Capítulo vinte

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Bᴇᴀᴛʀɪᴄᴇ Wᴀʏɴᴇ

Andrew Belmont vai acabar ferrando com o restinho da sanidade que ainda existia no meu cérebro. E o grande problema disso tudo, é que eu não estou fazendo absolutamente nada para impedir isso.

   Bom, tomar café da manhã com ele sem camisa está se mostrando um dos desafios mais intrigantes que eu já passei.

   Esse cara mora na academia? Porque não é possível um abdômen desse ser de verdade.

   Que braços são esses, meu Deus do céu?

  Os dedos deles sempre foram tão longos assim? Por que ele segurando uma xícara parece tão sensual? É uma xícara, pelo amor de Deus.

  Fora esse ar carinhoso que está me deixando meio desnorteada.

   Se apaixonar por uma pessoa faz a gente ficar assim? Tão idiota?

— Eu não sabia que eu era o café da manhã para você está me comendo com os olhos.

   O meio sorriso está presente em seus lábios.

   Afasto meus olhos dele e tomo um gole do meu café.

   Um detalhe muito interessante: agora cada um faz o seu café.

   Andrew disse que era melhor assim, para evitar brigas. Aparentemente ele não quer brigar comigo mais.

   Acho que o meu choro repentino traumatizou ele.

— Eu não estou… te comendo com os olhos. — tento manter o último resquício de dignidade que sobrou.

   Ele balança a cabeça, rindo de leve.

— E o céu não é azul.

   Semicerro os olhos.

— Você é tão convencido.

   O sorriso dele faz ele parecer um garoto.

  Me irrita o fato de que Andrew tem trinta anos e parece ter, sei lá, vinte. Deve ser os olhos, só pode.

   Nosso contato visual é quebrado quando o celular de Andrew apita, uma nova mensagem. Ele se inclina para ler e arqueia as sobrancelhas.

— O que foi? — Sim, eu sou curiosa para caramba.

   Ele levanta a cabeça com um sorriso.

— Fomos convidados para uma festa fantasia.

  Franzo a testa.

— Mas outubro é só mês que vem.

   Andrew encolhe os ombros, demonstrando que não entendeu também.

— Vamos de Batman? Os dois fantasiados de Batman. — Os olhos dele brilham com entusiasmo.

  Reviro os olhos.

— Batman, Belmont? Por quê?

— Bruce Wayne.

   Começo a rir.

— Não, nem pensar.

   Ele vem para perto de mim, colocando a mão na minha cintura e apertando. Ele me olha com um sorriso.

   Precisava? Não. Não tinha necessidade.

— Sim, gatinha. — ele passa o braço pela minha cintura, levando meu corpo para perto do seu, como se fosse possível.

   Não, não e não.

   O calor do seu corpo logo me envolve.
   Eu não devia gostar tanto disso.

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