Inimigo
Ellen Russell acabara de descer do ônibus. Ele a observava, escondido nas sombras, sofrendo com a antecipação do que estava por vir. A espera havia sido torturante para ele, mas seus companheiros o ajudaram a manter o controle. Sentia raiva de como ela estava alheia a tudo. Afinal, se não fosse por eles, ela não estaria ali.
Seu alvo caminhava pela calçada, sem perceber que estava sendo seguida. Viu o momento em que ela pegou o celular para fazer uma ligação. Com maestria, se aproximou o suficiente para escutar o que ela estava falando, e não ficou surpreso ao constatar que ela havia agendado uma consulta com a Dra. White, a terapeuta. Ele sabia o que havia acontecido, e já lidara com o problema. Estaria tendo uma nova conversa com seus subordinados mais ávidos.
Eles estavam muito próximos de conseguir o que queriam, e não podia deixar que tudo o que passaram, e todo o planejamento que fizeram, fosse em vão. Ainda mais por alguém que poderia facilmente ser substituído.
Sentia que o inimigo também a observava de perto, embora não conseguisse detectar onde estavam. Durante todos os anos em que vigiara Ellen, ele sentiu a presença deles. Mas enquanto ela não chegasse aos trinta e cinco anos, não serviria para nenhum dos dois lados. Portanto, esperaram. Agora faltavam apenas algumas poucas semanas, e logo, tudo acabaria.
Ela já havia comprado o desjejum, como fazia quando estava estressada, e entrado no Centro Médico de Harborview. Ele não arriscaria vigiá-la do lado de dentro, pois se ela o visse, tudo estaria acabado. As memórias perdidas dela estavam diretamente entrelaçadas a eles, tanto seu lado quanto o do inimigo. Portanto, resignou-se em ficar do lado de fora, sempre longe do alcance do olhar dela, e iniciou a segunda parte de sua vigília, verificando cada transeunte que entrava e saía do hospital.
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A Rebelião
FantasyEllen Russel estava longe de ser uma pessoa normal, não importa o quanto ela se esforçasse para ser. Adotada aos cinco anos, ninguém sabia de onde ela viera ou o que havia acontecido com ela, pois ela não se lembrava nem do próprio nome. Assombrada...