólico, várias pessoas choravam pelos corredores e flores foram colocadas nos cacifos daqueles que morreram. Estou saindo da parte das presas quando vejo Amanda distraida e me lembro da promessa que fiz. Vou  em direção dela como se não quisesse nada e quando chego perto o suficiente acerto um soco na cara da onça.

- Porra isso foi tão bom!- Falo mais para mim mesma.

- Sua vadia! Você tem merda na cabeça?- Ela grita e começa a avançar, e eu que não sou boba nem nada já estou correndo para a área das presas.

   Nem havia chegado direito e Charlote me dá um tapa na cara e começa a me chamar de louca, já Sammy está ocupado rindo e debochando da cara da onça.

- Desculpa...juro que não faço mais isso sem você deixar.- Digo só para que ela pare de me bater e gritar. Óbviamente se houver uma oportunidade eu vou chutar a Amanda e não socar, cumprindo o juramento que acabei de fazer.

- Acho bom! E você!- Charlote gritou enquanto puxava a orelha de Sammy.   - Pare de por fogo no parquinho, senão é o próximo que vou bater.

   Ele concorda com a cabeça e ficamos uns bons minutos esperando Amanda sair para podermos ir para casa.

   Em casa sou recebida com silêncio. Entro lentamente e vejo se tem alguém no andar de baixo. Quando não encontro ninguém decido subir e olhar em todos os quartos, tomando cuidado ao entrar no quarto do meu irmão, cuja a porta estava entreaberta...ele sempre tranca a porta. Na cama dele eu encontro um bilhete e cartão com um número.

   Você e meu filho não foram nem um pouco discretos. Seus pais estão bem, mas seu irmão é outra história. Estou aberto a negociações sobre o destino dele, é só me ligar e marcaremos uma data e hora.
                                              Roger Vulpes
  
   Me sento na cama e começo a me desfazer em lágrimas. O que eu faço?

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Oii!!! Sinto muito por não ter enviado o capítulo ontem, eu estava sem internet.
Deixem nos comentários o que estão achando.
Tenham um bom dia/tarde/noite.
;3

Cercada Por Predadores Onde histórias criam vida. Descubra agora