god, save me

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Eu estava em um lugar que não conhecia, e tudo o que eu sentia era um chão gelado e úmido. Tentei abrir meus olhos pra ver o que estava acontecendo, mas estavam muito pesados. Eu só conseguia escutar a voz do Nicolas.

- Você vai ter o que você merece, cachorra. - Ele disse enquanto me chutava. - Eu vou acabar com você, e depois vou te jogar no lixo. 

Nicolas agarrou meu pescoço com força e eu estava começando a ficar sem ar - Mas antes, eu vou te comer porque essa será a última vez que alguém vai te foder na vida, vagabunda. - Ele rasgou minha calça com apenas uma mão, e eu pude escutá-lo abrindo o zíper da calça dele.

Deus, se você existe mesmo, me leve agora. Eu não aguento mais. 

Deus, se você existe mesmo, me tire dessa escuridão. 

Eu pude sentir Nicolas se aproximando de mim, ele ia me estuprar e eu não tinha forças pra sair daquilo. O que eu conseguia pensar era em todos os momentos bons que eu vivi, no Alpha, no Leo e na minha família. Eu já podia ver a minha vida escoando do meu corpo, e o que eu podia fazer era pra morrer rápido. 

Eu senti muita dor. Nicolas introduzia seu membro dentro de mim com muita força e eu sentia muito cheiro de sangue. Ele gritava como um animal e dizia palavras horríveis, muitas delas eu não conseguia entender. 

De repente, Nicolas cai gelado em cima de mim, e eu já estava tão entregue a morte, que tinha achado que eu já tinha partido. Depois disso, eu apaguei, esperando que fosse pra sempre.

(...)

Acordei em um lugar que eu já conhecia, mas estava muito confusa mentalmente pra saber onde. Eu estava dentro de uma banheira, e tinha alguém perto de mim. 

- Quem está aí? Eu morri? - Perguntei, confusa.

- Se você tivesse morrido, não encontraria comigo no paraíso, se existisse um.

Tentei abrir meus olhos e pude sentir que estava viva porque meu coração acelerou, parecia que ia sair da minha boca.

- A-alpha? É você? - Tentei sair da banheira pra chegar até ele, mas estava muito fraca e acabei caindo no chão gelado.

- Não se esforce. Você precisa descansar. - Ele me segurou.

Eu senti aquele cheiro de novo e comecei a chorar. Era ele, depois de todo esse tempo. Eu podia sentir sua pulsação e seu corpo caloroso. Ele estava comigo novamente.

- Alpha... eu queria ter morrido. - Logo as memórias do acontecido vieram a tona e lembrei do que havia passado.

- Não diga isso. Se não eu teria que ir atrás de você até onde você estivesse. - Ele respondeu, me envolvendo com uma toalha.

- Dói muito! Eu não sei o que estou sentindo! Eu fui entregue a morte! - Me debulhei a chorar. Chorava tanto que soluçava.

- Me desculpe por ter chegado atrasado até você, Morningstar. Eu nunca vou me perdoar por isso. - Ele disse, e sua voz era baixa.

Ele me levou ate a cama, e eu reconheci que estava em sua casa. Cuidou das minhas feridas e me vestiu. Eu estava tão esgotada que parecia uma marionete.

Em nenhum momento ele falou. Ele apenas cuidou de mim com muito cuidado, e ao olhar em seus olhos, eu vi que ele estava com raiva. 

- A culpa é minha... não é sua. - Tentei apaziguar a situação.

- Não é sua. É dele. Ele vai pagar por isso. - Eu podia sentir o ódio transbordando naquelas palavras.

- O que houve com ele? - Perguntei.

- Eu dei uma surra nele, mas me controlei em não matá-lo, por mais que quisesse. Eu não podia te deixar ali naquela situação. Chamei a polícia e ele foi preso. Eu te trouxe pra cá. 

Tentei me mover pra ficar mais confortável, mas eu sentia muita dor em minhas partes íntimas, e chorava por isso. - Tá doendo muito, Alpha. Eu juro que preferiria ter morrido. 

Ele pegou em meu queixo e me fez olhar pra ele - jamais repita isso. Eu não sei se aguentaria viver uma vida sem você.

- Mas você estava vivendo, não estava? Não iria fazer diferença. - Olhava pra ele com muitas lágrimas escorrendo pelo meu rosto.

- Não, nunca estive longe. Sempre estive aqui. 

- E por que nunca me procurou? - Olhei indignada.

- Por que eu não podia. Era arriscado. Ainda é. 

- Então você ainda não se livrou da Bjorn. Você prefere viver uma mentira. - Desviei meu olhar para o lado.

- Depois que conheci você, Morningstar, tudo que não a envolva é uma mentira. Mas você sabe que não é tão simples assim.

- Eu achava que você tinha me esquecido... e por um momento, eu pensei em te esquecer também. Queria que minhas memórias fossem apagadas. Mas não conseguia. Tudo me fazia lembrar de você! Espera... era você no pub mesmo? Eu não estava louca, afinal. 

- Sim, eu estava lá. A música era pra você. 

- Eu pude sentir sua presença! Eu fui atrás de você.

- Eu te vi me procurando. Mas preferi ficar te observando e cuidando de você de longe.

- Alpha... - suspirei. - Será que você não entende que só isso não basta? 

- Eu sei. Isso me dói. - Ele suspirou também.

Alpha se aproximou de mim e me abraçou. Eu estava com saudades daquele abraço. Eu me sentia segura... eu sentia falta dele. Por muito tempo sentia um vazio no coração e ele preenchia tudo. 

- Eu não vou te deixar, nunca mais. Não vou deixar nada de ruim acontecer com você. - Ele me apertou mais em seus braços e eu acabei dormindo.

Hunter of SinOnde histórias criam vida. Descubra agora