Below the surface

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Lizzie pov

Quando acordamos já tinha amanhecido, fomos cavar mas não por muito tempo já que corria o risco de "ele" vir aqui embaixo. O buraco é largo o suficiente para caber nós dois e profundo o suficiente para chegar aos nossos joelhos.

"Ele" apareceu um tempo depois com uma bandeja de comida com dois pratos de ovos mexidos e duas garrafas de refrigerante.

- Fiz o café da manhã para vocês - "ele" diz parado na porta.

- O que você colocou nisso? - Finney pergunta.

- Sal e pimenta - "ele" ri - comam ou não comam. Não precisa se preocupar Lizzie, não era assim que eu te drogava, jamais coloquei nada em sua comida além de temperos - "ele" fala se direcionado a mim mas eu continuo o ignorando - Vocês já estão aqui embaixo, para que eu precisaria drogar vocês ? - ele se vira indo embora, fecha a porta mas não tranca e Finney percebe.

Nos aproximamos lentamente da porta e realmente esta destrancada, mas o telefone toca e fomos atender.

- Alô - Eu falo.

- Não subam as escadas - um garoto diz.

Eu conheço essa voz, só não sei de onde.

- Por que não? - Finney perguntou olhando para a porta.

- É uma armadilha - o garoto responde.

- Você é... Você é o Bruce? - Finney pergunta.

- Quem é Bruce? - o garoto pergunta.

- Estávamos falando com o Bruce - eu explico.

- Eu não conheço nenhum Bruce menina stalker - ele fala e é como um estalo na minha cabeça.

Vejo Billy atrás de Finney, já faz bastante tempo desde a última vez que ele apareceu para mim.

- Billy - eu falo olhando para Billy e Finney me olha confuso - Eu já disse para você não me chamar assim - Billy e eu rimos

- Espera, você é Billy Showalter? - Finney pergunta.

- Talvez - Billy responde - Não subam as escadas.

- O que ele está fazendo? - Finney pergunta.

- Ele está esperando do outro lado com aquela porra de cinto - Billy fala e sinto meu estomago embrulhar - Ele não disse que vocês podem sair, então se tentarem, ele vai puni-los. Ele vai bater com aquele cinto até desmaiarem.

Os gritos nos meus sonhos, acho que vou vomitar.

- Dói pra caralho gente. Vocês vão chorar, implorar que ele pare. Todos imploramos, mas ele não para de bater - Billy fala e desliga, não o vejo em lugar nenhum.

Finney coloca o telefone no gancho e vai até a porta, mas eu o impeço de subir.

- Finney você ouviu o que Billy disse, por favor não suba - eu falo segurando nele, meus olhos se enchem de lágrimas - Por favor não suba - lágrimas começam a cair.

- Eu vou fazer silêncio Lizzie, é uma das únicas vantagens de ter um pai como o meu, eu sei ser silencioso - ele fala tentando me convencer mas eu seguro nele com mais força, minhas lágrimas caem sem parar.

- Não Finney, por favor, eu ouvia gritos e choros, achei que eram sonhos ou coisas da minha cabeça. Agora eu sei que era real e eu não fiz nada para ajudá-los Finney, não suba por favor - estou soluçando de tanto chorar.

Finney me abraça tentando me acalmar, mas eu choro mais ainda, eu deveria ter descoberto antes, eu deveria ter ajudado eles.

Finney segura no meu rosto e beija as minhas lágrimas.

O lado obscuro do amor Onde histórias criam vida. Descubra agora