Capítulo cinco

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Bᴇᴀᴛʀɪᴄᴇ Wᴀʏɴᴇ

Eu parei de contar as vezes que eu pensei em cometer um assassinato essa noite. Sério. Belmont se personificou nas coisas que eu mais odeio. Ele me tocou inúmeras vezes, me elogiou de uma forma melosa, e eu já disse tocou?

   E o que mais me irrita é saber que ele fez de propósito.

Nunca escondi para ninguém meus problemas em relação ao contato físico. Odeio que façam elogios melosos, ainda mais falsos. Deve ter sido por isso que não tive namorados na adolescência…

   O segurança de Matthew está a uns dez passos na nossa frente, então eu me inclino para perto de Andrew para falar.

  Agora ele está praticamente me abraçando, com os braços ao redor do meu pescoço, me puxando para perto do seu corpo. Perto demais.

— Tá carente, cretino? Compra um hamster. — murmuro em seu ouvido.

   Ele solta uma risada nasal.

— Calada, Satan. — ele murmura de volta.

   Arqueiro uma das sobrancelhas.

— Quem você pensa que é para me mandar calar a boca, imbecil?

— Seu marido.

   Reviro os olhos com tanta força que é capaz deles ficarem virados para sempre.

— Só aceito que você revire os olhos para mim em um certo momento. Mas para isso, precisamos ficar a sós. — O tom de Belmont é extremamente sarcástico e malicioso. Reviro os olhos mais uma vez.

— Deus, eu te odeio, Andrew. — murmuro.

— É? — ele sorri de canto.

— É. — respondo, como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.

    Me afasto um pouco dele.

  Quando nos demos conta, estamos em frente a uma porta escura. O segurança de Matthew abre a porta, e faz um gesto para entrarmos.

   Quando entramos, damos de cara com Matthew, sentado numa cadeira, atrás de uma mesa. Nós nos aproximamos, das duas cadeiras na frente da mesa.

   Quando fazemos o movimento para sentar, Matthew estende a mão, balançando negativamente. Com a outra mão, ele bebe um gole do que parece ser whisky.

— Não há necessidade de vocês se sentarem, serei breve. — ele diz depois de engolir a bebida.

  Andrew me puxa para perto dele, colocando sua mão em minha cintura. O'Brien clareia a garganta antes de começar a falar.

— Vocês tem um documento que provavelmente me interessa, e em troca desse documento, eu dou a vocês proteção. — ele diz, indo encher seu copo.

    Andrew fanze a testa.

— Perdão? — ele pergunta, como se estivesse surpreso.

   Matthew se vira para a gente, dando um sorriso perverso.

— O documento que sua querida esposa tem, eu quero.

   Cruzo os braços. Ele sabe exatamente sobre o que falamos, sorrio internamente ao pensar nisso.

— E o que ganharíamos com isso?
   Matthew olha para mim pela primeira vez na noite. Os olhos avelã contém uma perspicácia impressionante.

    O'Brien tem cabelos castanhos e ondulados, onde ele passa as mãos para ajeitar. Ao contrário do estereótipo de chefe do tráfico sujo, cheio de tatuagem e feio, Matthew é um homem alto e elegante. Os cabelos bem penteados, roupa impecável e um rosto amigável. Realmente é difícil acreditar que esse homem está envolvido com tanta coisa errada.

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