My Angel

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•Kisaky•

Konan é literalmente o anjo que eu precisava na minha vida. Além de gentil e amigável, é uma médica incomparável, fazendo logo de cara tudo que levei anos para desenvolver e fracassei. Ela passou bem mais tempo dessa vez, ficamos até o almoço conversando enquanto ela usava seu chackra de bom grado para que minha visão melhorasse o quanto antes.

— Muito bem, abra os olhos e me diga como está a visão.

Lentamente ergui as pálpebras superiores e as lágrimas escorreram de meus olhos. Eu conseguia ver tudo nitidamente até certa distância: minhas mãos, o quarto, algumas árvores pela janela...

— Eu nunca vou conseguir retribuir o que está fazendo por mim, Konan. — a abracei e fui retribuída.

— Nunca pedi retribuição, somos uma família e precisamos nos ajudar.

— Se continuar assim, em menos de uma semana é como se eu nunca tivesse uma visão ruim. — sequei as lágrimas e respirei fundo.

— Vou te emprestar uma roupa para irmos até a cidade, tudo bem? — ela se levantou e buscou algo em seu armário, tirando um vestido preto básico e uma calcinha — Essa eu nunca usei, considere um presente.

— Mais um? Assim fico mal acostumada. — rimos enquanto eu me trocava — Almoçamos por lá?

Ela assentiu e se trocou, seguimos até o andar de baixo onde não havia mais ninguém além de Pain. Os outros provavelmente saíram em missão, então saímos sem mais cerimônias pela floresta, conversando pelo caminho.

— Deveria ser horrível ser a única mulher em uma casa cheia de homens. — comentei.

— Não quando se é o braço direito do chefe. — ela sorria satisfeita — Se bem que Hidan mataria qualquer um que chegasse perto de você.

— Ele não é tão protetor assim. — Konan se virou para mim com uma sobrancelha arqueada — Já sou bem grandinha, acho que já posso namorar sem aprovação.

— Se pensa assim, é porquê achou alguém lá interessante, certo? — senti minhas bochechas esquentarem — Quem foi o felizardo?

— Ah, eles são bem bonitos. — sorri sem graça — Eu não me interessei por ninguém.

— Nem você acreditou nisso, Kisaky! — ela riu quando me viu vermelha.

— Estou numa organização, não tenho tempo pra essas coisas, Konan.

— Acredite, a gente sempre arruma um tempo, nem que seja pra uma rapidinha. — virei o rosto pro outro lado pela sua fala — O que foi?

— Bem, é que eu nunca... transei com ninguém. — ela parou e se pôs em minha frente.

— Não acredito que você e Hidan sejam irmãos, você é preciosa demais. — me abraçou com força — Vou te proteger daqueles tarados que vivem conosco.

Não pude conter a gargalhada pelo seu tom de voz. Antes do abraço, achei que ela realmente estava falando sério, mas seu tom de brincadeira surgiu na última frase. Por sorte, esse assunto acabou e chegamos em uma pequena vila repleta de lojas e barracas de comida.

Pedimos lámen e alguns doces para sobremesa, indo finalmente para as lojas de roupa após a refeição. Eu nunca havia feito compras grandes em toda minha vida, então peguei apenas o básico, pensando em raras ocasiões especiais acabei colocando alguns vestidos na sacola também. Comprei produtos de higiene pessoal, um perfume que me agradou e três pares de sapatos, pois o que eu usaria para missões já se encontrava em meus pés.

Quando me vi sendo puxada por Konan para a parte de lingeries, meu coração começou a disparar. Eu não queria comprar nada extravagante, mas ela me fez levar algumas peças mais ousadas para "emergências" como ela mesma disse.

Acabei pegando um carrinho pela quantidade de coisas que carregava, pois esqueci completamente das roupas de cama e toalhas que eu necessitava.

Revi todas as compras umas dez vezes para ter certeza que não estava esquecendo de nada. Já estava no fim da tarde quando retornamos para o esconderijo, Konan me ajudou a levar as coisas para onde seria meu quarto e encontramos Kakuzu terminando de aparafusar a cama e Hidan sentado em uma cadeira perto da bancada.

— Irmãzinha! Eu e Kakuzu estávamos montando a mobília. — vi o outro o fuzilar com o olhar.

— Você não parece ter trabalhado muito, Hidan. — ri enquanto Kakuzu parecia se controlar para não enfiar a chave de fenda na garganta do parceiro — Obrigada, Kakuzu.

Ele deu de ombros e largou as ferramentas, passando por nós sem dizer uma palavra. Os móveis eram simples e o quarto pequeno, mas tudo estava perfeito.

— Vou te ajudar a arrumar tudo. — meu irmão tomou as sacolas de minhas mãos, colocando no colchão.

Me despedi de Konan e começamos a desempacotar as compras. Guardei as roupas enquanto ele arrumava a cama com um dos conjuntos que eu acabara de comprar, colocando as toalhas e outros produtos de banheiro no mesmo.

— Como foi passar o dia com a Konan? — ele puxou assunto quando tudo estava pronto.

— Ela é legal, uma excelente companhia. — sorri para ele ao deitar do seu lado.

— Conversaram muito sobre os caras que moram aqui? — arqueou a sobrancelha.

— Você não parecia fazer o tipo ciumento, sabia? — ele revirou os olhos quando me viu rindo.

— Só quero que tome cuidado, você sabe como os homens podem ser, Kisaky.

— Nunca me relacionei com nenhum, então não. — ele arregalou os olhos — O que?

— Bonita desse jeito e nunca nem beijou ninguém?! — elevou o tom de voz e eu tapei sua boca com a mão.

— Primeiro: você só diz isso por sermos gêmeos. E segundo: não, eu nunca vi ninguém que me interessasse. — fiz uma pausa para tentar segurar o riso — Até porquê eu não via.

— Que Jashin te perdoe por essa piada infeliz. — ele riu junto comigo.

Descemos e jantamos com todos. O cozinheiro da vez foi o Kisame e suas habilidades me impressionaram, sua comida era realmente maravilhosa. Me encarreguei de lavar a louça e finalmente notei que Kakuzu não havia descido para comer, deveria estar cansado de montar a mobília do meu quarto, então coloquei uma porção pra ele e subi, batendo em sua porta.

— Entre. — sua voz soou do outro lado — O que quer aqui?

— Você não desceu pra jantar, então presumi que estivesse cansado por montar os móveis do meu quarto. — fui até sua cama e lhe entreguei o prato — Trouxe para você.

Ele não disse nada, apenas me observou por longos minutos. Talvez ele não gostasse de tirar a máscara na frente de outras pessoas, então me retirei do quarto e fui para o meu.

Seis Corações | KakuzuOnde histórias criam vida. Descubra agora