the souls

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Eu estava jogada no chão quando retomei a consciência e pude ver bem dificilmente o Alpha levando o Nicolas pra fora junto com os seguranças. Assim que ele saiu, todos vieram em minha direção e muito preocupados, me levantaram e me deitaram em um sofá.

- Esse filho da puta! - Ouvi a voz do Aether com uma raiva enorme. 

De repente, senti algo gelado saindo da minha cabeça. Eu estava sangrando. 

- Nós precisamos levá-la ao hospital. - Disse Shadow. 

Shadow era um dos Ghouls que havia sido muito gentil comigo assim que os conheci. Ele é o integrante que faz de tudo. Toca violão, canta, toca saxophone.

Eu me levantei um pouco zonza e respondi.

- Não é necessário. Eu não quero causar alarde para vocês. Eu só preciso de um tempo para me recompor. - Sentei no sofá, colocando as mãos em minha cabeça.

- Afrodite, você está machucada. Precisa de cuidados. - Aether respondeu.

- Está tudo bem. Eu sou dura na queda. - Respondi, tentando apaziguar a situação.

Alpha retornou com a blusa rasgada em seu peito e veio em minha direção.

- Quem é ele, Afrodite? - Ele se abaixou perto de mim e me olhou nos olhos. - Foi ele que fez isso em seu rosto? - Disse, tocando no vermelho que estava em minha bochecha. 

Eu olhei para baixo e quis chorar, mas não haviam mais lágrimas. Eu estava sentindo vergonha.

- Me desculpem por toda confusão, pessoal. Não queria estragar a noite de vocês. - Disse olhando para baixo. - Eu preciso ir embora.

Assim que tentei me levantar, todos disseram 'não'. Parecia um coral.

- Você não pode sair daqui sozinha, muito menos nesse estado. - Disse Alpha. - Eu vou te levar embora.

Todos olharam pro Alpha com uma feição de confusão, porém ainda estavam preocupados comigo.

- Alpha, isso não vai te prejudicar? - Perguntou Aether.

- Em que? - Ele perguntou.

- Você precisa estar de volta amanhã de manhã. E ainda temos outros fãs para atender... - Respondeu Aether.

- Eu estarei de volta. Em relação aos fãs, digam que tive um imprevisto. - Respondeu, me olhando com um ar de seriedade. - Vamos. - Ele colocou suas mãos em minhas costas e me guiou.

Eu estava tão atordoada, que não consegui me despedir deles. Meu guia era o Alpha.

Nós saímos pelas portas dos fundos e Alpha me levou até um carro todo preto, com vidros bem escuros. Ele abriu a porta para mim e me colocou no banco da frente. 

Eu encostei a cabeça no encosto do banco e as lágrimas começaram a escorrer incontrolavelmente. 

Alpha entrou no carro e assim que fechou a porta, ele tirou a máscara. 

- Você vai ficar bem. Eu vou cuidar de você. - Ele virou para mim e passou a mão em meus cabelos, tentando me acalmar.

Eu não havia reparado que ele tinha retirado aquela máscara. Assim que pude contemplar a beleza dele, eu senti uma sensação de que estava segura, e chorei ainda mais.

Alpha tinha o rosto mais lindo que um ser humano poderia ter. Seu rosto era simétrico, seus olhos em um tom de azul acinzentado profundo. Seus cabelos num tom de loiro escuro caiam sob seus olhos. Seus lábios eram carnudos, cor de sangue. Ele parecia ser de outro mundo.

Eu fechei os olhos.


Hunter of SinOnde histórias criam vida. Descubra agora