Você não fazia idéia de como se aproximar de Aki Hayakawa.
Desde que você entrou no 4° esquadrão de segurança pública, nenhuma palavra foi trocada com o homem de cabelos pretos e isso te irritava um pouco. Vocês eram colegas de trabalho, afinal.
Não fazia muito sentido em sua cabeça, ele já se mostrou incrível para você muitas vezes desde que vocês dois começaram a trabalhar juntos e, você acha que isso é o maior problema.
Ele faz tudo sozinho, não depende de nada e de ninguém, então não sentia a necessidade de criar laços, quase como se ele fosse intangível.
Perto dele, você parecia uma boba inofensiva.
Você já tentou perguntar sobre o clima, sobre os demônios, sobre o emprego e já até quis chamar ele para beber umas.
Isso é quase uma humilhação.
- [Nome], eu gostaria de lhe mandar em uma missão para dois com Aki Hayakawa. - Sua superior, Makima, havia lhe chamado para a sala dela, você foi com calma, ultimamente as missões estavam fáceis e rápidas, mas quando ela disse que você teria de trabalhar com Aki, um frio subindo pela espinha passou pelo seu corpo.
Você simplesmente aceitou e agradeceu pela confiança.
Se já não estava ruim o suficiente, quando você abriu a porta se deparou com a figura alta de cabelos pretos, você olhou diretamente em seus olhos e viu que ele estava incomodado com alguma coisa.
Você se sentiu atordoada quando ele passou por você, adentrando o escritório. Ele tinha um cheiro agressivo, mas definitivamente bom.
Quando você passou pela porta, ouviu Aki levemente irritando enquanto falava com Makima.
- Com todo respeito Senhora Makima, eu não acho necessário colocar ela para fazer dupla comigo. - Ele falava com um tom alto mas ainda mantendo um certo limite de respeito.
- Hayakawa, eu entendo que desde a morte de Himeno você não sente a necessidade de alguém lhe acompanhando, mas esse demônio que vocês irão caçar está misturado com a humanidade. - Houve um silêncio. - Não é uma caça agressiva, é algo reservado e funcional.
Você ouviu barulho de passos indo em direção à porta e saiu correndo.
Não seria tão ruim, pelo menos, era o que você tentava dizer a si mesma.
Você estava comendo pães de queijo enquanto lia No longer human¹ numa cafeteria em frente à agência, você estava se acalmando de uma jornada de trabalho cansativa, mas sentiu um corpo se sentando na cadeira em sua frente.
- Ok [Nome], como isso aqui vai rolar? - Hayakawa foi direto ao assunto, parecia incomodado.
- Uau, ok. - Você fechou o livro. Aki o pegou e leu o nome na capa.
- Eu já li esse, é bom. - Você teve uma leve impressão de que viu ele sorrir.
- Informantes me disseram que um homem que tem conexões com o possesso vai estar na festa da prefeitura de amanhã à noite. - Aki apoiou sua cabeça no vidro da janela em seu lado e fechou os olhos. - Makima disse que nós devemos ir, disfarçados.
- Que plano, ein. - Você também se apoiou na janela.
- Bom, nós nos encontramos amanhã às oito na frente da agência. - Ele se levantou e foi até o balcão para pedir um café pra viagem. - Você só precisa vir comigo, [Nome], o resto eu quero fazer sozinho. - Seu café ficou pronto e ele foi embora.
Quando você chegou no local marcado no dia seguinte, quase desmaiu quando toda a sua circulação sanguínea foi para o seu rosto.
Aki Hayakawa estava insuportavelmente lindo.