•Capítulo 2•

468 24 8
                                    

           Corri pelo corredor escuro e úmido tentando localizar o maldito tecido azul e prata. Era só mais uma tarde na sala de treinamento no subsolo.
          Estávamos jogando uma espécie de captura à bandeira. Bob havia nos dividido em dois grupos, os merciless*, ao norte - Josh, Petter e Jenny - e os attackers*, para o sul- eu, Adam, Kayla e Ched. Bob ficava na sala de controle nos monitorando.
           A sala de treinamento ficava no subsolo da nossa casa. Levou um tempinho para finalizarmos mas o resultado foi incrível. Ela era equipada com toda a tecnologia que conseguíamos comprar. Quando precisávamos treinar combate corpo a corpo, a sala mantinha sua planície, quando treinávamos mira, bonecos-alvo caíam do teto por toda parte, e quando simulávamos roubos com esses jogos de ação, uma espécie de labirinto se erguia do chão, transformando toda a sala em corredores apertados e escuros.
             Ouvi um disparo e me aprecei. Adam e Kayla ficaram protegendo nossa bandeira, enquanto eu e Ched ficamos por conta de capturar a bandeira inimiga. Para cobrir mais território, e cumprir nossa missão mais rápido, eu e Ched havíamos nos separado, o que me deixava apreenciva. Usávamos balas de borracha, mas elas também fazem um belo estrago. Segui dois corredores para o Norte e ouvi mais um disparo. Encontrei Ched caído e com as duas pernas baleada.
             — Está... doendo muito... o Josh... está... — gaguejou ele
             — Foi ele que atirou? — Ched balançou a cabeça em resposta afirmativa — As duas vezes?  — perguntei novamente e ele afirmou.
             Segurei Ched pela cintura e o arrastei comigo para o centro do labirinto do norte. Ouvi mais três disparos. Petter passou correndo por mim e atirou em baixo do meu peito, mas eu estava de colete, então só senti uma leve pressão. Ele percebeu seu erro e ergueu a arma para atirar de novo, mas eu atingi seu braço.
            — Sorry — me desculpei com Petter caído no chão
            — Ah! Vai logo! — disse ele aborrecido
            Puxei Ched comigo e encontramos a base norte com a bandeira desprotegida. Sentei Ched no chão e fui até o tecido cintilante, mas antes de eu tocar meus dedos nele, Jenny tocou o cano de sua arma na minha cabeça.
           — Parada aí, cunhadinha! — disse ela
           Ergui minhas mãos para cima e me virei de frente para ela. Sua expressão era apreenciva e ela continuava com a arma apontada para o meu rosto. Sorri vendo seu braço vacilar e mandei-lhe um beijinho antes de torcer seu pulso. Ela disparou e acertou um tiro na parede, tentou se soltar mas eu tomei sua armar. Ela veio para cima de mim e Ched apontou sua arma para a cabeça dela.
            — Parada aí, amor! — disse ele com um sorriso
            Jenny soltou um suspiro frustado e levantou as mãos em rendição. Fui até o palanque e puxei a bandeira fazendo um alarme soar, a sala se iluminar e o labirinto se recolher para dentro do chão novamente.
           — Isso não foi justo, eles tinham um a mais! — reclamou Josh irritado para Bob
           — Você atirou nas duas pernas do nosso um a mais — respondi seca — e sem necessidade.
           — Merciless disse ele com um sorriso maldoso
           — Attackers respondi atirando em seu braço direito
           — Sua... — disse ele vindo para cima de mim
           Adam entrou no meio e o empurrou fazendo ele cair no chão.
            — Se tentar encostar nela de novo, eu quebro suas mãos - gritou Adam
           — Crianças! — disse Bob pelo microfone fazendo todos olharem para o camarote de vidro no alto — parem de brigar!
           Saímos todos da sala e fomos para a superfície. Enquanto Adam tomava banho, fui até o quarto de Ched e Jenny, ver como ele estava. Jenny já estava cuidando dos machucados que as balas fizeram nele.
           — E aí, está doendo muito? — perguntei escorada na porta
          — Não muito, e eu tenho uma ótima enfermeira — respondeu ele olhando para Jenny, que abriu um largo sorriso — além do mas, o sabor da vitória compensa.
          Eu e Ched soltamos uma gargalhada enquanto Jenny revirava os olhos.
          — Foi sorte — disse ela
