Chapter 40

876 101 18
                                    


POV: Draco


Quase pronto. Está quase terminado. Faz dois dias desde que Harry voltou para casa do St. Mungus e ele não estar nada bem. Suas memórias desapareceram um pouco mais a cada dia. Ás vezes ele acorda e pensa que está de volta com os Dursley antes que eu o lembre do que está acontecendo. Ele ainda insiste em ir trabalhar, apenas nos dias em que consegue se lembrar de que é professor.

O Profeta Diário soube o que está acontecendo com Harry e sua condição foi praticamente transmitida para toda a Europa.

Tivemos que evitar áreas públicas por causa das pessoas que agora tentam invadir nossas vidas privadas.

Houve até alguns rumores por aí de que toda essa coisa de maldição tem algo a ver comigo. Que de alguma forma explorei a condição de Harry para meu próprio benefício para me aproximar dele.

É totalmente ridículo. Estou tentando salvar a vida de Harry. Não explorá-lo. Eu não sou mau e não sou insensível. Eu me importo muito com Harry para sequer pensar em fazer algo assim.

De qualquer forma, eu só preciso ignorá-los, pelo menos até que eu possa completar esta poção. Essa é a minha primeira e mais importante tarefa.

Está chegando o raiar do dia. Passei a noite inteira aqui tentando  terminá-la. Com alguma sorte, será feito amanhã ou no dia seguinte.

Harry só tem que aguentar um pouco mais.

No entanto, por enquanto, não há mais nada que eu possa fazer. A poção tem que ferver por mais quinze horas. Vou ter que deixar aqui por enquanto.

Hoje também é um dia importante. É o aniversário de Teddy e de todos os aniversários que ele já teve, este provavelmente será o mais difícil.

Quando Harry e eu perguntamos a Teddy o que ele queria fazer algumas semanas atrás, ele disse que quer passar o máximo de tempo possível com Harry. Ele se tornou especialmente persistente depois que Harry começou a perder suas memórias.

Então o plano para hoje mais tarde é que Harry, Teddy, Scorpius e eu saiamos para almoçar. Decidimos evitar lugares bruxos e iremos a um restaurante trouxa para evitar atenção. Depois resolvemos visitar algumas criaturas  que Teddy sempre quis ver pessoalmente, como um hipogrifo, um pelúcio, um unicórnio e uma fênix, entre outros. Blaise trabalha como magizoologista e ajudou Harry e eu a planejar isso para Teddy. Depois voltaremos para a casa para jantar e comer bolo com a família.

Levantei-me do meu assento ao lado da poção e limpei qualquer coisa que pudesse ter caído em mim enquanto trabalhava. Eu também estiquei minhas costas e esfreguei meu pescoço porque ele tinha ficado rígido por ficar sentado em uma posição por tanto tempo.

Todo mundo vai acordar logo, então é melhor eu ir para casa.

— Ele não se lembra, não é? — Teddy me perguntou enquanto a maioria da família estava sentada na sala de jantar para o café da manhã. Harry atualmente está dormindo no quarto.

— Teddy, ele pode não lembrar que dia é hoje, mas ele não esqueceu o quanto você é importante para ele. — Eu o disse, tentando acalma-lo.

Ele suspira. — Eu sei. É só. Ele nunca esqueceu e eu sei que não é culpa dele, mas não parece certo.

— Teddy, Harry te ama e quando ele acordar eu prometo que vamos lembrá-lo que é seu aniversário. Nós temos o dia todo planejado e tudo mais. — Hermione se juntou na conversa.

— Ele até te deu um presente especialmente para hoje. — Eu disse a ele, esperando animá-lo.

Teddy olhou para mim. — O que? Como? Sua memória está desaparecendo mais e mais a cada dia.

— Você deveria conhecer seu pai melhor do que isso. Ele já preparou seu presente com semanas de antecedência caso algo acontecesse.

O garoto de cabelos azuis olhou para seu colo, seu cabelo começando a perder a cor e o brilho de segundos antes. Parece que o que eu disse não o animou nem um pouco.

— O que é Teddy? — Perguntou Scorpius.

— O único presente que quero no meu aniversário é que meu pai esteja melhor, em vez de temer que ele morra nos próximos dias. — Teddy disse um pouco alto. Ron e George imediatamente pararam de conversar e viraram a cabeça para encarar Teddy.

Arthur largou o garfo que estava usando para fazer os waffles, e todos pareceram recuar diante do comentário do garoto, absorvendo o que ele havia dito.

— Estou fazendo o melhor que posso, Teddy. Farei tudo o que puder para que seu pai fique bem novamente. Eu prometo. — Disse a ele.

— Eu sei, me desculpe, não é justo. Por que isso tinha que acontecer  com ele? Por que isso tinha  que acontecer conosco? Nenhum de nós merece isso, especialmente papai e, no entanto, aqui estamos todos, sem razão aparente.

Ele faz um bom ponto. Ninguém merece sofrer assim, especialmente Harry, não depois de tudo que ele já passou. Entre perder seus pais, ser criado em um ambiente horrível, um psicopata tentando matá-lo quase todos os anos em Hogwarts, perder tantos amigos e familiares, Harry merece o mínimo.

— O que está acontecendo? — Harry veio balançando na esquina, empurrando os óculos para cima com uma mão para que a outra pudesse esfregar o sono de seus olhos.

— Bom dia, Harry. Como você está? — Molly perguntou levantando-se e dando-lhe um abraço.

— Cansado, mas bem. Que dia é hoje? A última coisa que me lembro é de estar na Grifinória, como chegamos aqui tão de repente? — Ele perguntou, agora fixando seus óculos corretamente em seu rosto e olhando para nós.
Seus olhos pousaram em mim antes de franzir as sobrancelhas e ele franziu a testa profundamente. — O que diabos o Malfoy está fazendo aqui? — Ele perguntou abruptamente.

— Ele é um convidado, Harry. — Disse Arthur.

— Um convidado? Ele é um Comensal da Morte. Não podemos confiar nele. — Ele zombou.

Eu me afastei dele, tentando esconder a dor em meus olhos.

— Não, Harry. Isso foi há muito tempo. Draco não é um Comensal da Morte. Ele é um de nós. — Hermione explicou.

— Desde quando? Ele não fez nada para ganhar nossa confiança.

— Ele tem. Você simplesmente não se lembra. — Ron interveio.

— Sobre o que você está falando, Ron? Você provavelmente o odeia mais do que eu.

— Eu costumava, mas seus esforços ajudaram a mudar minha mente. — Afirmou Ron.

— O que você quer dizer?

— Sente-se, Harry. Precisamos conversar. — Molly o encaminhou para um assento e eles começaram a explicar tudo para ele mais uma vez.

Esta é a primeira que ele não se lembra de quem eu sou para ele. Isso me assusta, mas também dói. Eu sei que não é culpa dele, mas definitivamente me faz me arrepender ainda mais de tudo o que fiz.

Enquanto eles continuavam a história, fiquei em silêncio, sabendo que minha opinião no momento não ajudaria em nada. Molly colocou um pouco de comida na frente de Harry, mas ele recusou enquanto ouvia atentamente.




Curse of pain [pt/br] • drarryOnde histórias criam vida. Descubra agora