Terceiro dia

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Há dias como esse que o medo é como bolha de sabão: Transparente, e no seu pequeno percurso, sempre é perseguido com olhos extasiados ansiosos para estourá-la. O problema é que quando estoura, não deixa apenas a sensação pegajosa do sabão ou a frieza da água: impregna-se o terror absoluto na parte mais profunda da alma, causando um medo semelhante ao que temos da morte. É engraçado de dizer, que talvez o medo seja a sensação mais palpável que temos, e nos agarramos a ele como se fosse a nossa maior esperança, quase como o sentir fosse a solução para confrontar o motivo pelo qual estamos nos sentindo assim.
 Contudo, o medo nunca vem só. Sempre acompanhado de seus companheiros que o tornam mais incontrolável: A imaginação fértil e o choque da realidade. Torna-se impossível esquecer cenas que sua própria mente montou. O choque da realidade, por fim, lhe mostra o quão insignificante é você desejar algo, ou amar alguma coisa, afinal você nunca poderá salvá-la realmente. Saber que existe um destino onde você está preso, e sua realidade é aquela, é a absoluta certeza de que nada e ninguém jamais fará algo por você. Nem você mesmo.

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