IV.

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Você não sente só saudades de Aki, você tem abstinência.

Já estava fazendo onze meses desde que Hayakawa viajou para o Canadá para investigar a aparição terrívelmente longa do demônio pistola. Ele sabia que iria demorar muito tempo no novo país e achou que não fazia sentido vocês continuarem juntos.

E desde então você sonha com a sua volta. Você pensa pelo menos cinco vezes ao dia se ele ainda pensa em ti e isso lhe deixa maluca.

- Sabe Reze, eu estou indo para esse bar só porque você está me obrigando. - Sua amiga Reze estava passando blush em suas bochechas enquanto você resmungava que não tinha interesse em conhecer pessoas novas.

- Já está na hora, [Nome]. Aki provavelmente não quer que você o espere. - Ela fechou o recipiente de maquiagens e deu uma boa observada em seu rosto para ver se estava tudo ok.
- Se ele terminou com você, é porque quer que você siga sua vida.

Você ficou em silêncio enquanto se levantava da cama para calçar seu salto preto fino.

- Já está mais do que na hora de conhecer pessoas novas.

Nesse momento você pensou que Reze poderia estar certa e então, saiu apressadamente do apartamento.

A primeira pessoa que te chamou atenção naquele pequeno bar de esquina foi o barman alto de cabelos escuros que, de primeira, parecia ser uma ilusão de Hayakawa.

Maa ele não era nada além de uma ilusão de ótica, de resto o real sujeito em sua frente não parecia ser atraente.

Você perguntou o nome do homem e ele se aproximou.

- Meu nome é Yoshida Hirofumi. - ele se inclinou para perto de você, quase se deitando no balcão. ele parecia muito interessado.

- Yoshida, eu posso te dar um beijo?

Você nem esperou a resposta dele e o beijou segurando a gravata de sua camisa.

Ele estava perto, mas por algum motivo, você não sentiu absolutamente nada.

Suas expectativas foram à zero quando você perguntou:

- Posso te chamar pelo nome dele? - Você sussurrou em seu ouvido e ele se afastou bruscamente resmungando um "escrota".

Um tempo depois, você achou ter visto Aki numa balada, apoiado em uma das paredes. Você correu para poder ver mais de perto e beijou quem estava lá. O homem cujo você não sabia o nome estava bem perto e te segurou bem forte.

- Por favor, eu posso te chamar pelo nome dele? - Você perguntou de uma forma terrívelmente educada.

O caminho de volta para casa era torturante. Enquanto você dirigia, o cheiro familiar de Hayakawa estava vindo do cinto de segurança. Você quase bateu o carro por causa disso.

Você guardava os equívocos para si.

Você pensou ter visto Aki no shopping da cidade, mas era só mais um homem qualquer. O barulho era alto demais para ouvir o sujeito falando. Ele estava com o braço quebrado, você anotou essa informação em sua cabeça e por alguns segundos teve medo de que Aki naquele momento possa estar machucado.

Você chegou perto, tão perto que as paredes estavam suando. Bom, você acabou tendo uma visão do homem falando lentamente para que você possa ler os lábios dele.

"Não, você não pode me chamar pelo nome dele."

E o desconhecido só estava olhando pra você porque tu parecia querer dizer algo a ele.

Você começou a ficar preocupada, com medo de esquecer o rosto de Hayakawa. Já faz tanto tempo que você se pergunta se o próprio Aki também não é uma ilusão.

Enquanto andava em uma avenida no final da tarde, você avistou um homem alto de terno com cabelos pretos longos, era incrível a semelhança entre ele e Aki, mas você já estava tentando se conformar com a saudade do homem.

Você passou pelo altão de cabelos pretos na tranquilidade mas logo se assustou quando sentiu uma mão em seu pulso, você olhou pra trás e, ele estava perto. Bom, não tinha como ele chegar mais perto porque a sua expressão era como a de ver um fantasma. Era ele.

Você o abraçou pela cintura enquanto sentia gotas quentes caírem em suas bochechas, ele lhe aconchegou ainda mais em seus braços.

- Eu sei que já faz muito tempo e eu não deveria, mas você pode me chamar do que quiser.

ᓚᘏᗢ

esse capítulo é baseado na música conerstone, do arctic monkeys!!! (aliás, escutem.)

𝐀𝐊𝐈 𝐇𝐀𝐘𝐀𝐊𝐀𝐖𝐀 𝘪𝘯 𝘤𝘪𝘨𝘢𝘳𝘳𝘦𝘵𝘴Onde histórias criam vida. Descubra agora