Capítulo 29- Mate-a

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Nos pensamentos do Curupira, Anhangá tentava manipular ele...

- Aproveita que ela está de costas, enfie essa faca.
- Eu não posso.- Resistia o Curupira.
- Essa é a única chance de mata-la. MATE-A.

O corpo físico do Curupira começou a reagir. Anhangá estava começando a controla-lo, a mão dele segurando a faca começou a se levantar para atingir as costas da Mãe, enquanto abraçava.

- NÃO!- Grita Curupira.
- Tentei ser bonzinho.- Ele estala seu pescoço pronto para uma batalha.- Vamos brigar aqui mesmo, em seu próprio subconsciente.

Anhangá cria uma bola de envelhecimento e joga nele, mas Curupira é rápido e desvia com um salto mortal. Eles se olham e o cabelo dele começa a pegar fogo, o chifre de cervo de Anhangá brilha.

- VAMOS LÁ!- Grita ele.

Os dois correm na mesma direção e simultaneamente dão socos seus se encaixarem, Curupira começa a tremer tentando segurar o soco dele, se ajoelha, Anhangá não estava nem fazendo caretas enquanto o Curupira estava quase se esgotando.

- VOCÊ É FRACO CURUPIRA, O SEU CORPO SERÁ MEU.

Anhangá com seu outro braço dá uma martelada em sua cabeça fazendo o Curupira beijar o chão, em seguida da um bicuda em sua cabeça fazendo ele rodar e cair mais longe perdendo sua consciência.

Ele começa a rir esperando uma grande luta.

- Então era esse o guardião que me substituiu?- Disse no deboche.- Fraco demais, não tem chances de lutar comigo.

Uma luz branca se abriu e Anhangá caminhava até lá. Curupira não poderia deixar, ele sabia que se ele entrasse ali, Anhangá tomaria posse de seu corpo para sempre.

Ele se levanta com sua cabeça sangrando verde.

- Não acabou.- Disse gemendo de dor.

Anhangá vira de volta para ele e começa a rir.

Curupira pisca e ele some de sua visão, onde ele estaria? Cadê ele?

- Atrás de você.- Disse Anhangá em seus ouvidos baixinhos.

Curupira leva um soco muito forte.

- NÃO OUSE QUERER BATALHAR COMIGO, CURUPIRA. SINTO VERGONHA DE LUTAR COM VOCÊ. FRACO. FRACO. FRACO.

Curupira se levanta cuspindo sangue.

- Eu não vou desistir.
- Eu imaginei- Disse Anhangá atrás de suas costas novamente, enfiando suas garras em sua costela.

Curupira grita de dor.

- Eu desisto.- Disse Curupira se ajoelhando.

Anhangá começa a rir e logo caminhando pela luz.

- Eu te amo, Curupira.- Ele ouve a voz da Mãe dizendo.
- Por você.- Ele se levanta novamente com muita dificuldade.

Os cabelos de Curupira cresce quatro metros de uma vez e pega fogo novamente. Ele aproveitou que Anhangá estava de costas e atacou. Pegou nas pernas dele com seu cabelo de fogo e jogou para longe da luz.

- NÃO!!!! SEU TRAIÇOEIRO.

Curupira corre até a luz, fazendo com que Anhangá saísse de seu corpo e de sua consciência, fugindo dali.

- Desculpas, Mãe. Por favor! Desculpa.- Disse ele voltando a consciência e sentindo o abraço dela.

Ela olha em seus olhos e toca em seu rosto de forma delicada e admirada.

- Sente aqui.- Disse ela apontando para o tronco.

Ele olhava para o chão enquanto se preparava para dizer.

- Anhangá estava em minha cabeça.
- Oque?- Ela se espanta.- Como?
- Ele é um espírito, aproveitou que eu estava com raiva de você e tentou entrar em meu subconsciente. Ele esta fraco, mas pra mim esta forte o bastante, não consegui derrota-lo.

Mãe toca em sua mão tentando se acalmar.

- As lutas de espíritos são totalmente diferentes das lutas físicas. Mas Anhangá é mesmo forte. Ele não vai feri-lo você é forte igual a mim.
- Não se compare. Você é uma Deusa.

Ela olha no seu peito e rasga mostrando os seus órgãos. Curupira se assusta.

- Mãe???? Para com isso, fecha logo.
- Calma!! Não dói. Quero que repare bem.

Curupira continua assustado, mas acaba olhando em seus órgãos. Ele percebeu que faltava um.

- Onde esta seu coração?- Pergunta ela procurando.
- Eu dividi em duas partes. A primeira é a pedra da vida, deixo guardado num templo onde só eu consigo entrar.
- E a segunda?

Ela fecha seu tórax que se cura na mesma hora, começa a sorrir e foi chegando perto dele.

Ela toca o seu dedo no peito dele.

- Esta com você, Curupira. Eu te dei uma das coisas mais preciosas deste mundo. Por isso você é mais forte do que os outros e por isso eu confio tanto em você.

Os olhos dele começa a encher d'agua.

- Você faz parte de mim. E não me arrependo de ter feito isso por você. Eu não irei esconder mais nada a partir de hoje.

Ele olha segurando o choro.

- Eu dou minha vida pela de vocês.
- Eu te amo.- Ele abraça forte ela.

Ela começa a ficar fraca e seu corpo a desmanchar.

- Você esgotou seus poderes, Mãe. Irei te levar para o seu descanso.

Curupira pega ela no colo e começa a correr. Ele desvia rapido e cuidadosamente para que nenhum galho tocasse dela. Conforme o tempo o peso dela ficava mais leve.

- Pronto!

Ela olha para ele quase dormindo.

- A floresta esta pedindo socorro. Confio em você.

Ela se transforma numa enorme figueira para o seu descanso de 6 meses.

Curupira olha em suas mãos e havia os feijões brilhantes para come-los a cada mês. Ele guarda os feijões.

Na árvore...

Caipora escuta a floresta pedindo socorro.

- É minha irmã novamente, tenho que parar ela.

Anala, que estava deitada, se levanta e olha para ela como se estivesse dizendo "estou preparada".

- Ja que não existe mais Curupira. Somos eu, você e o Catitu.- Disse ela conversando com a Anala.- Vamos acabar com eles.

Iara olhava do rio, queria muito ajudar, mas o desmatamento fica muito longe do rio, oque ela acabaria sendo inútil.

- Vamos lá!!!

Eles correm até o desmatamento.

Folclore Brasileiro I: A Ascensão Dos GuardiõesOnde histórias criam vida. Descubra agora