Gene estacionou o carro na frente do local marcado, um motel grande e luxuoso. Engoliu em seco e olhou para os lados tentando se certificar de que ninguém a estava observando. Pegou o celular e enviou uma mensagem ao diretor da faculdade dizendo que não compareceria às aulas por motivo de saúde e depois apenas aguardou.
Alguém bateu no vidro da porta do passageiro. Gene olhou e reconheceu a moça que ela havia encontrado na floresta, naquele momento tantas coisas passaram por sua cabeça que ela não conseguiu se ater aos pensamentos, apenas entregou-se à correnteza e destravou a porta, assim que a moça entrou já afivelou o cinto de segurança.
— Já vamos entrar, não tem necessidade de colocar o cinto — explicou Genevieve.
— Acidentes acontecem por descuido. Prefiro evitar.
Gene dirigiu-se para a portaria, entregaram os documentos e um cartão chave foi disponibilizado para elas. Ao chegarem na suíte escolhida pela moça, a qual Gene havia descoberto o nome somente no momento em que tiveram que entregar os documentos, Brigitte Brokenwood sorriu e jogou-se na cama tal qual fazem as adolescentes em novelas e seriados.
— Escuta, eu...eu não sei...quero dizer, nunca...sabe?
— É como dançar, Genevieve.
Gene concordou com a cabeça e sentou-se comportadamente na cama. Brigitte livrou-se das roupas e deitou-se cobrindo a maior extensão da cama que conseguiu. Genevieve estava apreensiva, o corpo jovial daquela moça era lindo e voluptuoso, a chamava, mas algo dentro dela a segurava distante, como uma âncora que segura um barco perto da praia.
— Como sabia que era eu? — perguntou Gene virando-se para a moça.
— Como assim?
— Você me encontrou na floresta, depois na web...como?
— Não sabia que era você, foi apenas coincidência.
Genevieve concordou com a cabeça e começou a despir-se. À medida que tirava a roupa, sentia seu corpo reagir com calafrios e explosões de movimentos involuntários. Os cabelos em sua nuca estavam eriçados e sua pele arrepiada, sentia sua genital em chamas e seu coração martelando contra o peito como se fosse uma britadeira em rocha sólida. A suíte era bonita e aconchegante, o que fazia Gene se sentir estranhamente em casa.
As paredes douradas iluminadas com uma luz fraca revelavam alguns quadros eróticos, as luzes de neon que contornavam o teto deixava o lugar uma atmosfera sensual e um tanto perversa. A poucos metros da cama havia uma parede de vidro e do outro lado dela uma piscina com uma cascata iluminada em azul, ao redor da piscina havia vasos com plantas exóticas e uma estátua da Vênus de Milo. Aos pés da cama, ao alcance das mãos havia um frigobar e uma pequena estante com produtos eróticos; Gene tirou a última peça e permaneceu sentada na cama com as pernas flexionadas como se faz no yoga.
— Quer usar algo dali? — perguntou Gene apontando a estante.
— Não. Quero você, puramente você.
Genevieve sentia seu corpo tremendo e simultaneamente explodindo, todas as suas terminações nervosas estavam ativadas, ela começou sentir as mãos suando e um calafrio lhe percorreu a espinha quando Brigitte sentou-se de frente para ela.
Brigitte vagarosamente elevou a mão e tocou a face direita de Gene, aos poucos a mão da moça deslizou pelo pescoço, ela sentia a textura sedosa do corpo de Genevieve e expressa no olhar focado o que sentia com aquele toque, lentamente acariciou o ombro da mulher e deslizou a mão pelo braço, mesmo Genevieve evitando olhá-la, esporadicamente os olhares de ambas se cruzavam e afetam-nas de maneira idêntica; com prazer. Brigitte moveu a mão e tocou o flanco da mulher à sua frente, pela primeira vez Gene a olhou fixamente. A moça sorriu e expressou um semblante manhoso enquanto aproximava seu rosto vagarosamente do de Genevieve.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Cabala
Romanzi rosa / ChickLitGenevieve Ladd é uma professora universitária vivendo um casamento morno e esporadicamente conturbado, após despertar um dia com fragmentos de um sonho erótico, sua vida vira de cabeça para baixo. Dotada de um espírito rebelde encarcerado num corpo...