Namoro Falso

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Alícia Costa

Eu estava irritada, confusa e com vontade de bater no Cazares. Eu tava tranquila tomando uma coca no parque, de boa, na minha, sem mexer com ninguém. Aí me aparece o metido a arrogante correndo igual um desgraçado, agarra me cintura e me dá um selinho.

Veio uma menina correndo atrás e até ela sair ele não me soltou. Quando ele soltou a vontade que eu tinha era socar aquele garoto até ele perder o norte. Ele se afastou um pouco e eu quase fui pra cima dele.

— Que porra é essa Cazares?! Você enlouqueceu caralho? - falei com ódio.

— Calma, eu posso explicar. - ele disse levantando as mãos em sinal de rendimento. - Se essa louca não tivesse me perseguido eu não teria tido que fazer essa cena.

— Ah, então basicamente você me usou de muleta pra fugir de fã. - falei com sarcasmo.

— Tecnicamente eu...- ele parou pra pensar. - É foi mais ou menos isso.

— Babaca. - falei me afastando mas ele segurou meu pulso. - O que foi agora?

— E se a gente deixar os outros acharem que a gente tá ficando? - ele disse me fazendo estranhar a frase. - Só por um tempo, não só a Sarah, tipo todo mundo.

— Porque eu iria querer isso? - falei rindo.

— Você me livra das fãs malucas, ganha um namorado falso super incrível e dispensa uma legião de atletas furiosos atrás de você.

— Acho que eu posso me virar com os atletas.- eu falei confiante.- Respirar o mesmo ar que você já me faz ficar irritada, além disso uma surra de babacas parece menos doloroso do que conviver com você todos os dias.

— Ácido. - ele disse fingindo ser atingido por um tiro.- Olha, eu tô falando sério, eles são uns covardes. Quando te eles ou as cheerleaders te verem sozinha, vão fazer da sua vida um inferno. Você não tem que me dar uma resposta agora, só pensa bem tá?

— Okay, mas não conta com isso. - falei saindo do parque.

Quebra de Tempo

Eu estava voltando do parque e com o anoitecer percebi que passo por um bairro mais "perigoso" pra voltar para casa. Bom, eu como uma carioca de nascença sei bem me defender na rua, mas se tiver a mão armada, melhor não arriscar não.

Tudo estava tranquilo até eu ver uns caras com jaqueta da escola começarem a me olhar esquisito. Eu apressei um pouco o passo porque sei que aquelas jaquetas são jaquetas de atleta mas parei ao ver umas líderes de torcida na minha frente.

— Pega ela. - um dos caras gritou rindo.

Eu passei correndo pelas garotas que se juntaram a eles. Eles riam de forma maníaca e eu me senti mais uma vez em jogos vorazes sendo perseguida pelos carreiristas dos distritos um e dois. Eu rapidamente comecei a subir um muro, pulando de um para outro mais alto, se eu cair daqui vou quebrar pelo menos algumas costelas.

É nessas horas que agradeço as idas na casa da minha tia do interior de São Paulo na infância, pois nelas que aprendi a pular muro pra roubar goiaba da fazenda do seu Afonso.

Era realmente umas doze pessoas me perseguindo, eles me olhavam com um sorriso malicioso no rosto quanto um atleta loiro e alto começou a escalar o muro que eu estava, que era bem alto, e apesar de ser improvavel ele chegar aqui escalando só esse muro eu fiquei tensa.

— Pega ela Troy! - uma menina gritou e as outras incentivaram e o garoto escalava meio sem jeito segurando em alguns canos.

— Eu tô chegando. - ele disse subindo mais. - não tem pra onde fugir.

Los Angeles Dream || Miguel Cazares MoraOnde histórias criam vida. Descubra agora