- Bem vindo Leo! -disse sorrindo e indo o abraçar, o homem ficou paralisado, sem qualquer tipo de reação. - Tudo bem com você? -perguntou estranhando a reação dele. - Não me diga que você não é o Leo e eu abracei uma pessoal aleatória, aí meu Deus! -Yuri entrou em desespero.
- Não, sou eu... -ela abaixou a cabeça com um pouco de vergonha.
- Ufa, eu ficaria bem envergonhado se tivesse feito isso, você deve estar cansado e eu aqui perdendo tempo com abraços, deixa eu pegar suas malas.
- Não, desculpa minha reação e obrigado por vir me receber aqui, foi muito gentil. -agradeceu tentando dar um sorriso para Yuri.
- Não é nada, estou de folga hoje e você iria acabar se perdendo, a cidade que eu moro é bem pacata, muitos motorista não vão para lá ou cobram os olhos da cara! -contou de forma animada pegando as malas de Leo.
- De qualquer forma obrigado.
- Você está com febre. -afirmou encarando bem ele, o rosto de Yuri era tão sereno que uma simples aproximação fazia Leo ficar mais vermelho.
- Não, só estou cansado. -apesar de negar a cara de Leo estava cheia de suor e nada boa, claramente de alguém doente.
- O Hwan deve ter te contado que eu sou médico né?
- Sim...
- Vem cá. -Yuri encostou com ele em um bebedouro, pegou uma cartela de remédio e deu um para Leo. - Isso é um antitérmico para você aguentar chegar até em casa e eu poder te avaliar melhor.
- Eu só preciso dormir.
- Não vou te deixar dormir até saber porque está com febre. -a expressão de Yuri era de preocupação, ele parecia ser um rapaz bastante gentil e confiável.
- Tudo bem. -Leo tomou o comprimido. - Podemos ir agora?
- Claro, se sentir alguma coisa me avisa.
Ele sorriu e os dois foram até um estacionamento, Yuri tinha uma mini vã prata, antes dos pais morrerem era mais confortável levar eles nesse tipo de carro, já que ambos estavam bem velhos e debilitados, quando morreram ele passou a usar para ajudar em serviços comunitários, durante o caminho Leo ficou encantado com a vista das estradas por onde passaram, mas estava se sentindo bem fraco, suas feridas mais profundas ainda estavam bem abertas e doendo, talvez isso estava lhe causando febre, mas ele não conseguiria explicar isso para Yuri, já tinha sido difícil demais contar para sua irmã e para a delegada. Eles chegaram na pequena cidade, cercada por montanhas e vegetação, era o lugar perfeito para não ser encontrado, poucas pessoas, frio e difícil acesso.
A casa de Yuri era bem comum, dois andares, com uma decoração rústica, porém bastante aconchegante, o ar do local era de um lar de verdade e não uma simples casa.
- Seu quarto tem uma vista bem legal das montanhas, espero que goste. -Yuri foi na frente levando as malas de Leo.
- Não quer que eu leve uma?
- Com essa cara eu não te deixaria levar um poodle! -eles subiram a escada e entraram na segunda porta, o quarto tinha uma cama de casal, um guarda roupas antigo com espelho e dois criados mudos. - A decoração fica a seu gosto, pode colocar o que quiser eu não ligo.
- Obrigado.
- De nada, agora me diz porque está com essa cara de morto? -perguntou encarando bem ele. - O Hwan me disse que você estava passando mal de stresse por conta da faculdade e do seu trabalho, que precisa tirar um tempo para sua mente, mas eu não sou tonto, atendo um monte de gente com stresse por motivos semelhantes e nenhuma está no mesmo estado que você.
- Eu não quero falar sobre isso... -disse respirando fundo e sem conseguir olhar nos olhos de Yuri.
- Sem problemas, então posso te examinar? -ele ainda estava preocupado com a febre.
- Não.
- Eu tenho duas regras, nada de drogas ilícitas e ninguém fica doente na minha casa. -afirmou o encarando sério.
- Tudo bem...
Yuri o convenceu a ir com ele no seu mini consultorio que tinha feito para ajudar seus pais com os medicamentos, o lugar era bem diferente dos outros cômodos da casa, mais arejado tudo lá era branco ou algo próximo disso. Yuri começou a perguntar tudo o que Leo estava sentindo, e pediu para ele tirar a blusa para o examinar.
- Pode ser por cima da blusa? -perguntou com medo dele ver o estado do seu corpo.
- Tá bom, não precisa ter vergonha, já vi de tudo. -Leo tirou apenas o casaco e Yuri ficou assustado com o sangue na blusa de baixo. - O que é isso?
- Eu... Cai.
- Leo, olha aqui para mim, se isso estiver do jeito que eu acho que está você pode estar com uma infecção, deixa eu fazer isso direito, não vou ficar perguntando mais o que aconteceu, agora minha prioridade é cuidar do que está de deixando assim. -as palavras dele eram bem sérias e o jeito que encarava o homem era demonstrando apenas preocupação.
- Eu só não quero lembrar disso ok? -disse com o olho meio marejado.
- Ok, vou dar um jeito para melhorar logo e você vai poder esquecer seja o que for, tá bom?
Leo concordo, tirou sua camisa e Yuri se arrependeu de ter dito que já tinha visto de tudo, os machucados estavam muito profundo e infeccionados, ele começou a limpar com um forte aperto em seu peito enquanto apesar de claramente estar com muita dor Leo não esboçava reação mesmo quando ele colocava o antisséptico nas feridas.
- Está machucado em mais algum lugar?
- Sim.
- Posso ver?
Ele abaixou as calças e Yuri queria não ter entendido o que tinha acontecido, ele fez vários curativos, demorou para limpar e cobri tudo de novo, em seguida deu alguns remédios para Leo e mandou ele ir se deitar um pouco, o rapaz obedeceu um pouco sem jeito por Yuri ter cuidado com tanta paciência de cada machucado em seu corpo, ele mal conseguiu olhar em seu rosto para poder agradecer. Após Leo ter ido para cama Yuri foi para o lado de fora e imediatamente ligou para Hwan, que atendeu alguns minutos depois.
- O que aconteceu com esse rapaz?! -era a primeira vez que Hwan ouvia a voz de Yuri nervoso.
- Desculpa não ter te contado primo, é que aconteceu tudo muito rápido e você era a única pessoa que a gente confiava para mandar ele.
- Hwan eu nunca fui ríspido com você, mas tem um homem todo machucado e claramente com a cabeça bem ferrada no meu quarto de hóspedes, acho que como médico e seu primo eu merecia saber que receberia uma pessoa nesse estado, então me conta o que aconteceu?
- O irmão da Ana foi meio que sequestrado por um cara muito rico que é completamente degenerado e fez isso com o garoto, a gente precisa que você esconda ele ai até a polícia conseguir prender ele, a Ana é minha esposa, minha família, então o irmão dela também faz parte dessa família e eu vou proteger ele para ela não ficar triste, eu confio em você mais que qualquer um Yuri, se não quiser essa responsabilidade eu entendo.
- Esperto, sabe que eu jamais iria contra o argumento da família... se ele é parte da sua família é parte da minha também, vou cuidar dele, não se preocupe, mas nunca mais esconda algo assim de mim.
- Obrigado Yuri.

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NU
RomanceLeo era um rapaz muito orgulhoso e seu objetivo era conseguir muito dinheiro para nunca mais passar dificuldades, o caminho que ele começou a trilhar o levou bem longe, mas antes que pudesse parar acabou em uma mansão com alguém que ele preferia jam...