Capítulo Catorze

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Aɴᴅʀᴇᴡ Bᴇʟᴍᴏɴᴛ

   Ok, já entendi. Eu fiz algo errado e Beatrice está brava comigo. Eu só não sei o que eu fiz, mas eu vou descobrir.  Em uma hora, ela já mandou eu ir para o inferno  quinze vezes. Sim, eu contei.

   Agora estamos a caminho da casa de O'Brien e ela está emburrada olhando para a janela.

   Até os braços estão cruzados.
   Eu já tentei falar com ela várias vezes, mas eu sempre recebo as mesmas respostas, sendo elas: "morra" e "vai pro inferno". Ou ela me ignora.

   Isso me leva a crer que eu fiz algo que ela não gostou. O problema é que eu realmente não sei.

— Jones falou com você esses dias? — tento puxar assunto.

— Se ele tivesse falado, você já saberia. — ela diz. De alguma forma, eu consigo sentir a raiva em suas palavras, e ela nem está me xingando.

   Estou frustrado. Eu quero conversar com ela.

— Achei seu vestido bonito. — tento mais uma vez enquanto o sinal está vermelho.

   Olho para ela e ela revira os olhos.

— Problema seu. — ela praticamente rosna.

   Pelo menos não me mandou ir para o inferno. É um avanço.

—  O que você tem hoje? — tento manter meu tom de voz calmo.

   Tento colocar a mão na perna dela, mas ela empurra.

— Não toque em mim! — o tom é carregado de ódio.

    Cara, o que eu fiz? Eu sei que ela não gosta de mim, mas eu achei que nesses últimos dias a gente estava mais próximo.

   Respiro fundo. Vou tentar uma última vez.

— Quer jantar num restaurante hoje? — tudo para deixar essa mulher de bom humor.

   Ela vira a cabeça para mim como se estivesse possuída.

— Por que você não chama a Cahrey? Já tem o número dela mesmo. — ela deixa transparecer o irritamento em sua voz.

   E é aí que as peças começam a se encaixar como um quebra cabeça.

   Uma coisa que eu achava humanamente impossível, aconteceu.

   Beatrice Wayne está com ciúmes! E o mais louco? Ela está com ciúmes de mim!  Eu mentiria se dissesse que não gostei disso.

   Tento segurar o sorriso, mas não consigo. É como se algo dentro de mim fosse explodir.

— Talvez eu chame ela mesmo. Ava é bem bonita e legal.  — Tá bom, eu sou um desgraçado sem coração. Mas eu não consigo não ficar feliz em saber que ela está com ciúmes!

     Coloco o carro em movimento.

   Escuto ela bufar. E é tão bonitinho, mas talvez eu acabe levando um tiro.

— Ótimo, aproveita e leva ela lá para o apartamento e transe com ela na cama que dormimos. — ela murmura irônica e  emburrada.

   Eu juro. Eu tentei. Eu tentei mesmo. Mas eu não consegui segurar a gargalhada. Sorte que já estamos no condomínio de Matthew, porque senão já teria batido o carro em outro.

— Que coisa imoral a se dizer, pimentinha. Mas  eu não vou fazer isso com Cahrey. — faria com você, mas você não dá abertura.

    Beatrice revira os olhos.

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