Capítulo 05
Eram quatro da manhã, quando o ataque noturno veio com tudo. Eu não sabia se era sonho ou alucinação. Sempre surgiam sombras sem rostos, se rastejando até minha cama e mordendo minha carne, como zumbis de fumaça. Eu até tentava gritar, mas não conseguia. Da garganta apenas um ruído estranho saia e eles subiam pelo meu peito, enfiando as unhas enormes, rasgando a carne e enfiando a mão, sem dó em minhas entranhas.
A dor que eu sentia era real demais, mas nunca conseguia chamar socorro. Meu corpo todo paralisava e sentia um suor frio descer pelo meu corpo, junto com as lágrimas quentes e meus dentes rangiam de dor. Eu fechei os olhos com tanta força que doíam, tentando acordar.
Como sempre fazia...
Acordei tarde, com escoriações nos braços e pernas. Tomei um banho demorado, sempre que acontecia isto. Eu me sentia fraco demais.
Era domingo e meu pai estava em casa. Dia de sair das redes sociais e interagir e passear com a família. Só que naquele domingo. Despertei com muita dor de garganta, que não estava afim de sair de casa. Meus pais então, resolveram ir visitar meus avós e prometeram não demorar. Eu fiquei bem chateado, pois adorava o meu avô, que sempre me ensinava algo novo ou contava alguma história antiga. Estes momentos me foram inestimáveis!
Minha mãe, logo de início insistiram em ficar em casa para me cuidar, mas por fim, acabei convencendo-a a ir, pois seria triste não ir visitar os pais, sendo que eles esperavam o domingo chegar com um lauto almoço e matar a saudade.
Sendo assim, meus pais se despediram de mim, deixando um prato no micro-ondas, chá de hortelã e suco de laranja. Apesar de que, a única coisa que desejava era ficar deitado, jogando no celular e chupando pastilhas de gengibre.
Lá estava eu, jogando online e conversando com outros jogadores. Me sentia bem desanimado pelo incômodo na garganta e as dores físicas da noite passada, mas não queria abandonar meus amigos no meio de uma partida, para passar o domingo dormindo. De repente, alguém pediu ajuda, pois era sua primeira vez que estava jogando.
- Alguém aí, poderia me dizer como faço pra ter mais munição?
Ninguém do grupo deu muita atenção. Na verdade, nem eu, pois estava muito focado em destruir um caminhão do inimigo.
- Pfv, galera! Sou novo, aqui. Não faço ideia do que tô fazendo. Bora ajudar!
"Quem é você, cara?" – Pensei, rindo.
POETA: - Que vc é, moço?
KING: - Comecei agora, mano.
Fiquei lendo curioso e percebi que o novo jogador solitário não estava entendendo nada, como por exemplo, que era "camp", "flopar" ou qualquer termo do jogo. Me senti inclinado a ajudá-lo. Não sabia bem o porquê, mas sentia que precisava ajudá-lo. Todo mundo, um dia, teve sua primeira vez, então resolvi chama-lo no privado:
- (Não faça isto, Pedro. Tome cuidado) - Sussurrou a voz em mim.
- Olá, King? Em que posso te ajudar?
- Oi, Poeta! Eu posso atirar aleatoriamente? Como consigo mochila com munição? E o que é este bônus que aparece pra mim, na tela?
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O GOSTO METÁLICO DA DOR
Teen Fiction🔞 🥇 primeiro lugar concurso Literário Oportunidades CLO categoria ficção adolescente. 🥇 primeiro lugar concurso Literário Grandes Cisnes categoria melhor capa 🥈 segundo lugar concurso Crossing Worlds CCW edição 2 categoria extra melhor capa 🥇...