Entrelaçados

Capítulo Vinte e Um

Bᴇᴀᴛʀɪᴄᴇ Wᴀʏɴᴇ

Apesar de ser uma festa fantasia no meio de setembro, o clima é bom. Consigo ver algumas pessoas importantes que estão ligadas ao crime aqui. Alguns usam máscaras, outros não…

   Só sei que eu estou uma gracinha nessa calça de couro.

   Porém, deveria ter desconfiado em Andrew ter concordado rápido demais com a ideia da fantasia. Devia ter desconfiado ainda mais quando ele saiu, horas antes da festa. Eu lutei muito contra a vontade de esganar ele quando ele chegou com um sobretudo que cobria tudo. De couro.

— Você ficou ótima com esse sobretudo. — ele sussurra no meu ouvido.

   Eu estou apaixonada por esse cara, mas eu realmente estou com vontade de esmurrar a cara dele até ele mudar de cor.

— Eu quero que você vá para o quinto dos inferno, Andrew.

   Às mãos dele rodeiam minha cintura e ele aperta.

— Você sentiria falta, amor. — Um beijo no pescoço.

   Balanço a cabeça tentando clarear meus pensamentos e lembrar que estou com raiva.

— Não, eu soltaria fogos. E pare com isso, parece um cachorro no cio.

   Escuto a risada dele atrás de mim.

— Você é minha esposa. — ele diz como se isso justificasse tudo.

   Olho para ele.

— Não. E se não quer perder as duas mãos, me solte agora.

   Ele dá de ombros, como se não ligasse.

   Ainda não vimos Matthew, mas sei que ele está por aqui. Até porque ele é o anfitrião.

   Passa um homem que eu tenho certeza que é consigliere Outfit. Todo mundo sabe quem ele é, mas ninguém é louco o suficiente para dizer em alto e bom som. Até porque se você fizer isso, você é um homem morto.

— Que negócio entediante. — Andrew murmura ao meu lado.

   Viro minha cabeça pra ele.

— Você está aqui em missão, não pra se divertir, seu otário.

   Ele solta um risinho.

— Uh "otário". Um novo xingamento, pimentinha?

   Reviro os olhos.

— Começou com essa merda de "pimentinha" de novo.

    Ele sorri com um sorriso completo.

— Só porque eu sei que você ama.

   Bufo.

— Por que está tão bravinha, hein? — ele cruza os braços.

   Olho pra ele com uma irritação bem evidente.

— Cara, você fez um escândalo por causa de uma calça.

   Ele olha como se fosse a coisa mais óbvia a se fazer.

   Ele chega perto de mim, diminuindo a distância entre a gente. Tão perto que eu sinto seu calor corporal.

    Ele coloca a mão na minha nuca, fazendo com que eu eu olhe diretamente pra ele. Andrew aproxima o rosto do meu. Sinto sua respiração bater na minha bochecha.

— Eu sei, você tem liberdade para usar o que você quiser. Mas, Beatrice, essa calça me deixaria louco. Eu não conseguiria me concentrar, amor.

     A proximidade é desconcertante.

    Tento manter minha cabeça no lugar. Eu estou irritada, e tenho que me lembrar disso.