O festival começa!

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Ao entrar na ilha, os piratas eram averiguados e catalogados. Os membros usavam pulseiras verdes, os funcionários da Libertália, brancas, os reis piratas, douradas e os convidados, vermelhas.

Quando Barba Negra se apresentou, o recepcionista mostrou certo respeito. Afinal, Teach ganhava mais renome a cada ataque, e havia capturado mais seis navios negreiros desde a Guerra de Alshar. Sua tripulação majoritariamente de ex-escravos era de quatro centenas e uma dezena. Além dos nomes famosos como Bellamy, Low, Avery e Black Caesar.

- O senhor Hornigold pediu que vá vê-lo em sua cabine - avisou o funcionário, e assim fez o pirata.

A tenda onde Benjamin estava instalado era luxuosa, cheia de objetos prateados e dourados. No entanto, as garrafas com diabos dentro chamavam mais a atenção de Teach. Recebido com um abraço pelo rei pirata; Barba Negra sorriu, empolgado.

- Que espetáculo foi esse! Metade da ilha vindo do céu e a outra debaixo d'água!

- É, Teach, nosso engenheiro e Grão Duque do crime não é pouca coisa - gargalha Benjamin Hornigold - E você gostou mesmo da carreira pirata, como eu previ! 5.2 milhões de recompensa por você, 1 milhão pelo seu imediato, e ainda tem Low, Bellamy e Avery no seu bando, com 700, 850 e 930 mil de recompensa! Olha que quem capturar vocês fica rico hein - gargalha - E sua frota tem nove navios também, né?

- Está bem atualizado sobre mim, bem até demais - debocha Teach - Pois é, vou adquirir nossos registros e comprar umas coisas.

- Tem muita coisa boa esse ano. E ano que vem já deve estar pronta a ilha definitiva. 

- Definitiva? Tiveram tanto esforço para uma temporária??

- Lafitte não é bobo, a parte alada vai para mim, a submersa para Cheng I. A definitiva está em construção há uma década. 

- E que tipo de ilha é?

- Segundo rumores é uma ilha navio que pode submergir e é feita de vagões de trem fundidos e umas máquinas estranhas. Mas não são lá fontes confiáveis. Enfim, pensa em conquistar algum território? Adoraria que fosse meu sócio. 

- Ser um Dominante? Não, não penso nisso não.  E para que o pirata com mais territórios do mundo quer um sócio?! Você só pode estar brincando comigo!

- Calma, Teach. Calma. Eu tenho... um grande inimigo.

- Inimigo? - Barba Negra levanta uma sobrancelha - Quão grande ele é?

- Não se preocupe - ri de leve - meus inimigos são grandes, mas nem tão grandes quanto eu. Eles me atacaram depois que te bani há semanas, e estão me perseguindo faz tempo. Quanto mais territórios eu tenho, mais fontes tenho para achar a base deles.

- São uma o que? Organização, país, grupo de mercenários...?

- Uma organização que manipula países ao redor do mundo inteiro para acabar com ameaças místicas ao mundo.

- Parecem gente do bem.

- Teach. Eu e você somos ameaças, na ótica deles.

- Ah.

- As sete bestas que vieram ao mundo antes da criação, as Potestades, são o principal alvo deles, mas quem consumiu diabos de garrafa também. E eu sou o fornecedor desse produto para o mundo, além de já ter consumido também. Eles fazem os países investirem na marinha pois no mar tudo pode acontecer. É mais fácil... silenciar pessoas. Chegam até a causar guerras para isso. O ataque a Alshar foi o estopim para uma guerra contra a França, então suspeito que foi obra deles também. 

- Alshar foi dizimada por um míssil nuclear, acha mesmo que eles... iriam tão longe assim?

- Não seria a primeira vez que fazem algo do tipo.

Transtornado, Teach sai do recinto.

Pelos céus, o que foi que eu fiz?!

No horizonte, navios da O.M.S.C.A. se preparavam para o ataque.

Förogo se sentia enojado. Piratas sujos, de dentes amarelados e fedidos riam e bebiam para todo lado. O ambiente era repulsivo e repugnante para ele. Entretanto ele se acalmava ao pensar que estava ali para resolver isso.

Exterminar os piratas. Acabar com a maior concentração deles no mundo. Matar seu melhor amigo. Estes eram os objetivos do melhor aluno de Tamashinomura.

Baduzones já havia ganhado certo dinheiro com apostas ao chegar na ilha, e com isto foi pegando presentes para todos.

Uma camisa e um facão para Jijo, espadas e roupas novas para Mary, livros e produtos químicos raros para Victor. A tripulação estava dispersa pela ilha, conhecendo inúmeras figuras notáveis, alheios ao ataque em massa que era preparado no horizonte.

O diretor da O.M.S.C.A., Organização Mundial de Segurança e Controle de Anomalias, estava em um dos navios. Suas roupas de luta estavam amassadas e úmidas, seus homens, nervosos como nunca. Subindo no mastro, ele ergue sua voz.

- Existimos há mais de um milênio sempre com uma diretriz: proteger as pessoas. Independente de sua nação, cor ou quaisquer distinções. Controlamos a maior parte dos países do mundo em prol desse objetivo. Não podemos deixar que a entropia e anarquia consumam o mundo! Por isso nossa luta é a mais importante de todas! Nós usamos os diabos de garrafa e os acessos de magia para combater aqueles que o fazem sem pudor algum. É muito melhor ao povo que desconheça tais coisas, que considerem fantasia e impossível. E sabem por quê? Porque quando controlamos totalmente um recurso, podemos administrar ele sem interferência de pessoas malignas e corruptas!! E os piratas são o caos, a violência, a barbárie, e usam sem escrúpulo algum os poderes mágicos em seus objetivos nefastos!! Traem uns aos outros sem medo, tanto é que o próprio Barba Negra os entregou!! Estamos diante da maior organização criminosa da históriamundial e vamos acabar com eles!!! - todos urram, em êxtase.

Os três reis piratas, após anos, enfim se encontram no mesmo lugar.

Dominantes - A Guerra de Port Royal livro 2 - CruzadaOnde histórias criam vida. Descubra agora