[16] Um futuro confuso

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Jimin quis dar pulinhos — talvez ele tenha dado, e vários — sentir a cama confortável com seu lençól de ursinhos foi a coisa mais satisfatória que Jimin já sentiu, ele queria gritar e faria — se pudesse — mas não o fez

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Jimin quis dar pulinhos — talvez ele tenha dado, e vários — sentir a cama confortável com seu lençól de ursinhos foi a coisa mais satisfatória que Jimin já sentiu, ele queria gritar e faria — se pudesse — mas não o fez. Invés disso tratou de olhar seu quarto que, até então, não havia reparado, dada emoção de voltar ao presente.

Mas.. havia algo de errado, viu sua bailarina de corda que cantava se essa rua fosse minha para dormi, mas havia perdido isso fazia séculos, e também, de onde havia saído essa guitarra? E desde quando seu quarto aumentou de tamanho?

Céus ele pensou que seja só uma reforma.. ou talvez o dinheiro que ele me devia tenha dado certo.

Ele torceu, entrelaçando os dedos assim que saiu descalço pela porta do quarto, havia uma placa na mesma "Não perturbe, já sou perturbado o suficiente"

Jimin não conteve os risinhos, mas havia uma preocupação, não lembrava de ter essa placa em seu antigo quanto, mas sempre quis ter uma dessas.

Assim que o corredor foi visto, Jimin espantou-se com o tamanho da casa, ele olhou para todos os lados sentindo-se incomodado, como se tivesse viajado para a casa do amigo e acordasse primeiro que todos, aquela sensação incômoda de não pertencer aquele lugar. Jimin de fato não pertencia, mas não podia negar o ar aconchegante.

Ele ouviu barulhos vindo de baixo, então, nas pontas dos pés foi até as escadas, ele desceu cautelosamente e viu uma pessoa na cozinha, de costas, com uma blusa preta escrito "jazz" de forma vibrante em azul atrás e alguns emojis exagerados, uma música antiga tocava, enquanto o homem se movimentava com seu xingado virando os ovos na frigideira como se fizesse sempre. Jimin parou, estático, o homem não havia lhe percebido. Mas Jimin reconhecia ele.

Era seu pai.

— Oh, você acordou? Que bom, o café tá quase pronto. E a primeira vez que vejo acordar cedo, aconteceu algo?

A voz de Adam soa em sua cabeça como um fantasma antigo de seus pesadelos, pesadelos esses que Jimin ansiava todas as noites para não os para tê-los. Mas ali, vendo a figura retinta da pele de seu pai, com seu cabelo trançado como os traps dos artistas que Taehyung curtia, estava um sorriso que nunca viu seu pai lhe dar. Um sorriso que sempre desejou receber.

— Jimin.. aconteceu alguma coisa? Por que está chorando?

— A-ah.. não, não é nada! Eu preciso ir.

Jimin correu para cima, adentrou seu quarto como um furacão e fechou a porta como se esperasse a porta mágica da Coraline lhe trazer de volta a realidade onde seu pai era um bêbado babaca e não fazia ovos que cheirava deliciosamente enquanto ouvia jazz. Ele não podia acreditar que tudo aquilo estava acontecendo, o que faria? O que se faz quando se está em outra linha do tempo? Jimin estava desesperado, entrando em colapso.

Ele vasculhou todo aquele enorme quarto de seus sonhos que, naquele momento, lembrava-lo que estava num pesadelo, a procura de seu celular, e quando encontrou, não conseguiu colocar a senha de tanto que suas mãos tremiam e seus lábios formigarem, merda, a ansiedade estava adormecendo seus membros. Odiava essas crises, sentia como se todo seu corpo paralisase, como se uma aranha venenosa lhe picasse e aos poucos, perdesse a coordenação de seus membros. Eles ficavam duros, as mãos se juntavam como um bico de um pássaro esquecido e enrijeceram como gesso. Jimin precisava se acalmar, ou aquilo sairia de seu controle. O medo lhe fazia ter dificuldade de respirar, como se seus pulmões estivesse paralisando aos poucos.

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