𝐏𝐑𝐎́𝐋𝐎𝐆𝐎

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    ➥ 𝙷𝙾𝙿𝙴 𝙸𝙽 𝚈𝙾𝚄𝚁 𝙴𝚈𝙴𝚂 ◼︎꙳⋰

Olhando através da janela do avião, era inevitável não pensar em minha morte e em como essa seria outra forma fácil de morrer

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Olhando através da janela do avião, era inevitável não pensar em minha morte e em como essa seria outra forma fácil de morrer.

Fecho os olhos e penso sobre isso por alguns segundos, imaginando esse sendo um dos raros acidentes aéreos, mas logo percebi que era um pensamento egoísta.

Aquelas pessoas amontoadas em seus acentos não tinham culpa se eu levava uma vida medíocre aponto de querer acabar com ela. Meu irmão não tinha culpa. Existiam outras formas de morrer, formas essas que tirariam apenas a minha vida.

Mas eu não possuía essa coragem.

Quando pousamos em Port Angeles eu caminhei apreensiva pela multidão do aeroporto segurando a mão de meu irmão. Era perspectivo que suas mãos tremiam, não sabia se era devido ao frio ou pelo nervosismo de reencontrar a irmã do nosso falecido pai.

— Ellie, Sam — Gritou uma mulher que segurava um cartaz de boas vindas. Tive que me segurar pra não sair correndo e embarcar no próximo voo de volta ao Texas.

Apertei a alça da bagagem com força, coloquei no rosto o melhor sorriso que conseguiria e caminhamos em direção a mulher. Era notável sua semelhança com nosso pai, poderia facilmente dizer que é uma versão feminina dele se não fosse pelos cabelos loiros que possuía. Era.

Quanto tempo — Ela sorriu, jogando seus braços envolta de meu pescoço. Fiquei estática por um momento, processando que essa era nossa vida agora, mas logo tratei de retribuir o abraço — Estava tão ansiosa, como vocês estão? — Ela dobra o cartaz e me entrega, abraçando Sam logo em seguida.

— Estamos bem — Digo, mentir sobre isso já fazia parte do meu cotidiano.

— É, estamos bem — O garotinho de 13 anos fala em um tom baixo, olhando para mulher com um semblante triste.

Foi como se só naquele momento eu tivesse percebido que ele estava sofrendo, Sam também havia perdido tudo e eu poderia me considerar a pior irmã do mundo por não ter estado lá pra ele.

— Obrigada — Agradeço quando ela segura nossas bagagem, nos conduzindo até o carro.

O caminho de Port Angeles até Forks não era tão longo, provavelmente menos de uma hora, mas devido ao óbvio achismo da minha tia sobre agora termos medo de qualquer veículo com motor, foi quase duas horas. Eu não a culpava no entanto, realmente tive no início.

Relaxei os ombros quando enfim chegamos a casa de Cora. Era uma casa média de dois andares, incrivelmente parecida com qualquer outra da vizinhança. Seria relativamente pequena comparada a minha antiga ou a dos nossos avós, mas eu tinha adorado.

— Esses são seus sobrinhos? — Ouvi a voz de um homem perguntar.

— Sim — Nossa tia falou, com um sorriso diferente estampado em seu rosto. Presumi que era pelo desconhecido — Vocês lembram do Charlie? O xerife da cidade.

— Bem vindos de volta a Forks, Cora e Billy não paravam de falar sobre vocês — Apertei a mão do homem quando me aproximei, ele ainda tinha o mesmo olhar gentil.

— Obrigada — Agradeci com um sorriso no rosto, minhas bochechas provavelmente iriam começar a doer essa noite.

Deixo de prestar atenção na conversa dos dois e procuro por meu irmão. Sam estava olhando fixamente para uma das casas que ficava perto da nossa.

Sigo seu olhar, não encontrando nada logo de início, mas de relance consigo ver uma garotinha que parecia ter sua idade nos observando e solto um sorriso pela cena. E dessa vez um sincero.

— Seu carro chegou ontem — A voz de Cora me desperta e percebo que Charlie já não estava mais ali, assim como sua viatura — Está na garagem, mas se você não quiser usá-lo posso levar vocês para escola.

Entramos na casa aconchegante e observo o lugar, com Sam em silêncio ao meu lado — Não se preocupe com isso, posso dirigir até a escola sem problemas — Digo quando ela começa a nos apresentar o lugar.

Não foi necessário mais de uma viagem para carregar nossas coisas, levando em conta que a maioria já havia chegado antes da gente. Meu novo quarto ficava ao lado do de Sam, era em um tom marrom e pra minha sorte possuía um banheiro. Ao lado da janela que dava para floresta tinha um pôster do Nirvana, Tudo era incrivelmente aconchegante como o resto da casa.

— Seu novo quarto — Fala minha tia, encostada na porta branca — Espero que tenha gostado, pode mudar tudo se quiser.

— Eu adorei — Murmuro em tom baixo depois de ter colocando minha mala na cama e caminhar até a janela — Você nos matriculou na escola? — Pergunto quando vem em minha mente.

— Sim, você e Sam começam na segunda, mas são escolas diferentes já que não possui ensino fundamental na sua  — Diz quando começo a retirar as coisas da bagagem — Bom, vou deixar você se organizar agora, qualquer coisa estou na cozinha.

— Tá bom — Digo e ela pensa por um momento, antes de sair e fechar a porta atrás de mim, mas nem cinco segundo se passam quando ouço a ranger novamente.

— Olha Ellie, eu não posso nem imaginar como você está se sentindo, mas sei que está sendo extremamente difícil depois do acidente — Cora fala e percebo que ela tenta segurar as lágrimas que insistem em cair — Então por favor, não hesite em falar comigo pra qualquer coisa que precisar.

Olho pra ela estática. Eu imaginei que em algum momento ela falaria sobre isso, mas não achei que seria agora.

E novamente veio como um baque, me lembrando que eu não era a única que se sentia assim, Cora também havia perdido membros da família. E só Deus sabe como Billy deveria estar se sentindo.

Caramba Ellie, você pode ser considerada a pessoa mais egoísta de todos os tempos.

Caramba Ellie, você pode ser considerada a pessoa mais egoísta de todos os tempos

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𝐇𝐎𝐏𝐄 𝐈𝐍 𝐘𝐎𝐔𝐑 𝐄𝐘𝐄𝐒, Jasper HaleOnde histórias criam vida. Descubra agora