#SosACasaBranca
Se havia algo que Jimin mais odiava além de acordar cedo, era ser impedido de dormir.
Eram quase uma da manhã, a Mercedes estava parada do lado de fora do bar. Havia algumas estrelas neons em cima, o bar estendia-se como um prédio, alcançado uma altura de virar o pescoço para trás. Jimin boceja.
— Quanto mais ficaremos aqui?
— Preciso me certificar de que não é uma armadilha.
Jungkook estava mexendo no notebook, hackeando as câmeras de segurança e qualquer outro dispositivo suspeito na loja. Pelo wi-fi, ele consegue descobrir quem estava logado dentro do bar, mas não havia ninguém suspeito. Jungkook fecha o notebook colocando-o no banco de trás.
— Por que seu pai colocaria o relógio aqui? Nesse bar.. estranho e assustador.
— Era o bar favorito dele, quando mamãe ainda era viva — Jungkook tira o cinto — Vamos.
Eles entram.
A entrada era uma entrada normal como de qualquer outro estabelecimento alcoólico, Jungkook estava de óculos escuro e um boné jeans com uma jaqueta e calça também do mesmo estilo. Jimin achou ridículo aquele disfarce, até perceber que o garoto realmente parecia outra pessoa com aquela roupa, podia não ser o disfarce mais incrível do mundo, mas Park precisava admitir a engenhosidade de Jungkook.
Eles entraram no elevador, que era movido por um cartão, os garotos não possuíam o passe do elevador. Jungkook leva um objetivo próximo ao sensor e uma luz verde acende, possibilitando ele a escolher o andar. Jimin se perguntava onde o garoto havia aprendido tudo aquilo, sua vida devia ser controladora para Jungkook aprender a burlar os sensores de segurança.
O andar oito foi apertado, e em poucos segundos os dois garotos saíram a dentro de um corredor escuro e sombrio.
Não havia nada ali que assustasse mais Jimin do que o fato de que, aquela noite, não era nada reconfortante.
— Temos dez minutos, antes de descobrirem que estamos aqui. — Diz Jungkook, parado em uma porta de hotel com o número 333 na porta.
Jungkook passa o cartão e a porta se abre.
Revelou-se um quarto simples, com roupa de cama branca e um aroma de jasmim e sândalo. Um banheiro de vidro mostrava o interior transparente do box do chuveiro, Jimin indagou-se quem, em sã consciência, pediria um quarto onde o banheiro fosse transparente.
Jungkook rapidamente esgueirou-se como um rato pelo lugar, vasculhando as gavetas, embaixo da cama e armários. Jimin contentou-se somente em avaliar o quarto. Sua pintura branca dava uma sensação aprazível, mas algo lhe dava uma ansiedade fora do comum, Jimin não soube descrever qual objeto presente naquele quarto fora responsável pela estranheza no local, sentia a mesma sensação de entrar num hospital, o clima gélido, o cheiro morno, a sensação de angústia, como se os pacientes ainda estivessem presentes ali, ou pelo menos, suas angústias ainda estivessem ali. Jimin acreditava que locais podiam guardar forma pensamento, pensamentos ruins. Pensamentos, presos no ambiente que lhe faz sentir o pesar que sente agora. Jimin podia sentir uma grande dor no peito, como se alguém chorasse até perder o fôlego, podia até ouvir e sentir algo em suas costas, na visão periférica, um vulto, uma mulher, mas não havia ninguém ali naquele quarto além deles dois.
Jimin não se considerava um médium, mas podia sentir coisas que os outros não podiam.
— Jungkook.. posso fazer uma pergunta estranha?
— Hm?
— Se me permite perguntar.. como sua mãe morreu?
Jungkook levantou-se, sombrio.
— Acidente de carro.
Jimin se virou.
— Viu o acidente?
— Por que isso importa?
— Eu.. nada não.
Jungkook então encarou um quadro, Jimin virou-se confuso na direção a qual encarava.
O quadro mostrava duas cobras, navegando pela água, não dava para saber se tratava do mar ou uma lagoa. Envolta, ramos dourados energia, as cobras estavam em posição opostas, uma, possuía a cor branca, estava para o norte, uma linha dourada passava por seu corpo, a outra, possuía a coloração preto, a mesma linha também era presente. Uma profundidade no meio delas indicava que vieram de lá de baixo, das águas profundas, emergindo para a superfície, a água ondulava a sua volta, como uma sinfonia musical. A pintura era simples, bonita e significativa. Se completava.
Jungkook se aproximou, seu olhar analisou os detalhes e então, retirou o quadro da parede. Um cofre fora visto, como aqueles dos filmes de espião. Jimin sentiu-se assim, como num filme de espião.
— Uma data.. — Murmurou Jungkook.
Então ele se aproximou, girou os números.
Um click se ouviu depois do último número ser colocado.
O cofre se abriu, Jungkook não podia acreditar que o relógio estava ali o tempo inteiro. Ele finalmente tinha em mãos.
O relógio de bolso dourado produzia música, um click-clack típico desses relógios de bolso.
— Finalmente.
Som de passos.
Jungkook virou a cabeça para Jimin, que tinha a mesma expressão assustada que si.
— Tem alguém vindo.
Jungkook colocou o relógio no bolso, Jimin não conseguia esconder seu nervosismo, finalmente seria preso? O que aconteceria consigo? Não conseguia imaginar como escapariam daquele lugar.
— Vamos, deve ter escadas de emergência por aqui.
Jungkook guiou o caminho, o corredor escuro era iluminado conforme passava, logo, acharam as escadas. Jimin nunca desceu as escadas tão rápido em toda a sua vida, quando chegaram no final, nos últimos degraus quase exaustos, os barulhos de vozes aumentaram. Naquele momento Jungkook tinha certeza que os homens de seu pai estavam atrás de si, e teve mais certeza ainda quando tiros foram disparados.
— Ah..
Jimin não conseguia imaginar nisso, estava com o filho do presidente, acabara de invadir um bar-hotel e roubar um relógio velho de um quarto sinistro, e estava descendo as escadas do oitavo andar com homens de terno atirando atrás de si. Ele só conseguia pensar quem atiraria em adolescentes? Mas esqueceu que, provavelmente, eles não sabiam que o filho do presidente e seu colega de turma estavam roubando o relógio. Isso tornava tudo mais perigoso porque eles não teriam medo de matar.
— Merda merda merda…
Jimin estava nervoso, e ansioso. A cada curva dos andares, podia ver os tiros nas paredes, era um milagre que não tivesse pegado neles ainda, talvez correr e atirar não fosse uma boa estratégia.
— Vamos rápido. — Diz Jungkook.
Eles finalmente chegaram no fim, as portas foram abertas e eles saíram, Jimin não teria parado, de forma alguma, tinha homens atrás de si com armas de verdade, mas estranhou quando olhou para a vista a fora. Virou-se para trás e se surpreendeu mais ainda.
Não parecia o lugar de onde vieram.
— O que? — Jimin murmura, havia um papel no chão, chegando mais próximo Jimin notou se tratar de um jornal velho — 1987… não.. não pode ser — ele se vira — Jungkook.
Ele o chama, Jungkook encarava o céu, seu braço estava vermelho, sangue Park pensou.
Estavam presos em outro tempo com Jungkook baleado.
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Paper Boys
Romance[Enimies to love, FINALIZADA] Jimin conseguiu receber uma bolsa de estudos para uma das escolas mais ricas e bem sucedidas da cidade. Por causa de um erro do carteiro ele se vê numa história constrangedora e no mínimo engraçada, quando Jungkook o ma...