Capítulo Dezesseis

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Aɴᴅʀᴇᴡ Bᴇʟᴍᴏɴᴛ

   Eu não acredito. Eu, ela, nós… a gente quase…

   Meu Deus!

  Beatrice desperta em mim um lado primitivo. Uma coisa que eu não consigo controlar. Eu realmente estou me controlando para não deixar a pessoa que está batendo na porta pra lá e entrar naquele banheiro.

   Escutar o barulho do chuveiro faz um sentimento de satisfação encher meu peito. 

   Olha, eu realmente espero que seja caso de vida ou morte pra esse alvoroço todo.

   Assim que abro a porta dou de cara com Calleb. Só podia ser.

— Tava com saudades de você, Drew. — ele abre os braços, como se esperasse que eu me jogasse. — Por que demorou tanto pra abrir a porta?

   Filho da mãe.

— Por que você veio aqui? — pergunto.

   Ele tenta passar na porta mas não deixo. Cal me olha com os olhos semicerrados.

— Porque eu estava com saudades de vocês, ué. — mesmo com a expressão confusa, ele abre um sorriso ao falar.

   Solto um suspiro frustrado. Eu realmente não acredito que ele me interrompeu em um dos melhores momentos da minha vida por isso.

— Cara, você tem muita sorte de ser meu melhor amigo. — dou passagem para ele entrar em casa.

   Cal entra olhando ao redor da casa, como se esperasse que algo acontecesse.

— Você está estranho. Cadê a Trice? Não me diga que acabou matando ela e precisa de ajuda pra esconder o corpo.

   Reviro os olhos. A porta do banheiro se abre nesse momento, revelando uma Beatrice coberta apenas de uma toalha azul Royal e com o cabelo que, antes estava espalhado pelo sofá, agora estão presos em um coque.

   Sua clavícula exibe gotas de água que descem até o começo do vale de seus seios. Os olhos verdes parecem irritados, mas a irritação parece ser dirigida à Cal.

    Essa mulher vai acabar me matando qualquer dia desses.

— Seu merdinha, você ajudaria a esconder meu corpo? — ela praticamente rosna.

   Calleb exibe um sorriso malicioso.

— E que corpo, hein? — ele passa os olhos pelo corpo dela coberto pela toalha.

   O comentário me irrita. Mas ao contrário de mim, Beatrice solta um risinho. E eu fico ainda mais irritado.

— Beatrice, vai se vestir. — eu murmuro mal humorado, empurrando Cal para a sala.

   Calleb não vê o olhar que ela dirige a mim, mas eu sim. Os olhos verdes e convidativos passeando pelo meu corpo ainda sem camisa.

— Tá bom, né… — ela passa por mim. O cheiro de lavanda me deixa inebriado.

   Não faço nenhum movimento para que Cal desconfie de algo. Até porque eu tenho que ouvir a opinião de Beatrice primeiro.

   Calleb se senta no sofá, e as imagens do que aconteceu há alguns minutos atrás voltam com tudo na minha mente. Eu não sabia que alguém falando seu nome poderia ser tão prazeroso.

— Como foi na casa do Sr. O'Brien? — Calleb pergunta, me tirando dos meus pensamentos.

   De repente, minha mente me lembra de uma coisa muito importante. Uma coisa que não fazia sentido, mas que pode ser importante.

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