different paths?

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Alguns meses passaram depois daquela última noite com o Alpha.

Lembro de que ele foi embora sem se despedir, ele me deixou dormindo, mas deixou um recado pra mim na coleira do Leo, e eu só fui ver dias depois. 

"Me guarde em seu coração. - Alpha". Esse bilhete está fixado na parede do meu quarto e todos os dias antes de dormir eu o leio. Sinto um vazio muito grande em saber que ele está longe, e não nos falamos mais desde então. 

Ainda converso com alguns integrantes, como a Sunshine e Aether. Aether veio se desculpar comigo no dia seguinte que eles foram embora, e jurou que não foi só mais um caso pra ele. Eu pude perceber que ele não estava mentindo e acabei perdoando-o pela confusão. Ainda nos falamos mas como amigos. 

As vezes ele me falado Alpha, e até mandou um vídeo dele esses dias num ensaio. Ele estava bastante feliz e mais animado, e sempre que dava eu assistia aquele vídeo pra lembrar dele.

Tenho dormido mal, normalmente acordo no meio da noite com muitos pesadelos. E por muitas vezes é o mesmo... Eu sonho que estou em um lugar escuro e sinto presenças ao meu redor. Uma delas me joga no chão e uma voz grave e demoníaca diz "você não tem escapatória", e logo após sou possuída por essa forma na escuridão. Alpha está no sonho também, mascarado, e ele tenta me salvar, mas é tarde demais e eu acabo matando-o.

(...)

Dias e dias foram passando...

E minhas memórias do Alpha foram ficando menos intensas.

Seria um sinal para que eu o esquecesse? 

(...)

Depois de muito tempo focada no meu trabalho e sem sair de casa, decidi sair a convite de uma amiga que estava de volta à cidade. 

Zoey tinha acabado de retornar de Nova York e a primeira coisa que fez foi me chamar pra sair. Ela sempre foi minha melhor amiga, e mesmo distantes, nós nunca paramos de nos falar.

Nos encontramos num pub no centro da cidade e logo fomos colocar os assuntos em dia.

-... mas então ele sumiu, amiga? - Perguntou Zoey.

- Sim, ele foi embora, me deixou aquele bilhete e nunca mais falou comigo. - Respondi, falando sobre Alpha.

- Esses músicos são sempre assim. E cá entre nós, eu pesquisei a respeito da manda e todos são sexy com aquelas mascaras, imagina sem! - Ela disse, animada.

- Eu tive a oportunidade de conhecer todos sem as máscaras e também fiquei na dúvida de como eu preferia. Com mascara ou sem máscara, eles não são desse mundo. - Ri.

De repente, senti um cheiro muito familiar e Life Eternal começou a tocar no pub. Meus olhos lacrimejaram. O cheiro era do Alpha.

Comecei a olhar pra vários cantos do pub, mas não conseguia ver quase nada. 

- Amiga, o que houve? - Disse Zoey, preocupada.

- Eu estou sentindo o cheiro dele, e essa música é deles. - Respondi, ainda olhando ao redor. - Espera um minuto. - Me levantei e saí a procura daquele cheiro, sentindo que Alpha poderia estar ali. 

Em um canto mais escuro, pude ver a máscara que Alpha usa, e fui correndo em direção à ele. Mas quando cheguei lá... não era nada. "Eu devo estar ficando maluca". Enquanto isso, a música continuava tocando e todas aquelas memórias voltaram. "Meu deus, eu não quero lembrar de tudo de novo!" Disse enquanto colocava minhas mãos na cabeça.

Fui correndo de volta pra mesa que Zoey estava, mas ela não estava mais lá. Olhei ao redor para procurá-la e a vi conversando com um rapaz. "Ela não sossega", pensei, sorrindo.

Fiquei sentada pensando no que havia acabado de acontecer mas não fazia ideia. De repente, uma mão tocou meu ombro. 

- Afrodite? - Era Nicolas.

- Ah... oi. - Respondi, friamente. 

- Faz tempo que não a vejo. Como você está? - Ele continuou, sorrindo.

- Eu vou bem. - Minha resposta foi a mais seca possível, pois não o queria perto de mim.

- Hey... eu queria te pedir desculpas por aquele dia. Depois do ocorrido fui procurar uma ajuda psicológica e estou fazendo terapia atualmente.

- Que bom, Nicolas. Fico feliz por você. - Sorri.

- Posso te pagar uma bebida? - Ele perguntou.

Eu hesitei por um momento, mas ele insistiu e eu aceitei. 

Enquanto ele buscava as bebidas, eu senti que estava sendo observada mas não sabia dizer por quem. 

- Prontinho. - Nicolas estava de volta com uma bebida azulada para mim e uma vermelha pra ele. Ele me entregou. - Amigos?

- É... pode ser. - Respondi, mas no fundo eu queria mais é que ele se fodesse.

Nicolas ficou um tempo sentado tentando puxar assunto comigo e eu respondia ríspida. Ele sabia que não gostava da presença dele ali, mas provavelmente pela falta de noção que ele tinha, ele não foi embora.

Alguns minutos passaram e eu comecei a sentir uma dor muito forte na cabeça e minha visão começou a ficar turva. Eu quase caio para trás mas Nicolas consegue me segurar a tempo de cair no chão.

- Está tudo bem, meu amor? Vamos, vou te levar pra casa. - Nicolas disse, enquanto envolvia meu braço em seu ombro para apoio. 

- Nicolas... o que você... fez? - Ele tinha colocado algo em minha bebida, mas eu estava muito sonolenta para reagir.


Hunter of SinOnde histórias criam vida. Descubra agora