Aqueles que olham para a morte

Capítulo 3 - Conversas desconfortáveis

- Capítulo 3 -

Conversas desconfortáveis

Mais mortes e possíveis mortes

E quem diabos é Vecna?

— Não foi a melhor das ideias.

Foi a primeira coisa que Steve falou desde que saíram do rio.

— Não me diga. — Eddie disse irônico. — Percebeu agora?

— Mas deu certo, não deu?

Munson não respondeu, apenas balançou a cabeça em descrença.

Eles não estavam mais perto do rio. Não era nem possível ouvir o som da água correndo. Agora se encontravam em uma clareira o mais afastada que conseguiram. Uma fogueira queimava trazendo um pouco de calor para os corpos ainda molhados. Horas antes a noite havia caído, o que apenas dificultou os dois garotos de se secarem.

Ou melhor, dificultou para um deles.

Eddie é muito paciente ao recitar feitiços para retirar a água de suas roupas. Ele também aproveitou para arrancar fora a gravata e jogar de lado o casaco do uniforme, permitindo a visão de seus antebraços por conta das mangas arregaçadas da camisa. Aquela mancha preta em sua pele eram morcegos?

— Teria como É — o acastanhado começa, não parecendo conseguir concluir a frase.

O clima era um pouco desconfortável, assim como na cabana.

— Desembucha.

— Teria como você secar minha roupa também? — Steve estava bem sem jeito. — Por favor?

Eddie arqueia as sobrancelhas. Tirando um pouco sua atenção de suas botas recém secas, olhou para o outro, analisando dos pés à cabeça. Ainda estava molhado, quase que encharcado.

— Oras, a sua alteza não consegue se secar só?

— Não. — seu rosto corou em vergonha antes de murmurar. — Eu não consigo fazer feitiços.

O moreno até pensou em fazer alguma brincadeira com ele, mas percebeu que o garoto estava tremendo. Com um suspiro, saiu do lugar onde estava e se aproximou. Sentando ao seu lado.

Pouco depois, Steve estava seco.

— Obrigado.

— Não precisa agradecer. Você também me ajudou.

— Na verdade foi pelo Dustin.

— Você é um estraga prazeres, né? — não era realmente uma pergunta, ele balança a cabeça com uma exagerada expressão de desaprovação. — Não pode me deixar falar algo legal? Eu também quero parecer bacana, Steve.

— Foi mal, foi mal. — o acastanhado se desculpou em meio a risadas. Era impossível levar o tom exagerado do outro a sério.

— Isso! Se desculpe mesmo! Mas não quer dizer que vou lhe perdoar tão fácil! — o Munson continuou em uma atuação teatral.

— Oh, não! Que infelicidade não ter o seu perdão!

Os dois acabaram rindo divertidos. O clima havia melhorado.

— Mas sério, não precisa agradecer. — o moreno falou depois de acabar de rir. — Querendo ou não você ajudou, então de boas.

— Certo.

— Então Por que você não pode fazer feitiços? — perguntou curioso tentando manter o diálogo. — Não que você seja obrigado a responder, claro.