Point of view Agatha Sophie.
Riu não acreditando no que estou vendo. Dandara desce da Van segurando uma metralhadora.
— Achou que eu estava brincando? — Passa a mão na peça de tonalidade preta.
— Eu não sei como ainda fico surpresa.
O restante dos soldados vieram na noite de terça, para se preparar para amanhã, o grande dia. Dandara que até então estava no comando do morro junto a Foguete veio para nos ajudar, ela não perderia essa adrenalina.
Encosto na mesa da salinha ignorando Japonês que insiste em me provocar. Marcamos com os demais para que ele possa passar o plano a todos.
— Tô falando, seu namorado deve estar fazendo pirraça. — Se refere a PJ.
— Eu vou te fazer engolir essas folhas. — Ameaço e ele não se intimida, tento segurar a risada mas sou falha. — Eu te odeio, Japonês. — Falo rindo.
— Odeia nada. Vai sentir a minha falta que eu sei, ainda mais das vizitas que eu fazia de madrugada no seu quarto. — Me coloca sentada na mesa, e entra no meio das minhas pernas ficando com o rosto próximo ao meu. — Não vai Cristal?
— Saudade de pica passa rápido. — Faço pouco caso e aperto seu pau por cima da bermuda. Ele ri passando a ponta do nariz devagar no meu pescoço. — Se você morder, você vai ficar sem pau. — Ameaço sentindo seu dente raspar na minha pele.
Em um só movimento ele afasta o quadril e me morde. Tento chutar o meio das suas pernas, mas ele é mais rápido ao segurar minha perna rindo.
Nessas semanas de convivência vi que ele leva tudo na brincadeira, não leva nada a sério, o que me irritou algumas vezes, ou melhor.. sendo mais específica, me irritou diversas vezes.
— Sem agressão, cristalzinho. — Pisca me provocando.
Japonês arruma a postura tomando o semblante sério quando o pessoal que estava jantando entra na sala. Desço da mesa e sento na cadeira ao lado, na direção do homem moreno.
— Sei que todos estão cansados, serei o mais breve possível para que possam descansar para amanhã. Nessas últimas semanas estudei as estatísticas, conheci o perímetro, estudei cada pedaço e criei rotas de fuga. E além de tudo, me preocupei com a segurança de cada um que está nessa sala.
Escuto com atenção as palavras do homem a minha frente, mesmo sabendo por cima o plano, me perco nas suas palavras que sai da sua boca carnuda com sabedoria. Os seus traços sérios e a postura de líder acompanhada das diversas tatuagens espalhadas pelo seu corpo o deixa atraente. Mas além de tudo, sua inteligência o torna sexy.
— Estamos em treze pessoas. Por isso pedi para que trouxessem dois carros, vamos nos dividir, criei três rotas diferentes para que isso seja possível. — Pega a caneta preta e faz três círculos na imagem das estradas do presídio, dando início a explicação de como funcionaria as rotas.
***
Abraço Lucia que me olha preocupada, ela acordou cedo para desejar boa sorte a todos nós.
— Não esquenta com isso, Lucia.
— Como não menina?! Vocês só aprontam, Sabiá nem se fala. — Nega com a cabeça em reprovação. — Aonde já se viu ele colocar vocês em uma dessas?
— É o risco que corremos ao entrar nessa vida. Essa não vai ser a primeira e nem a última vez, já passamos por coisas piores, você sabe disso.
Entro no segundo carro preto, sendo composto por mim, Dandara, PJ e Samuca. Confiro se as botas pretas estão bem amarradas, em seguida checando o colete. Saímos em fila, primeiro o carro que Japonês está dirigindo, a van no meio e o nosso carro por último.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Reinado Criminal
Fiksi RemajaToda cicatriz contém uma história. Pessoas fortes carregam feridas que nem sempre foram curadas. Mesmo no presente lembranças do passado podem nos perturbar nos prendendo e impedindo de seguir em frente. Se fechar para o mundo as vezes se torna a me...