Um sopro suave e álgido rugiu pela floresta, embalando-a numa sinfonia harmoniosa composta pela natureza. As árvores se despertaram e o gramado agitou-se empolgadamente, balançando em conjunto com as notas sussurradas docemente pela aragem, esta que não tinha pressa alguma: demorou-se na sua visita, aproveitando o deleite enquanto traçava o pelo dos animais e envolvia as folhas de forma carinhosa em um bailar delicado pelo ar. As flores de cerejeira, curiosas como eram, apartaram-se de seus troncos e entusiasmadamente cederam à gravidade, desenhando majestosas ondas invisíveis ao caírem de encontro com o bailado e serem apanhadas pelo vento, que lhes suprimiu a curiosidade e as conduziram para uma valsa.
Em meio àquela euforia silenciosa e angelical, várias árvores de cerejeira enfeitavam o local, conversando umas com as outras enquanto observavam suas preciosas pétalas se divertirem com o vento; sob uma delas jazia uma pessoa que se refugiava dos raios solares daquele dia. Com as costas apoiadas no tronco, você permanecia inerte em um estado entre a vigília e o sono, presa numa sequência de cochilos seguidos de despertares involuntários. O seu corpo — pesado e exausto — recusava-se a levantar, dando-lhe a falsa impressão de estar se fundindo com a própria árvore.
A brisa não demorou para chegar em você e sacudir-lhe a consciência adormecida, soprando um alarme mavioso nos seus ouvidos que te expulsou do mundo onírico. Soltando um gemido frustrado, você apertou as pálpebras fechadas e se mexeu levemente, arqueando as costas por um instante enquanto se posicionava mais confortavelmente, preparada para cair em mais um cochilo. Pensamentos se entrosaram na sua mente, perdidos com a falta de atenção que estavam recebendo, seguiram linhas tortas e desconexas de raciocínio, com afirmações sem sentido e memórias de coisas absurdas que nunca aconteceram, todavia, eles não prevaleceram e logo foram se esvaindo, até sobrar só o silêncio e a doce canção da natureza. A falta de barulhos era uma benção mais do que bem-vinda para você, que sem demora começou a se perder no vazio do adormecer novamente.
Para a sua infelicidade, no entanto, sons de passos sobre o gramado despertaram-lhe antes mesmo que você pudesse se afundar totalmente no vazio, deixando-lhe em alerta e erradicando quaisquer vestígios de sono do seu corpo em um único segundo ao perceber que eles vinham em sua direção. Você não se deu ao trabalho de mover-se, permaneceu parada e serena como se estivesse de fato dormindo, mas estava mentalmente preparada para agir caso precisasse.
Os passos se aproximaram cada vez mais, até que o farfalhar da grama parou, você sentiu a presença de alguém na sua frente e olhos pesaram em sua figura. Seguiu-se silêncio total após isso...
E então:
━ Está deitada aí por quê?
O reconhecimento da voz foi quase instantâneo para você, que relaxou os punhos cerrados. Era ele.
Optando por permanecer calada e ignorá-lo, você manteve os olhos fechados.
━ Eu sei que está acordada, ( Nome ). ━ Não se contentando com a falta de resposta, ele mexeu-se, o barulho suave do tecido do manto foi o que o entregou.
Suspirando baixinho, você abriu os olhos e o fitou. O sol irradiava atrás da figura dele, banhando-o com raios bondosos que abençoavam sua pele em um lindo contraste, seus fios de cabelo beijavam sua face em uma plenitude tão bela que o fazia parecer uma daquelas artes congeladas em quadros para serem contempladas pelo resto da vida.
Inclinado para frente com as mãos apoiadas nos joelhos, ele lhe observava fixamente com orbes sérias e misteriosas, seus chamativos lábios formando uma linha reta enquanto ele a estudava. Aqueles olhos foram ágeis em capturar os seus quando os encontraram, mantendo um contato visual persistente e profundo.
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𝑅𝑒𝑐𝑒𝑏𝑒𝑛𝑑𝑜 𝐵𝑒𝑖𝑗𝑜𝑠→𝐴𝑘𝑎𝑡𝑠𝑢𝑘𝑖 𝑥 𝐿𝑒𝑖𝑡𝑜𝑟𝑎
Fanfiction[ 🍡Akatsuki x Leitora🍡 ] Hmm~ Não há nada melhor do que receber beijos da pessoa que você ama!