Sexto dia

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Vozes: Elas vêm e vão, assim como o planeta gira em torno do sol: Imperceptivelmente, incessantemente e constantemente. Mas são decifráveis entre o real e irreal, por enquanto. Além disso, as vezes são tão altas que nem falar é capaz de silenciá-las. É como se estivesse sendo dirigida á 300 KM/H e  fossemos nos chocar contra uma parede, que é o limite do corpo, onde o  choro, o grito não é capaz de alcançar quaisquer pessoas que estejam ao seu redor.
 Mais perturbador do que isso, é não conseguir definir o que elas falam, e ter ciência de que é incontrolável os sons que saem da minha boca que já não parece mais me pertencer. Ser dono de si mesmo deve ser um privilégio oferecido apenas á alguns mortais.
 A sensação assemelha-se á estar com a cabeça debaixo da água, gritando e ouvindo os murmúrios do oceano, enquanto afoga-se devagar, perdendo a consciência e desistindo do restante do controle. Desejar a dor passa a ser o melhor remédio para te puxar de volta á realidade. Seu nome não existe mais, foi despedaçado com todos os sons e acontecimentos. Sua pele derrete sobre o toque e o pedido de "calma" se torna obsoleto. .
Então, a "doença" vem. o corpo se perde em uma maré de mal estar que causa fisiologicamente problemas que não deveriam estar ali. Você não existe mais, e definha, dentro da sua própria pele, como um verme rastejando e se alimentando de um corpo morto.

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