Capítulo quatro

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Felix

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Felix

"Você tem que ser perfeito"

" tem que ser o melhor"

"não me decepcione"

As palavras da minha mãe ecoavam em minha mente, enquanto eu repetia os passos. Caminho até minha bolsa procurando pelos remédios, tomo dois comprimidos me sentando no chão. Eu estava tão cansado física e mentalmente, não aguentava mais a pressão da minha mãe para ser um bailarino perfeito, o filho perfeito. Eu sempre tinha que ser o perfeito diante de tudo e todos.

Pego minha bolsa saindo do estúdio, assim que saio da faculdade vejo que já era quase noite. Mesmo que minhas pernas implorassem por descanso, resolvo ir andando para casa, eu gostava de sentir o vento batendo em meu rosto enquanto caminhava.

Chego em casa morrendo de fome, eu não havia comido nada apenas aquele croissant de manhã e alguns comprimidos para dor. Abro a geladeira encontrando apenas, saladas, barras de cereal, marmitas com comidas saudáveis.

Pelo jeito minha mãe tinha vindo aqui e jogado tudo fora, fecho a porta da geladeira com força indo para meu quarto.

Puxo a cadeira da penteadeira, para perto do guarda roupa pegando minha caixa secreta. Me sento no chão com a caixa no meio das minhas
pernas, abro o caixa vendo os diversos salgadinhos, barras de chocolate, doces e alguns refrigerantes.

Gatilho compulsão alimentar

Vou abrindo as embalagens, enfiado tudo de uma vez na boca enquanto sentia as lágrimas descendo, abro mais embalagens e o refrigerante, eu já sentia o refrigerante escorrendo pelo meu queixo junto da comida que caia da minha boca. Mesmo me sentido satisfeito não paro até ver a caixa vazia, e as embalagens espalhadas pelo chão.

Fico lá no chão por incontáveis minutos, até a culpa se abater sobre mim. Corro para o banheiro me obrigando a colocar tudo para fora, me levanto para lavar o rosto e escovar os dentes. Vou até o estúdio, não iria ensaiar visto que nem força nas pernas direto eu tinha, queria apenas colocar uma música e chorar.

Coloco minhas mãos que estavam trêmulas, na barra e fico me olhando no espelho.

- Como você é patético lee felix, patético.- passo as mãos pelo rosto, minha cabeça doía como o inferno, me afasto da barra sentindo minhas pernas fraquejarem e eu ir ao chão.

Não sei quanto tempo fico lá no chão, até ouvir uma voz distante me chamando. Até sentir alguém me pegando nos braços com muito cuidado.

-Vai ficar tudo bem.- e a última coisa que ouço antes de apagar completamente.

Quando recobro a consciência, noto estar em um quarto branco me levanto nervoso, me sento na cama notando o acesso em meu braço.

- Ei ei calma tá tudo bem.- meu vizinho fala se aproximando de mim.

- Onde eu to?

- No hospital, eu fui na sua casa pedir pra você abaixar o som, mas você não atendeu fiquei preocupado e entrei no seu apartamento, me desculpa por isso, eu te encontrei inconsciente. Não sabia o que fazer então te trouxe pra cá, o médico disse que você está bem, só ficou muito tempo sem comer.

Não acredito que ele me trouxe para um hospital, minha mãe não pode nem sonhar com isso.

- Alguém sabe que estamos aqui?

- Não, mas se quiser posso ligar para seus pais.

- NÃO! Quer dizer não é necessário, na verdade eu preferia que você não falasse isso pra ninguém.

- Tudo bem.- ele diz depois de me observar por alguns segundos.

- Obrigado por sabe ter me ajudado.

- Eu faria por qualquer um, até um chato com você.

Ele fala dando um sorriso, e que sorriso lindo tenho que confessar.

- Idiota.- falo mostrando a língua pra ele.

Meu doce vizinho •Hyunlix•Onde histórias criam vida. Descubra agora