IX

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    Silêncio.

    Os batimentos cardíacos começaram a ficar audíveis, um pouco acelerados. Tum tum. Batiam contra sua caixa torácica.

    A escuridão não ajudava seus sentidos a se acalmarem. Os olhos negros grandes viravam de um lado para o outro, sem enxergar nada de fato. Seu corpo grande estava encurralado contra a madeira, encolhido e imóvel. Ali dentro cheirava a roupas limpas e sapatos de couro. Podia sentir suas mãos amassando os cadarços de algum deles, já que não havia espaço para ele e os objetos coexistirem naquele pequeno local sem colidirem um com o outro.

    Ainda silêncio.

    Ergueu levemente o rosto, o suficiente para que os olhos alcançassem as brechas finas e horizontais que se faziam na madeira. Espiou com dificuldades o exterior. Não conseguia enxergar nenhum sinal do seu predador.

    Passos.

    Voltou rapidamente para trás, ofegante. Será que ele tinha lhe visto? Ficou atento. Agora podia escutar os passos. Podia escutar seu nome sendo chamado.

    Espiou de novo.

    A silhueta passeava pelo lado externo. Olhou debaixo da cama. Atrás da porta. E então começou a se aproximar. Droga. Enfiou as costas na madeira, prendendo a respiração. Os passos se aproximavam... aproximavam... aproximavam.

    Pararam.

— Aha! Te peguei, Jungkook-ssi!!!

    Jimin abriu as portas e então caiu em cima de Jungkook, pegando o garotinho pela cintura.

— Hyung! Não!

    O Jeon riu-se, sendo atacado por um monte de beijinhos no seu pescoço e cócegas na cintura fina. Se debateu e gargalhou de forma adorável, tentando escapar das garras do Park.

    Respiraram ambos cansados depois. Jimin retirou o mais novo de dentro do guarda-roupa, onde estava escondido por pelo menos 5 minutos durante a brincadeira deles.

— Eu demorei pra' te achar! Foi um ótimo esconderijo.

    Jungkook sorriu orgulhoso. Embora tenha sido pego, ele amava o simples fato de que aos finais de semana ele poderia fazer suas brincadeiras favoritas com seu hyung.

    Desde o ocorrido do choro, a pequena divindade havia ficado ainda mais grudada ao dono da casa. Diferentemente de um tempo atrás, não se sentia exatamente dependente de Jimin. Isso é, não chorava na sua ausência ou ficava assustado. Na verdade, fazia semanas desde a última vez que ficou triste quando inevitável o via sair pela porta para frequentar sua faculdade.

    Agora, era uma espécie de grude diferente. Sentia vontade de ficar com Jimin e de se divertir o quanto pudesse com ele.

— Bom, agora quer se arrumar? Prometi que íamos ao parque hoje, lembra?

    O loiro ajeitava seus fios perfeitamente escovados, os lábios brilhando com o gloss que usava para hidratá-los. Jungkook sentia vontade de passar também. Ficava bonito.

— Sim! Vou rapidinho, hyung.

    Se apressou então a se arrumar. Não queria perder tempo.

    Fazia algum tempo desde que saíram juntos. Jimin particularmente tinha ficado um pouco hesitante desde quando perdera o Jeon no shopping e ficou desesperado achando que o tinham raptado. Desde então, evitou sair de casa, sempre propondo programas que pudessem fazer ao ar livre do seu próprio jardim.

    Achou que após um tempo mais longo de desenvolvimento do Jeon seria um momento mais propício para levá-lo ao mundo exterior mais uma vez. E, de fato, Jungkook parecia também mais tranquilo. Suas mãos ainda agarravam um pedacinho da camiseta de Jimin, como segurança de que ele não se perderia do Park, mas estava mais cômodo com o seu redor. Feliz, com certeza.

Plant boy • JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora