•Kisaky•
Mesmo no caminho para pegar a encomenda da missão, meus pensamentos ainda estavam no quarto com Kakuzu, tentando entender como e por qual motivo aquilo aconteceu. Hidan falava sem parar durante o caminho e eu simplesmente não tinha a capacidade de formular uma frase para responder meu próprio irmão.
Eu apenas olhava para frente, não queria encará-lo, mesmo sentindo o peso de seu olhar sob mim diversas vezes. Felizmente, não demorou para que chegássemos no ponto marcado.
Mas é claro que nem tudo são flores. O canalha armou para gente, chamando mais dois companheiros para uma emboscada. Por alguma razão, fiquei feliz com aquilo, a vida estava muito monótona ultimamente.
— Irmãzinha, que tal um ritual? — Hidan sorria perverso para mim — Adoraria te ver em ação.
Assenti e fomos para cima dos caras, Kakuzu ficou cuidando do traidor que tentava acertá-lo em vão. Hidan e eu conseguimos uma gota de sangue de cada, lambendo a foice em seguida. O símbolo no chão foi feito rapidamente e vi meu irmão ficar preto e branco, assim como eu.
Era a primeira vez que eu podia me ver em um ritual, então tirei o manto e fiquei apenas com a cropped e o short que eu havia vestido antes de sair. Me sentia incrível e única.
Kakuzu matou o homem que nos traiu enquanto fazíamos o ritual. Ficou nos observando enquanto esperava impacientemente, cravando seus olhos em meu corpo que sofria diversos golpes pela kunai em minha mão.
Ao terminarmos, nosso companheiro pegou o cadáver nos ombros e nos ordenou para irmos na frente, pois iria resolver umas "paradas". Assentimos e começamos a pular de galho em galho, chegando o quanto antes no esconderijo.
— Vou fazer o relatório para o Pain, pode ir descansar.
Sorri e lhe desejei uma boa noite, subindo e correndo para tomar mais um banho, tirando todo aquele sangue do meu corpo. Coloquei um pijama confortável e me deitei, mas sem conseguir dormir.
A madrugada passava e eu continuava olhando para o teto, completamente sem sono. Resolvi descer para pegar água, vendo a luz do escritório de Pain acesa.
Bati e recebi a ordem de entrar.— Deveria estar dormindo, Kisaky. — ele me fitou.
— Perdão, só gostaria de saber se Kakuzu já voltou. — ele negou com a cabeça.
— Vou mandar Zetsu localizá-lo, te aviso assim que tiver notícias.
Assenti e fui até a cozinha, acabei fazendo um chá para relaxar. Consegui finalmente pegar no sono quando subi, mas fui interrompida pelo chefe com poucas horas de descanso:
— Kakuzu se feriu, preciso que o cure para que ele consiga voltar.
Pulei da cama e coloquei meu manto, preparando uma bolsa com lanches, curativos e água. Nem ao menos olhei para quem estava na sala, saí com pressa da casa e fui até o local que me foi passado.
E ele estava lá, completamente ensanguentado e com uma ferida horrenda na barriga. Sua máscara era usada para abafar os gemidos de dor, os cabelos castanhos estavam jogados em seu rosto, os olhos se mantinham fechados.
— Kakuzu! — gritei ao vê-lo, fazendo o mesmo olhar para mim — Não se mexa, vou limpar a ferida e usar um jutsu para ajudar na cicatrização, depois faço os curativos.
Ele apenas acenou com a cabeça e me viu abrir a bolsa, pegando todo o necessário. Eu tentava ao máximo para que ele não sentisse dor, mas era impossível, pois a ferida estava localizada em todo lado direito de sua costela.
Quando o ouvia grunhir pela dor, eu parava e lhe dava água. Consegui limpar tudo e pus minhas mãos perto do ferimento, fazendo com que começasse a se fechar devagar.
Com o canto do olho, podia ver os olhos verdes me encarando. Kakuzu analisava cada movimento meu com cautela, retirando a máscara de sua boca quando a dor se tornou suportável.
— O que aconteceu com você? — perguntei enquanto enfaixava seu ferimento.
— Traído duas vezes no mesmo dia. — ele suspirou e encostou no tronco da árvore atrás de si — Deveria ter levado companhia.
— De fato. — fechei meu manto por completo quando senti um vento frio — Passei por uma caverna aqui perto, vamos nos abrigar até conseguir andar normalmente.
Ajudei Kakuzu a levantar, ele tentava não apoiar o peso de seu corpo em mim, mesmo que eu dissesse para que ele fizesse isso. Não demorou nem cinco minutos para chegarmos ao local, ficava perto de uma cachoeira pequena.
Encostamos na parede sentamos novamente. Abri a bolsa e retirei alguns lanches para que ele comesse, necessitava de energia para se recuperar mais rápido.
— Você não vai comer? — ele me perguntou.
— Não estou com fome. — abri o manto e o retirei, dobrando e colocando na mochila — Vou ficar um pouco na cachoeira, qualquer coisa é só gritar.
Andei até a beira do lago e tirei minhas roupas. Como vim direto de pijama, não usava roupas íntimas, ficando completamente nua na água fria. A sensação de paz daquele lugar acalmava minha cabeça barulhenta, colocando meus pensamentos em ordem. A água cristalina deixava meu corpo exposto, mesmo submerso.
Molhei os cabelos e tirei os nós com os dedos sem pressa alguma. Era um momento de descanso após a noite de preocupação.
Ouvi alguns passos e logo meu companheiro apareceu em meu campo de visão, fazendo com que eu cobrisse os seios com os braços.
— Você deveria estar repousando. — alertei.
— Um banho não me faria mal, preciso me limpar. — disse enquanto tirava a camisa, deixando o corpo costurado ser tocado pelo sol — Está com vorgonha de mim?
— Não acho esse tipo de situação adequada. — escondi meu rosto vermelho, virando de costas para o mesmo — Não temos intimidade e sou irmã do seu parceiro.
— Engraçado, não ouvi reclamações enquanto eu te tocava ontem. — senti a água se mexer, indicando que ele havia entrado.
Me virei devagar, vendo Kakuzu mergulhar e voltar para a superfície, colocando os cabelos para trás e encostando na borda do lago. Ele era realmente um homem muito bonito, mas seu ego era tão grande quanto o de Hidan.
— Venha aqui, acho que tem espaço para mais um. — bateu na pedra submersa onde estava sentado.
Revirei os olhos e deixei meus cabelos cobrindo meus seios, sentando ao seu lado. Encostei a cabeça na grama atrás de nós e fechei os olhos por um momento, analisando toda a situação que me fez estar nua ao lado de um homem que vejo todos os dias, mas que acabei de conhecer.
Levei meu olhar a ele quando minhas pálpebras se afastaram, Kakuzu já estava me olhando, apreciando cada detalhe de meu rosto. Eu o analisava na mesma intensidade, principalmente as costuras em seu rosto e o tom diferenciado de seus olhos.
Minha mão tocou seu rosto delicadamente, meu polegar passava por seus lábios e bochechas devagar. Estava completamente hipnotizada.
Quando vi seu rosto se aproximar do meu, o mundo em nossa volta parou completamente. Seus lábios foram gentis ao tocarem os meus, suas mãos grandes envolviam minha cintura, me colocando em seu colo. Meus quadris se mexiam de forma involuntária, pedindo por aquele prazer que ele havia me proporcionado anteriormente.
Sua mão desceu até seu membro, tentando encaixar em mim. Foi aí que voltei a raciocinar, separando nossos corpos.
— Precisamos voltar. — me levantei e busquei minhas roupas. Seu rosto se mantinha em uma expressão de dúvida, mas mesmo assim me seguiu pela floresta quando estava vestido.
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Seis Corações | Kakuzu
FanfictionApós descobrir que sua irmã gêmea foi dada para outra família por ser deficiente, Hidan busca maneiras de trazê-la para a Akatsuki. O que o Jashinista não imaginava era que seu cunhado seria a pessoa mais improvável da organização.