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Ela despertou com um toque macio e carinhoso em seu rosto. Genevieve abriu os olhos ainda sonolenta e viu a imagem borrada de seu marido à sua frente. Ela esfregou os olhos, bocejou e espreguiçou-se demoradamente.

Cian riu do modo como sua esposa se contorcia na tentativa inútil de espantar o sono crônico que sentia. Ele estendeu a mão com um sorriso fino nos lábios e uma sobrancelha erguida, nitidamente havia preparado uma surpresa para ela.

Genevieve olhou em volta e viu-se ainda em seu ateliê de costura, estapeou a testa e levantou-se resmungando:

— Mas que droga, dormi de novo. Não posso perder tempo, esse vestido tem que estar pronto até dezembro.

— Calma, querida. Ainda temos tempo.

Ela pegou a tesoura de prata que estava sobre o tecido vermelho e a fitou prolongadamente, os olhos se perderam na superfície metálica e fria enquanto sua mente voltava no tempo para no mínimo duas décadas antes. A avó Gertrudes era uma anciã sábia e gentil, todos os domingos fazia biscoitos de canela com gengibre para receber os filhos e netos após a missa. Tinha a pele meio bege e cheia de pintinhas marrons, um olhar profundo e tristonho; talvez por conta de toda sua vivência conturbada e pelas suas inúmeras perdas.

— Ainda sente saudades, não é?

— Ah, Cian...Ela era como minha mãe. Às vezes me arrependo de não ter passado mais tempo ao lado dela. Eu amava quando ela penteava meus cabelos e me colocava no colo pra dormir. — Ela abriu a gaveta e colocou a tesoura no fundo da mesma com extrema delicadeza.

— Eu sei, querida. Mas não dá para voltar no tempo, então que tal aproveitar o belo café que preparei para nós, hã?

Ela sorriu e o abraçou apertado, depois o beijou delicadamente. Ele esperava por mais, mas ela se contentou com o selinho.

Genevieve deixou o marido no ateliê e subiu as escadas depois do hall adjacente, queria tomar um banho antes do café, até porque, era domingo e depois do desjejum iriam para a missa.

Ela entrou no banheiro e foi direto para a pia para escovar os dentes, olhou-se no espelho e sorriu admirando-se, a pele alva e rosada que exibia seu exuberante estado de saúde, a textura aveludada era perceptível até mesmo através do reflexo. Os cabelos ondulados e ruivos caíam pelo ombro e quase alcançavam os mamilos, que estavam rígidos e intumescidos, sem que ela identificasse o motivo.

Colocou a escova no suporte e olhou mais uma vez para seus seios fartos e empinados, gozava da plena juventude e de um corpo escultural, sentiu sua genital pulsando e quente, vagarosamente desceu a mão tocando a própria pele e sentido arrepios conforme seus dedos se aproximavam das coxas.

Fechou os olhos e inclinou o rosto para trás, os dedos invadiram a área ventral e deslizaram lentamente em direção à fonte de maior calor em seu corpo. Tocou suavemente os lábios molhados e sentiu a lubrificação que escorria como uma cascata. Lentamente massageou o clitóris e ouviu-se gemer.

Abriu os olhos e encarou-se no espelho, estava vermelha e ofegante, os olhos verdes estavam num tom mais claro e com as pupilas dilatadas. Sorriu, balançou a cabeça para os lados e lavou o rosto com água fria.

Instantaneamente sua mente foi assaltada por flashes desconexos que mostravam ela num ambiente escuro com uma luz estroboscópica vermelha, o mais impressionante era que Genevieve estava amarrada e pendurada de ponta cabeça no teto do que parecia ser uma boate.

Ela respirou fundo e benzeu-se com o sinal da cruz, entrou na banheira e enquanto o nível da água aumentava ela passava uma esponja pelo corpo.

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