●Eu não sei o quê fazer!●

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   Eu não sou burra ao ponto de ligar imediatamente, mas isso não significa que eu não fiquei imaginando como Luck estava sendo tratado. Sabia que se ligasse agora acabaria fazendo alguma merda e que se falasse para a polícia Róger só precisaria inventar uma desculpa esfarrapada e culpar o meu irmão.
   
    Faço várias pesquisas e descubro que ele é uma das raposas no comando da espécie, para ser mais exata ele é o segundo no comando e possui ideias horriveis sobre centenas de coisas.
 
   Dou um gritinho de susto quando meu celular começa a vibrar. É um número desconhecido. Não acho que seja Róger, não faria sentido ele colocar na carta um número para eu ligar se ele que iria ligar, e eu salvo todos os contatos.

   Atendo a chamada e coloco no viva-voz.

- Olá, é o Mikhail a raposa que te ajudou.

   Não respondo.

- Eu sei que você está escutando, então presta atenção no que eu vou falar. A essa altura já deve ter lido o bilhete. Não sei onde o seu irmão está e não posso ajudar em muita coisa, mas irei fazer o possível para te ajudar.

- Isso óbviamente é uma armadilha, vocês vão me matar. -murmuro.

- Se meu pai quisesse você morta acha mesmo que já não estaria? E se eu quisesse você morta não teria te salvado antes.

   Ele está certo. Se uma raposa com influência quisesse uma coelha morta bastaria um estalar de dedos, e não faria sentido me salvar para me matar.

- Eu adimito que não sei exatamente o que ele quer, até onde sei ele não se importa com coelhos- Mikhail faz uma pausa quase longa demais- menos nas noites de caçada.- Ele fala mais baixo.

- Eu pretendo esperar os meus pais chegarem para tentar resolver. Não estou afim de tentar ser a heroína e acabar enterrada a sete palmos.- Falo com a voz mais firme do que me sentia.

- Se sobrar algo para enterrar...enfim faça o quê achar melhor. Eu vou tentar descobrir onde ele está, qualquer coisa eu te ligo.

- Por que você está me ajudando?- Pergunto antes que a raposa possa desligar.

- Mesmo que tenha sido com uma boa intenção eu que te coloquei nessa merda. Me sinto na obrigação de te tirar dela.- Ele desliga quando termina de falar.

   Já são 19:44 quando meus pais finalmente chegam em casa.

- Vocês podem sentar por favor? Eu preciso conversar com vocês.

- Está tudo bem meu amor?- Meu pai pergunta.

- O Lu...Lu...Luck- Começo a chorar e logo sou envolvida em um abraço.

- O que tem seu irmão? Onde ele está?- Minha mãe pergunta.

   Entrego a eles o bilhete e vejo o medo e a tristeza tomarem conta de seus rostos. Minha mãe começa a chorar e meu pai fica lendo e relendo o bilhete com lágrimas nos olhos.

- Eu não sei o quê fazer!

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   Oii, hoje o capítulo vai ser mais curto porque estou em época de prova, mas amanhã ou quinta-feira eu publico outro.

  

Cercada Por Predadores Onde histórias criam vida. Descubra agora