Folclore Brasileiro I: A Ascensão Dos Guardiões

Capítulo 20- Oque era aquilo?

Saci estava conversando com Negrinho quando Mãe Natureza chegou com Iara, Caipora e Curupira em seus ombros.

- Por Guarací!!- Diz Saci assustado.- Oque aconteceu?
- Uma criatura forte atacou eles, preciso da sua ajuda.

Negrinho coloca a mão no coração assustado.

Saci pega Iara e coloca numa espécie de mesa. Ele olha apavorado nas mordidas que havia nela e em seguida olha em sua barbatana faltando metade.

- São mordidas de piranhas...- Saci fica confuso.- Animais aquáticos nunca atacaria ela.
- Pois atacaram...

Mãe Natureza coloca a mão nas feridas do Curupira e em minutos estava curado.

- Como esta os batimentos da Caipora?- Pergunta ela enquanto curava os longos ferimentos da Iara.
- Fraco, mas batendo.
- Ótimo. Só consigo cura-los se estiverem vivos.

Saci estava perdido.

- Caipora esta diminuindo os batimentos.
- Merda!!! A calda da Iara vai ficar assim por enquanto.

Mãe Natureza chega na Caipora e procura o ferimento mas não achou. Tinha uma mancha preta em seu braço, onde aquela borboleta tocou.
Ela toca naquilo e sente magia negra.

- Como??- Ela fica nervosa e sua respiração alta.- SÚBITO!!!!!- Gritou ela.

Saci e Negrinho se assusta e olha para ela.

- Oque?- Pergunta Saci.
- Aquela criatura foi criação do Súbito. O Deus mais idiota e sem noção que existe.
- Tem certeza?
- Eu sinto, só ele é o Deus das trevas.

Mãe Natureza fecha seus olhos e coloca a mão na parte onde a borboleta tocou. A mancha começou a brilhar de cor verde e logo sumiu. Mãe sente uma leve tontura e se segura numa galha.

- Mãe? Tudo bem?
- Sim. Só estou usando muito meus poderes. Precisarei descansar mais cedo esse ano.

Curupira acorda assustado.

- CADÊ A CRIATURA???- Gritou ele pronto para brigar.
- Esta morta.- Disse Mãe melhorando da tontura.

Caipora acorda e coloca a mão na cabeça.

- Nossa! Que dor de cabeça.
- IARA??- Curupira desce da mesa e chega até Iara desacordada.
- Ela esta bem.- Disse Mãe.
- Ai não.- Ele olha para sua barbatana.- Eu deveria ter protegido ela, eu deveria.- Seus olhos enchem d'agua.

Curupira sente um grande peso de culpa por Iara estar assim.

- A criatura é muito forte, vocês não teve culpa.
- Quando eu pegar aquilo.- Curupira se estressa.
- A Mãe ja derrotou ela e você não teria chance.- Disse Saci.

Curupira olha para ele nervoso e fecha suas mãos, querendo socar alguém.

- Qual é Curupira. Foi 3 contra 1 e ela derrotou vocês fácil, precisa pensar um pouco.

Curupira com muito custo acabou concordando.

- Parecia que ela nos conhecia... Sabia de nossos poderes e pontos fracos.- Disse Curupira lembrando das cenas.
- Foi muito estranho.- Caipora disse.
- Conta-me tudo.- Disse Mãe.

Curupira começa a dizer.

- Parecia haver um corpo humano dentro desse crocodilo. Era um crocodilo enorme, aqui não existe esse animal. O crocodilo tinha cabelos amarelos e suas patas eram longas. Ela começou a cantar antes que Caipora dasse um chute.- Curupira tenta lembrar.- Era uma coisa sem sentido... Nana nenê... Oque significa?

Caipora da um sobressalto.

- Cuca.
- Quem?- Pergunta Saci.
- Cuca é o nome dela. Escutava muito sua história quando pequena, ela sequestrava crianças desobedientes que não dormia a noite.

Negrinho se assusta e olha para a Caipora.

- Ela era uma feiticeira. Tem um canto sonífero e vários tipos de poções. Mas por que iria vir até aqui?
- Iara pode nos responder quando acordar.- Disse Curupira.
- Ela foi uma criação de Súbito. Preciso conversar com ele.- Disse Mãe.- Aquela raiz que eu tinha colocado na primeira vez para chamar ele ainda esta viva, vou conseguir comunicar mais fácil.

Ela chega perto da raíz e toca fazendo com que o sinal fosse levado.

Negrinho segura no braço do Saci e olha em seus olhos.

- Saci? Estou com medo. E se ela veio para me buscar? Eu não deveria ter saído daquele celeiro.
- Eii???Você é um garoto de bom coração e uma ótima criança e mesmo se viesse eu não iria deixaria te levar. Enquanto a Mãe estivesse aqui, aquela bruxa não teria chances. Ela esta morta agora.

Negrinho da um sorriso, mas ainda continua preocupado.

Súbito e Drácula chega.

- Oque houve?- Pergunta ele.
- MAIS UMA DE SUAS CRIAÇÕES!!- Grita Mãe, e Drácula da três passos para trás assustado.- POR QUE VOCÊ É TÃO INCOMPETENTE, NÃO SABE CRIAR NADA DE BOM.

Caipora levanta o dedo, mas logo abaixa pra não causar problema.

- Olha Súbito!!!! Cansei de arrumar suas bagunças. Eu cansei.
- Do que esta falando? Eu não criei nenhuma criatura mais.
- Venha comigo.

Mãe leva ele até onde a criatura foi morta, mas ela não estava mais lá. Drácula e Súbito se olharam.

- Como? Ela ja estava sem vidas.- Disse Mãe surpresa.
- Bruxaria.- Diz Caipora.- Preciso alertar a todos.

Súbito chega até os espinhos e toca neles.

- Você estava muito nervosa mesmo, esses espinhos estão mais afiados do que as famosas katanas.
- Quero que resolva isso.

Ele da uma respirada profunda e sente o cheiro da Cuca.

- Realmente é uma criatura minha, mas não lembro de ter criado ela.

Mãe cruza os braços.

- Preciso saber onde essa criatura esta para colocar um fim nisso. Consegue identificar através das árvores?

Ela fecha seus olhos e escuta as árvores falando com ela, vários sussurros de milhares de árvores e nenhuma a viu.

- Não achei.- Disse Mãe decepcionada.- Ela poderia ter usado um tipo de feitiço bloqueando.

Embaixo da árvore...

- Cuca esta viva.- Chega Caipora ja avisando.

Negrinho se assusta.

Curupira se levanta. Caipora segura em seu braço antes dele passar na porta.

- Eu tenho que resolver isso.
- Precisamos de você aqui... Iara precisa de você.

Ele olha para Iara desacordada e acaba ficando.

No outro dia, Iara acorda e diz tudo que aconteceu na noite anterior.

- Ela... Queria saber onde estava uma pedra... Não sei ao certo, estava desesperada demais.

Mãe sabia muito bem do que se tratava.

- Quando eu tirei a pedra para ressuscitar Caipora, ela deve ter sentido a presença dela. Tirei a pedra, coisa de 20 minutos e aconteceu isso tudo. Ninguém tocará naquela pedra enquanto eu estiver aqui.