Após uma breve e triste conversa Leo mostrou para Yuri que tinha feito o café, ele por sua vez ficou muito feliz e jorrou elogios sobre a comida dele, não atoa já que Leo era de fato era um excelente cozinheiro e formado em gastronomia.
- Esse é o melhor café da manhã que já comi, eu ia te levar nos cafés daqui mas você vai achar tudo horrível já que cozinha tão bem.
- Fico feliz que gostou, posso cozinhar nossas refeições?
- Claro, minha comida é horrível, vai ser ótimo ter alguém que sabe cozinhar, dei sorte.
Afirmou rindo enquanto comia alguns biscoitos caseiros, Leo se ofereceu para ajudar em outras coisas , mas Yuri insistiu que ter um cozinheiro era melhor do que qualquer outra coisa.
- Tchauzinho Leo, vou acabar me atrasando por causa da sua comida. -se apressando com a boca cheia de comida Yuri foi dar um abraço de despedida mas por pouco não beijou os lábios do rapaz sem querer isso deixou ambos constrangidos, tal constrangimento foi cortado por uma risada sem graça. - Se cuida, qualquer coisa me liga.
- Bom trabalho.
Ele saiu atrasado já que gastou parte de seu tempo desfrutando a comida de Leo, que ficou meio desolado sozinho na casa, então resolveu andar pela cidade, para tentar espairecer, no começo se sentiu bem com alguns casais de idosos o cumprimentando, mas logo começou a se sentir mal, parecia que em cada esquina estava vendo Charles, seu coração começou a palpitar e o maldito nó na garganta voltou o fazendo correr desesperadamente de volta para a casa, onde só se sentiu confortável novamente após verificar cada cômodo e encontrar algumas fotos engraçadas de Yuri de quando era mais novo, além de outras que mostravam como ele sempre foi um asiático muito bonito e de sorriso acolhedor. Após se acalmar Leo cozinhou o melhor que conseguia, fazer comidas gostosas para Yuri seria um ótimo jeito de agradecer por ser tão gentil o recebendo abertamente, depois sua tarde foi passada vendo vídeos de técnicas de defesa. "Talvez ter alguma noção de luta me faça sentir mais seguro." Pensou vendo vários vídeos.
Algumas horas se passaram Yuri voltou e deu de cara Leo tentando imitar um golpe que um cara estava fazendo na TV, ele parou em silêncio esperando o homem notar sua presença, que ao perceber caiu no chão.
- Leo tudo bem? -perguntou olhando os machucados das costas para verificar se não tinha aberto. - Você deveria estar repousando!
- Desculpa, achei que me sentiria mais seguro se aprendesse algo sobre lutar. -falou levantando.
- Isso é ótimo, mas antes tem que deixar suas costas cicatrizar, comprei alguns remédios para ajudar com isso, vem.
Leo seguiu ele até seu consultório particular, onde tomou alguns remédios e Yuri fez os mesmo procedimentos do dia anterior, que foram igualmente desconfortáveis para ambos, em seguida Yuri foi tomar um banho e desceu sentindo o cheiro da deliciosa comida que Leo havia preparado, cozinhar era uma das coisas que ele mais amava, ver alguém tão empolgado com sua comida o deixava de certa forma feliz.
- Gostou? -perguntou encarando ele ansioso por aprovação enquanto ambos comiam.
- Devo dizer que sinto que essa comida saiu de uma restaurante cinco estrelas, muito bom! -Yuri encheu a boca de novo sorrindo, aos olhos de Leo o homem começava a se assemelhar a uma espécie de anjo.
- Que bom que gostou, se quiser eu fiz uma marmita também para levar.
- Uau, obrigado Deus, certeza que papai e mamãe que pediram para me mandar um cozinheiro de hóspede!
O jeitinho simples de Yuri ficar feliz com tudo deixava a casa fria mais quente, parecia que até a cor do lugar mudava quando ele chegava. Depois do jantar Leo fez uma chamada de vídeo com sua mãe e irmã, que ficaram mais aliviadas ao saberem que ele e Yuri estavam se dando bem, elas contaram muitas coisas para ele que não puderam contar durante os anos que se passaram, tantas coisas perdidas, Ana havia até tido uma gravidez que não foi até o fim e Leo não fazia idéia, depois de muita conversa ele pode sentir que o sentimento delas por ele nunca tinha mudado isso o deixou triste por ter deixado algo tão valioso de lado, mas ao mesmo tempo aliviado de saber que elas ainda estavam lá para ele. Após a ligação Yuri ofereceu seriados para os dois assistirem e foi o que fizeram, era engraçado ver como o homem se empolgava falando dos personagens que gostava, criando teorias e se emocionando a cada acontecimento mais empolgante.
Durante a madrugada Leo continuou com seus pesadelos, mas Yuri apareceu com seu bom humor e paciência para lembrar que do outro lado estava tudo bem e ninguém ia encostar nele enquanto o senhor rebatedor estivesse no quarto ao lado. Todos os dias Leo passou a fazer o café pela manhã antes de Yuri ir trabalhar, ele tentava treinar de tarde e arrumar a casa, depois esperava seu colega de quarto chegar para trocar seus curativos, jantar e assistir alguma coisa juntos, nos finais de semana Yuri estava fazendo trabalhos comunitários, então passava parte do dia fora também, até que em um sábado ele acordou antes de Leo e foi ao quarto do rapaz.
- Bom dia senhor Leonardo! -disse o acordando com entusiasmo.
- Bom dia Yu. -em algum momento de forma inconsciente passou a chamar Yuri assim e não parou mais. - O que foi?
- Lembra que faço trabalho comunitário aos finais de semana?
- Sim... -respondeu ainda com sono, coçando os olhos e ficando vermelho ao perceber como ele estava perto do seu rosto.
- Acha que está bem o bastante para sair?
- Talvez...
- Então, vamos fazer uma festa porque conseguimos lar para as crianças de um orfanato que ajudo, mas hoje eles não precisam de um médico e sim de um cozinheiro, você me ajudaria a não fazer as pessoas vomitarem de nojo da minha comida? -Leo riu com o jeito envergonhado que Yuri perguntou, a comida dele realmente era bem ruim.
- Claro, só estou com medo de surtar, ou fazer alguma coisa estranha, mas seria legal sair um pouco.
- Se achar que vai surtar é só mostrar o dedo do meio para mim e eu te trago de volta. -uma sugestão espontânea que fez Leo voltar a rir e perceber que apesar de ter achado que jamais sorriria de novo depois de tudo o que aconteceu, Yuri conseguia arrancar risadas dele sem querer a todo momento.
- Não pode ser outro sinal?
- Tem razão é inapropriado na frente das crianças... pode assoviar, que tal?
- Pode, espera me arrumar?
- O dia vai ser ótimo, que legal!
Yuri saiu animado do quarto, Leo ficou um pouco apreensivo de sair para um lugar com um monte de gente, mas seria algo bom interagir com outras pessoas. Em poucos minutos ambos estavam prontos e saíram na mini vã, o orfanato era bem distante, haviam muitas crianças no local e a maioria das pessoas que estavam ajudando eram mulheres jovens e simpáticas que fizeram Leo se sentir menos desconfortável, logo ele estava se enturmando, não mais que Yuri que era quase um ídolo no meio das moças e das crianças.
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NU
RomanceLeo era um rapaz muito orgulhoso e seu objetivo era conseguir muito dinheiro para nunca mais passar dificuldades, o caminho que ele começou a trilhar o levou bem longe, mas antes que pudesse parar acabou em uma mansão com alguém que ele preferia jam...