          Subi para o quarto e encontrei Adam na sacada fumando. Ele ainda estava molhado do banho e só com uma toalha branca em volta da cintura. Fui até ele e abracei seu dorso de costa dando um leve beijo em seu ombro. Ele soltou uma risada gostosa e virou de frente para me beijar. Senti o delicioso sabor de hortelã da sua boca e um pouco de menta e tabaco.
           — Assisti nosso jogo e tenho que dizer, você foi excelente. Principalmente na parte que atira no braço de Josh — diz ele nos fazendo rir
           Olho para seu rosto plácido e contemplei aqueles lindos olhos verdes. Passo meu polegar pelo seus lábios e desço minha mão por seu peitoral encontrando três rasas crateras de bala.
           — Você foi baleado. — constato puxando ele para cama — Porque não disse? — perguntei
           — Seu irmão já tinha levado dois tiros — respondeu ele dando de ombros — não queria te preocupar.
           — Ched tem a Jenny, e por mais que eu não goste da idéia, ele não precisa mais de mim.
           Peguei a caixa de primeiros socorros, sentei em seu colo e comecei a desinfetar seus machucados. Adam olhava para o meu rosto concentrado no curativo e alisava meu cabelo com suas mãos pesadas. Ele puxou meu rosto para si e beijou meus lábios com ternura.
            — Eu te amo — disse ele
            — Eu também te amo... muito. — respondi
           Adam me puxou mais para si e me deitou na cama.
            — Eu não terminei o curativo...
            — Que se foda o curativo. — disse ele
            Sua mão viajou pela minha barriga e apertou firme minha cintura, depois desceu para minha coxa e à subiu para rente a sua cintura, fazendo minha intimidade sentir o volume em baixo da sua toalha. Soltei um gemido baixo e seus lábios viajaram por toda extensão do meu pescoço, ora com beijos, ora com leves mordidas ou chupão. Adam puxou minha blusa fazendo seus botões se soltarem e meu sutiã fircar exposto. Ele deixou um chupão perto da taça do sutiã e eu arqueei as costas de prazer, ele aproveitou a deixa e o desabotoou atirando o longe. Adam apertou meus seios e depois passou sua língua perto do meu mamilo. Gemi alto e puxei os cabelos negros de Adam.
             — Gente, vem jantar! — gritou Kayla batendo na porta do nosso quarto
             Adam pegou a arma em cima do criado-mudo e disparou fazendo buracos na porta. Kayla gritou e resmungou algo ininteligível. Ele voltou a deixar a arma em cima do criado e arrancou meu jeans. Uma trilha de beijos foi deixada do meio do meus seios, por toda minha barriga até o começo do elástico da minha calcinha. Seus dedos passaram pela minha intimidade por cima do tecido fino me fazendo estremecer.
              — Adam... — gemi
              Ele soltou uma risada e beijou minha bochecha.
              — Você é muito impaciente — disse ele rindo
              Adam despiu minha calcinha e a jogou em algum canto do quarto. Ele beijou o interior da minha coxa e passou seu polegar em cima do meu clitóris levemente. Soltei um gritinho torturado e cravei minhas unhas em seu ombro. Senti sua língua massagear meu clitóris e dois dedos serem enterrados em mim.
              — Adam... — gemi desesperadamente
              Ele se ergueu e se encaixou em mim, fazendo movimentos lentos e intensos. Sua boca deixava mordidas carinhosas no meu pescoço e seu polegar massageava meu clitóris, enquanto minhas unhas deslizavam pela sua costas. Ele sabia tão bem como me deixar louca, nossos corpos se encaixavam tão perfeitamente, acho que eu ficava excitada só de olhar para suas mãos. Não tinha ninguém que eu amasse mais do que ele e meu irmão. Senti meu orgasmo vir e me deliciei com a sensação, depois de mais algumas estocadas, Adam se deramou dentro de mim.
           — Débora... — gemeu ele trêmulo
           Seu corpo caiu em cima do meu e eu beijei seu ombro. Ele ergueu sua cabeça e me encarou com aqueles lindos olhos verdes.
           — Eu te amo — disse ele beijando meus lábios
           — Eu também te amo.

___________________________________________________________________________________
*Merciless: impiedosos
* Attackers: atacantes

Life of gangster || HIATUSOnde histórias criam vida. Descubra agora